Marques Bueno

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"Sussurros ensurdecedores”



Amar alguém não é um sacrifício desumano, é uma dádiva que sempre está engatinhando.

Chorar por alguém não é convincente, esperar sempre a mesma resposta é vício insignificante.

Amar mesmo alguém é viver a cada respiração, não esperar sofrimento, vida sem perturbação.

Chorar enquanto suspira é ler a carta manchada pelas lágrimas da última discussão tardia.

Amar o sol que não vem, pode erroneamente culpar a noite por faltar sedução.

Chorar pela falta de romantismo é esquecer a poesia declamada, não temendo o trovão.

Amar a eloqüência de um sorriso é fácil para o coração, é bom; contagia.

Chorar e se perder é trair a promessa de duas almas, influência vazia então.

“Desalinhos do amor”




O amor verdadeiro não é simples e barato, é tal qual um animal que nunca pode ser domesticado.


O amor é um lampejo, o melhor fruto da estação, de mansinho traz o vento, subitamente torna o inculto inspirado.


O amor é sublime diversão, é rota para o paraíso, mas também traz muita decepção, trocadilhos para muita emoção.


O amor não traz sufoco, não traz medo e tampouco desilusão, é alimento para a alma, é muito nobre sua canção.


O amor é um desassossego, é soberba sua inspiração, quem ama tem apego, quem não tem, nunca experimentou desta magia.


O amor é conta-gotas, não transborda teu coração, é dosagem na medida, não se acha na esquina, é tudo o que contagia.


O amor não tem idade, não tem preço e não é produto de exposição, quem achou é pedra rara, não mais se verá perdido.


O amor é tudo do que já foi falado, poesias muitas, amor pueril, frases sem hipocrisia, muito mais que mero pedido.

Inserida por MARQUESBUENO

“O doce torpor do absinto”


Simples imaculado, vicio inacabado, sorriso tímido olhos avermelhados, teu nome não é um insulto, apenas algo que não se pode ler.


Vertigens em forma de canção, momentos inesquecíveis, amigos eu sei que não, seu abraço é um alivio, infelizmente não vivo atrelado a esta estúpida ilusão.


Simples caminho coberto de escuridão, aliás, é um belo abrigo, só a morte é fiel companheira, toda vida é aventureira; apesar de tudo, sua propriedade não se pode ter.


Vertigens nas cicatrizes alheias a nas almas que pediram socorro, estado pútrido daquela vida carente, brincadeira inocente que nunca sai da mente, trazendo pura inação.

Inserida por MARQUESBUENO

“Tardes sufocantes”

Adentrei em nossa casa e o silêncio sepulcral se fez presente, vazio pela casa, lembranças na mente.

Olhei o velho relógio pendurado na parede acima de sua foto, e por mais que tentasse, ele sequer mudava sua rotina torturante.

O telefone não toca, os pássaros sequer ciscam em nosso jardim, o tempo parece uma afiada navalha, rasgando impiedosamente, minha saudade insolente.

Os passatempos não me valem de nada, fechar os olhos além de doloroso, faz com que a distância engrandeça novamente.

Agora as tardes são insignificantes, o sol escaldante não aquece um corpo ausente, o café se tornou amargo, a comida insuficiente. Volta logo, assim posso abrilhantar o sol divinamente.

Inserida por MARQUESBUENO

“A dor que corrói a alma”

O jantar, os talheres, as flores raras enfeitando a mesa, o vinho da cor do pecado, o aroma dos sabores... só não contava com tua ausência.

Os minutos martelam minha mente, a cada hora passada sinto-me mais carente, Deus castiga-me de forma velada... pois sou pecador inocente.

A cama vazia, o perfume da última noite, as gargalhadas, os abraços, aquela vida encantada... o destino mata muito além da alma,sonhos,ilusões,bem que gostaria.

As cartas esparramadas pela mesa, o anel em que seu dedo brilhava; agora apenas papel e lataria... inegavelmente o amor foi maior,reluzia.

Uma simples jornada era o que queria, mas a vida possui suas trapaças, nada que amedronte, apenas destrói o que mais se almejava... um amor puro que nunca se esquecia.

Inserida por MARQUESBUENO

“Dor verdadeira”

Por mais sangrento que seja um não, prefiro saber que foi verdadeiro e que veio da alma esta negação.

Inserida por MARQUESBUENO

“Desejos por detrás da porta”

Anseio tal qual um lobo faminto para saber de seus segredos, não importa se queres a terra ou o mar, seu desejo eu vou conquistar.

A porta sempre andou fechada, mas seus passos podiam ser ouvidos à distância, o perfume e a sua risada inebriantes teciam o caminho que as estrelas deviam iluminar.

A briga agora é contra minha timidez, sei tudo o que você faz e também o que já fez, não sou estúpido em me declarar, mas o tempo vai caminhando a longos passos mais uma vez.

O martírio é passageiro, mas seu amor não é veraneio, sou capaz de mudar minha vida, preciso além de seu abraço, também dos lábios teus.

Ouço histórias e canções de amor, verdades e decepções,nada que me abale,sou poeta graças a meu coração, às vezes sofro calado, noutras choro sem convicção.

A verdade é que fui fiel nesta batalha, nunca lutei procurando outra paixão, corri muitas vezes embasbacado, era esperado teu aceno para assim viver com razão; abrir a porta não foi nada, agora quero teu coração.

“NÃO TENHO RAIVA DA DISPARIDADE HUMANA E SIM DA COMPLETA E DESGRAÇADA HIPOCRISIA, QUE INFELIZMENTE HOJE EM DIA É O QUE NOS GUIA”

“Somente uma morada”

Simples para uma casa, singular o que lá existia, simples quem lá visitava, singular o que se pedia, simples o que de lá se esperava, singular o que conseguia.

Não havia aconchego, mas havia barulho, não havia trapaça, mas havia magia, não havia espaço, mas havia sintonia.

Simples como a terra molhada, nunca é demais o que se fazia, simples como a estrada, nunca se perdia, simples como nós, nunca esperando o que não se queria.

Não tinha cor, mas por lá não se sentia dor, não tinha comida, mas com amor se vivia.

Simples tal qual a jangada, é o vento que nos guia, simples tal qual uma singela risada, é o presente da vida, simples tal qual respirar, é assim, irradia.

Não almejo dias para mais, só viver com maestria, não almejo me preocupar, só quero partir com alegria.

Inserida por MARQUESBUENO