Marisa Martins
Há pelo menos três "coisas" que me encantam:
Públicos fieis. Pessoas que são boas naquilo que fazem. E equipas que orgulham quem as lidera.
A maturidade também faz com que as pessoas percam a paciência para sentimentos pouco correspondidos, para ligações cheias de " gosto de ti" ou "sempre contigo" , mas fracas ou nulas em afecto e companheirismo...
Isso. Viver de mentira , de faz de conta. Banalizar palavras referentes a sentimentos. Isso. Sorrisos, comentários e outras coisas mais. No facebook e olhos nos olhos ficam sempre bem e há muito quem agradeça. Mas depois na frincha são as desconfianças, os julgamentos, e as coisinhas que não lembram ao diabo. Isso. Inventem-se publicações, fotografias fabricadas, e sentimentos viciados. Adaptem-se textos há muito escritos por outros, seja-se aquilo que não se é nem nunca se há-de ser, porque a pequenez e mesquinhice não o permitem. Façam-se todas estas coisas e outras mais. Mas por favor...longe de mim e de pessoas que gosto e quero bem.
Escrevi uma vez que não é preciso ser-se uma cobra humana para saber como atacar e descompor pessoas. Parece que vou ter que relembrar .
As pessoas más, falsas, mentirosas e manhosas normalmente são as mais inseguras de todas. Ou se calhar são assim mesmo, porque não gostam delas mesmas. E quando não gostamos de nós, gostar dos outros torna-se tarefa impossível.
Deve ser muito triste ser assim.
É verdade e posso assumi-lo publicamente. Não tenho um , tenho vários amantes. Chamam-se turbilhões !!! São todos diferentes, e por uma razão ou por outra lá acabamos por nos enrolar desalmadamente como se não houvesse amanhã.
Gosto de pessoas genuínas. Imperfeitas, mas verdadeiras. Muitas delas até são essas imperfeições que as tornam ainda mais interessantes. Eu gosto de pessoas assim. Cheias de defeitos, mas autênticas.
Mesmo arrumado numa gaveta fechada, há sempre algo que nos força ou incita à sua abertura de vez em quando. Era bem pior, quando ela ainda estava entreaberta, contigo sempre à espreita , a fintar-me a cada passo.
Nos dias de hoje, em que muita coisa mudou , forçosamente ou não, isso nem interessa, tu és uma personagem de gaveta. Mas não é uma gaveta qualquer. Eu até lhe dei um nome. Porque tu não merecias ficar numa gaveta sem nome, mesmo que o mesmo represente um "karma" na minha vida. Claro que não merecias. Da mesma forma que nunca fizeste por merecer que eu, ao invés de te arrumar numa gaveta , te atirasse para o lixo ou arrancasse impiedosamente as folhas onde escrevemos juntos uma história .
Demorou um certo tempo até conseguir enfiar-te dentro da bendita caixa com chave. E depois a tranca-la. Foi um longo tempo de tentativas, todas elas frustradas, porque também demorou a chegar a mim a vontade de realmente fazê-lo. Porque no fundo eu nunca quis que o teu lugar fosse um lugar de gaveta, porque na realidade sempre tiveste lugar , espaço e sentimento para mais. Mas na vida nem sempre os motivos de força maior se resumem a lugares, espaços e sentimentos. Ou ironicamente, até acabam por resumir-se. De uma forma diferente para os dois, é certo, mas a verdade é que para nós os motivos de força maior, aqueles que te atiraram para uma gaveta sombria mas cheia de segredos e episódios felizes, estão intrinsecamente ligados a tudo isso. A sentimentos múltiplos, a lugares dispersos e espaços limitados.
Gostar de alguém é acima de tudo conceder-lhe a liberdade de ser ele próprio em todas as circunstâncias...
Com o tempo percebes que o Mundo é mesmo assim, e pessoas hipócritas há aos montes. Vamos tropeçando em algumas, mas temos sempre a opção de as desviar do nosso caminho. É o melhor de tudo. Somos nós que escolhemos . Quem não interessa, não interessa. E isso basta.
Ser o mau da fita aos olhos de um hipócrita é a coisa que menos importa para uma pessoa no seu perfeito juízo.
Numa ligação entre duas pessoas, em que a amizade se sobrepõe a todos os outros sentimentos nada se suplica ou e nada se implora. Não há espaço para cobranças. Este é um dos muitos pontos do meu conceito de amizade.
O melhor que uma pessoa pode fazer quando sente que a inveja paira à sua volta, é ser ainda melhor do que já se é.
Costuma dizer-se que : " quanto mais alto se voa , maior é o tombo" .Mas na verdade , se tiverem um solo protegido ...a queda até pode nem doer muito. Eu acho que a intensidade do tombo tem mais a ver com a forma como se voa, do que com a altura que se atinge.