Marques Bueno

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“Histórias de um infeliz”

Tenho sorrisos, tenho abraços, tenho afagos, tenho calma e carinho; só não durmo tranqüilo.

Sou capaz de brindar certas felicidades, emoldurar momentos em todas idades,só não posso viver contando apenas com isso.

Tenho vivido com certa intensidade, tenho deixado de lado o tempo perdido, ademais; suspiro.

Sou responsável por incontáveis tolices, sou apenas uma margem vazia, sou um nunca mais que repetidamente esbarra em liturgia.

Tenho plena noção de meus estragos, tenho compaixão de quem sofreu desta frágil ferida.

Sou incapaz da admiração de meu sangue, sou alguém que possui somente um nome, aliás; esta é minha fome.

“Tempo de problemas”



A acidez de tuas palavras é a paz de minha morada, teu elogio não me satisfaz; sofrer demais não é apogeu...


O problema maior é não notar o teu, esperar um dia melhor pode ser como regar uma flor de madeira; não queria enxergar, mas tudo se escondeu...


A atenção outrora tão bem falada é o que mais se perdeu, ironia é andar e errar de boca fechada; aliás, isto você não crê, muito menos eu...


O pedaço de amor que ainda exala é o ultimo trocado esquecido no bolso da calça e trancafiados estão meus pesares; teus passos sumiram na beira na praia, todo esquecimento parece ser apenas meu...


A solução não é encontrada na esquina, a fantasia do amor falhou, o desdém é a ordem do dia, tuas idéias não mais contagiam, desprenderam-se da carne; infelizmente sinto que algo além também morreu...


O pedido para uma singela melhora não pode ser apenas meu, concordo que a vida é uma velha anedota, também que o destino é ardil e ateu; ninguém tem certeza de nada, respeito apenas a vontade de Deus.

“Experiências vividas, perdidas”


Meus pensamentos não são impuros,

Enquanto eu chego, eu perco o mundo,

Um passo pequeno me faz ter tudo,

Perdi o ensejo, teimei com receio, sou fraco inteiro,

Avistei um mar de devaneios, tentei ter mais,

Sorrir para quem eu vejo e odiar seus pensamentos,

Senti o ar de como é o céu, mas o inferno é quem me aqueceu,

Amei tudo que busquei,chorei,sangrei; enfim, tudo que almejei,

Deus me fez um dia visita-lo; não sei por que voltei,

Ontem deitei feliz, hoje acordei sem lei,

Mexi bem mais que um alguém; esperei demais para ir além,

Esperei ter paz, o coração enganei; um beijo decerto será pedir demais,

Confesso que a vergonha para tudo que já fiz não me atrai,

Outro dia encontrei uma mágoa do passado, por mais que tentasse disfarçar; hesitei,

Ninguém é dono de meus erros, mas de fato minhas experiências ninguém tem,

Desperto interesse só aos fracos, aos olhos dos fortes e dos sábios; um ninguém,

Escrevo pelo meu vazio, um poeta acredito nunca ser,

Não sou ingrato com a vida, nem raivoso como crêem,

Agradeço o minuto passado, pois a ele recitei.

“Triste cotidiano”


O desejo ardente e febril de ser notado por alguém chega a ser um drama de nosso dia a dia.
Pessoas comuns em disputa por uma atenção momentânea, um pedido de socorro para ser notado; uma questão de vida ou morte.
Expomos nossas vidas de maneira inoportuna e desesperada, nossos íntimos segredos falados aos quatro ventos, às vezes dizemos isto e nunca somos percebidos, mas a necessidade desta exposição infundada é maior e não tem preço.
Criamos crianças deseducadas pelos próprios pais, criamos também heróis de botequins; aquele que fala para mais se torna um deus ou coisa assim.
A futilidade se tornou nosso lema, é preferível ser um idiota com a cara enlameada por três segundos na televisão do que ser lembrado por um fato notável que não te levará ao ridículo.
Todos os dias e todas as noites erigimos seres patéticos e damos destaque à seus atos pueris,esta é a nossa necessidade,não importa se a fome assola ou o desemprego se mostra ali,a sobra que temos já satisfaz.
O que queremos é um medíocre barato em nossa televisão paga a duras prestações, assim o assunto em debate está preparado para o outro dia.
Nossa vida é falar da vida alheia, indignar-se com um fato marcante, já torcendo por outro ser ainda mais impactante.
Hoje em dia a desgraça é tratada tal qual um romance e nós; os imbecis tolerantes sem opinião reclusos na nossa estúpida capacidade inoperante.





Assinado por mais um grande Idiota

“Para a vida e para a morte não existe linha tênue”

Nunca existiu alguém que viveu, mesmo estando morto seu coração,os tropeços que a vida nos dá,é um contexto sem explanação.

Sempre existiu aquele coração que batia em descompasso, catando as migalhas de alguns abraços, acanhada felicidade, nada de desassossego, somente noites geladas.

Nunca persistiu em busca da verdadeira explicação, talvez os sentimentos fossem de brinquedo, estúpida canção, tudo esconde o tempo, dias sem compaixão.

Sempre persistiu de maneira errônea, arrogância em traços fortes, o orgulho era algo sem nome, riacho vazio, extrema fome, vozes perdidas, caladas.

Nunca entendeu porque os erros eram sua tônica, respondia de forma irônica, palavras que levam seu par à forca, tudo sem solução.

Sempre entendeu que sua vida não vinha do coração e que a morte tão vislumbrada, era suma decepção, nada como vidas trocadas.

“Perguntas, estúpidas perguntas”

Você é feliz?
Talvez sim, só não diga a seu coração.

Você é eterno aprendiz?
Talvez não, espere outros dias para ter razão.

Você é dono de si?
Talvez sim, as pessoas não enxergam esta situação.

Você faz feliz seu coração?
Talvez não, a vida não mostrou esta opção.

Você possui sua liberdade?
Talvez sim, somente não digo isto com convicção.

Você torce seu nariz?
Talvez não, aprendi a viver sem alguma emoção.

Você acredita no que diz?
Talvez sim, sou exímio trapaceiro, nada de solução.

Você aprendeu aquela canção?
Talvez não, a vida fora corrida, descomedido trovão.

Você alguma vez sorriu?
Talvez sim, não de descontentamento, pedindo somente explicação.

Você nunca partiu?
Talvez não, nunca estivera presente, garoto sem compreensão.

“Despedida de uma esperança”



O país onde vivemos é gigante por sua extensão, mas pequeno em sua cultura e moroso para qualquer modificação. Observamos no dia –a –dia muita vergonha, roubalheira e mortes sem explicação, mas como somos um povo aonde tudo acaba em alegria, resta apenas bater palmas e esperar inerte a chuva da próxima estação.
Hoje em dia é de suma importância se preocupar com a música e com a perversão para nossos jovens, não importa mais uma simples moradia ou a comida para enganar a fome, hoje queremos muito mais circo do que pão e por detrás disto a imprensa dita esta entonação.
Vivemos ao ritmo da demagogia desbriada de nossos pífios políticos.
Nossos filhos e os pais da situação vivem sem sequer saber se possuímos alguma tradição, a bunda na televisão ou o jogo da nossa milionária seleção é nossa única preocupação, nosso orgulho nunca será ferido, pois não sabemos o que significa esta expressão.
É triste saber que hoje os “coronés” mudaram de nome, hoje eles usam ternos e gravatas, dão entrevistas e intimidam toda uma nação, manipulam as leis, enriquecem seus patrimônios e que se dane o resto da população. São os homens que regem nossas vidas, ou seja, estamos nas mãos de assassinos, covardes e bandidos e vivemos assim esperando embasbacados o minguado trocado no fim do mês que acaba antes de chegar em nossas mãos.
Precisávamos de uma mudança radical e maciça, não aceitar cabisbaixo chicotadas que ferem muito mais nossas almas do que a carne combalida,precisamos de uma voz que fale sem tom de hipocrisia,que resgate a esperança imaculada,que não tenha medo de enfrentar e perder batalhas em certos dias,precisamos nos tornar alguém,mostrar as caras e dizer que não estamos satisfeitos com esta palhaçada maquiada.Somos homens e mulheres e temos vergonha na cara e queremos deixar a despedida de nossa esperança para nossos últimos dias.


Obrigado.

“Algo que possui seu valor”





De que adianta uma palavra que cai ao vento, de que adianta ouvir a repetitiva velha canção, se o vento gelado é tormenta e a canção é apenas adereço de inútil decoração.

De que adianta ouvir ordinário elogio, de que adianta ouvir caprichoso, sermão se o elogio é uma farsa banida, nada vale teu tristonho sermão.

De que adianta apoiar a cadeira quebrada ao relento, de que adianta romper a madeira de tua imaginação, se a cadeira não te acomoda e a madeira partiu-se com as mãos.

De que adianta colher as flores, de que adianta pedir perdão,se as flores já estão mortas e se a falha não tem perdão.

De que adianta transpirar velhacos desassossegos, de que adianta ansiar por momentos irrisórios de inspiração, se o desassossego é uma dúvida consigo mesmo e o ilustrado lampejo de inspiração dorme sem acalento.

De que adianta satirizar a noite em que esquecemos de dar risadas, de que adianta muita confusão, a vida não dura nada; utópica convicção.

“Meu pecado favorito”

A ânsia que percebo em meu peito corrói os dias, transforma o medo em desejo, traz a proteção errada, alimentando minha gula inacabada.

A mesquinhez é dispensável, o outro lado também,a melodia é agradável e a ironia não vêm,fecho os olhos em desagrado enquanto a avareza me têm.

A sensualidade de seus olhos faz com que eu chore por você e tente também, meus costumes já não são os mesmos enquanto a luxúria segue meus passos com ninguém.

A única vez que senti sua falta tive ódio também, chorei em descompasso, a vingança se tornou um desejo aquém, o fogo que brinquei trouxe a ira de vez.

A minha morbidez em saber que você sofreu e nada fiz, trouxe inveja e acalento, algo insano de dizer, não sei por que gostei.

A falta de desejos e vontades impediu meus lábios de dizer te amo, a voz que era rouca tornou-se incapaz de gritar seu nome, com preguiça senti falta e sequer sonhei.

A presunção que era minha única e fiel amiga acompanhou um desejo imoderado e infundado pela admiração alheia e grosseira, então fujo de minha mente onde a vaidade é meu algoz.

A vela acesa apagou-se ao nascer do sol, um vento frio disse algo como um não, certo ou errado, incapaz ou insensível, esta resposta não sei, apenas acho também que meu pecado favorito é amar alguém.

“As flores”


Como não falar de seu perfume perene, inebriante presente, dádiva encantadora, desordem inocente.


Como não falar da alegria de seu desabrochar, abrindo os braços para encantar.


Como não falar do encanto que elas dão aos pássaros, sublime canção inolvidável.


Como não falar de sua lembrança em datas festivas, uma rosa, um beijo.


Como não falar das primaveras, histórias cativantes, juízos perdidos, amantes felizes, belos romances.


Como não falar da sua eminente beleza, pedaço do céu, pacato trabalho, nobreza.


Como não falar das flores, se foi através delas que descobri seu nome.

“Aproveite seus dias”

Devagar se passam os anos e veloz vai-se o tempo.

Os dias de outrora insuficientes, dão agora lugar a apenas dias.

Corre-corre corriqueiro, pega-pega sem parar, já hoje meus passos são pequenos.

Um pedaço de bolo caseiro, a teimosia a enfrentar, são lembranças de lá atrás.

O riacho que brincava e os frutos das árvores que achei; hoje acho que esta herança não deixei.

A fogueira abre a noite, a bebida a esquentar, as estórias sem ofensas, uma noite que não pode terminar.

Desprovido de malícias, sem orgulho e sem rodeios, apenas crianças felizes recitando suas alegrias.

O respeito nutre a alma, a escola da vida também pode ensinar; tudo é fácil aprender, quando não se quer brigar.

Os dias vieram e virão, cabe a cada um aproveitá-lo como quiser, não sendo maior, ou sendo incapaz de entender um desejo; apenas deixe o dia te encantar, o resto é fácil de encarar.

“Enfim um pouco de paz”



Hoje tive paz, meu transtorno desapareceu e não foi delírio, acho até que Deus ouviu meu suplício, meu mais profundo desejo; o silêncio é a benção de minha paz esquecida.


Posso dormir e não ter hora para acordar, nem mesmo o sol poderá impedir, será um dia para se fazer histórico, os minutos e as horas não podem me alcançar.


Hoje o único fragor é o de minha tranqüila respiração, o alívio de meu coração; as portas não serão abertas e o choro não virá me incomodar, uma batalha vencida.


Posso planejar meus passos sem tropeçar na estúpida repetição, a casa está repleta de calmaria, achei até que isto nunca mais existiria, tudo que fora meu simples pedido, pude encontrar.


Hoje a vida me deu seu sorriso, um estilo incomum, mostrando o dia não ser comum, vícios e caras fechadas não mais fazem parte de minha jornada; obrigado nova vida.

“A promessa”


Escrevi uma carta com um pedido meu, esperei uma resposta de um sonho que se esqueceu.


Ouvi murmúrios atrás da porta, palavras tortas, depois se perdeu.


Detalhes de uma promessa grandiosa, a maior aposta, uma noite formosa.


O sol deu um sorriso por detrás das rochas, o vento esperto riu de maneira frondosa, a noite bateu palmas a este apogeu.


A mim restou felicidade despretensiosa, não mais aquela velha nota,a promessa enfim apareceu,deixou barato a discórdia, um caminho meu e seu.

“CAUSE MEDO AOS QUE TE INVEJAM, EXTERMINE OS QUE TE ODEIAM,
ATRÁS FICOU O QUE JÁ PASSOU, AME SEMPRE QUEM TE RESPEITOU”

“SE ALIMENTE DE ESPERANÇA, NUNCA DIGA QUE ALGO O CANSA,
RESPIRE OS SEUS SONHOS, NÃO ESPERE ACORDAR”

“Outra noite sombria”



O meu dia fora carregado apenas de perfeição, para onde caminhava, tudo me sorria, um minuto exacerbado... não me atingia.


Os beijos e abraços, soberba magia, demoras e atrasos, isto não existia, a fera estava amansada, nada mais, muita alegria.


Os desejos, os pedidos, mera esperança em vão, a noite se aproximava, o tempo não parava e o minuto corria.


O dia disse até logo, deixando a paz para o próximo dia, todo sonho se tornou incerto, aguardava pela covardia.


Os fantasmas me apunhalavam, a sede de vingança, isto sim existia, queria uma noite silenciosa; meu pecado enfim... não permitia.

“Somente uma morada”

Simples para uma casa, singular o que lá existia, simples quem lá visitava, singular o que se pedia, simples o que de lá se esperava, singular o que conseguia.

Não havia aconchego, mas havia barulho, não havia trapaça, mas havia magia, não havia espaço, mas havia sintonia.

Simples como a terra molhada, nunca é demais o que se fazia, simples como a estrada, nunca se perdia, simples como nós, nunca esperando o que não se queria.

Não tinha cor, mas por lá não se sentia dor, não tinha comida, mas com amor se vivia.

Simples tal qual a jangada, é o vento que nos guia, simples tal qual uma singela risada, é o presente da vida, simples tal qual respirar, é assim, irradia.

Não almejo dias para mais, só viver com maestria, não almejo me preocupar, só quero partir com alegria.

“SEJA ALGUÉM, BUSQUE ALGO, PENSE UM FATO, OLHE ALTO”

“A pior degradação é aquela quando homens poderosos se curvam ante interesses mesquinhos”

“Seja a dúvida sua companheira para enfim aventureira elucidar os seus dilemas”

“Dor verdadeira”

Por mais sangrento que seja um não, prefiro saber que foi verdadeiro e que veio da alma esta negação.

“Eu me sinto livre, trancafiado em meus pensamentos”

“Às vezes nossos sonhos não são palpáveis, mas de maneira igual, continuam desafiadores”.

“A arte de escrever poemas e poesias nada mais é do que manipular bem as palavras e fazer aquela palavra escondida se tornar bela e digna de alegria”.

“A minha ou tua consciência”

A consciência é uma segunda mãe, é nociva e não faz mal, é sagaz e altruísta,é esperta e muito sabia,é covarde ao meio dia.

A consciência não quer conselho, não quer viver de heresia, ela é despedaçada, incapaz traz alegria, ciumenta, bem melhor, é um mar de águas límpidas.

A consciência é veloz, tem a força e magia, traz certeza e nada mais, enche a gente de agonia, num lampejo traz a paz, vislumbra mais que a casa vazia.

A consciência de dias atrás trouxe a fome, guerra, morte, falácia, tudo pela teimosia, também pode ser capaz de mudar um marco e trazer a vida, para àqueles lá atrás que sequer viviam um dia.

A consciência não é produto, não a compro em promoção, uns a têm de forma clara, outros não conseguem olhar o chão; a mente humana não é rara, é seu teor que está constrito, tenho receio desta fala, pois pensar pode deixar de ser amigo.