Marinho Guzman
Sonhos e pesadelos não acontecem só quando a gente dorme.
Pode ir dormir agora, mas não adianta sonhar com um Guarujá melhor. Em 2.013 certamente SS coisas não vão mudar e se mudarem não vai ser para melhor. Nem há chance dos nossos melhores sonhos se concretizarem.
Foram escolhidos os vereadores da legislatura para o quadriênio 2.013 a 2.017 e as alternativas para administrar a prefeitura são no
mínimo lamentáveis.
Parece que a única notícia razoável é a impossibilidade matemática de que o ex-prefeito Farid Madi possa ter sucesso nessa empreitada.
Somados todos os votos das possíveis alianças, descontados os desafetos, os descontentes, os inteligentes e os que já foram trocados e vendidos para apoio à outra candidata, Dona Maria Antonieta de Brito, restará, felizmente, uma derrota retumbante, humilhante e final, que certamente enterrará de vez o pesadelo que foi a era Farid Madi.
Apesar dos pesares durmo mais tranquilo, pelo menos hoje. Metade do meu sonho já se realizou. Foi o alijamento dessa grande parcela ruim que dominou a cidade por um tempo que embora breve pareceu uma eternidade.
Vou tomar um lanche leve, porque é sabido que dormir de estomago cheio é meio caminho para pesadelo, vou tentar digerir a composição do legislativo, que mais parece uma lista de suspeitos, se levadas em consideração as acusações que pesam ou já pesaram sobre eles.
Boa noite. Sonhe com os anjos porque os demônios continuaram articulando, se bem que a melhor palavra não fosse essa.
O tempo passa muito rápido?
Meu Gato virtual o Mó III desandou a miar essa manhã.
Miáu... quatro anos passam depressa? Miáu... miáu...vou ter que aguentar você escrevendo os desmandos da prefeita mais quatro anos? Máu... miáu...uháu...!
Não estranhei o gato falando de política porque minha querida Amanda não fala de política, abomina qualquer discussão e é sabido, faz mais de trinta anos que eu não elogio um candidato, qualquer candidato a qualquer cargo.
Miáu!!!Miáu!!! reclama novamente o Mó III, sucessor e meu confidente depois do passamento dos queridos Mó I e Mó II.
Tentando ver quantas contas tinha para pagar nesse primeiro dia inútil do mês resolvi responder qualquer coisa e rápido.
Quatro anos da Maria Antonieta pareceram uma década, quatro anos do Farid uma eternidade... Que mais????
O Mó III mais do que depressa miou:- Miáuuuuuuuu!!!! Vota na Maria!!!!Miáuuu!!! Vota na Maria...
Quem sou eu para duvidar do Mó, ainda mais nessas circunstâncias...
Meditabundo
Sabe lá Deus como, porque e de onde, aparecem algumas palavras na minha cabeça, mais ou menos como com algumas pessoas que eu já vi assobiando ou cantarolando uma canção e a pessoa diz que de repente a música apareceu e se estabeleceu.
Não estou, nem me lembro de quanto tempo faz que não me pego meditabundo.
Nem mesmo quando estou chateado, cabisbaixo e tristonho, geralmente num um dia cinzento, fico dizendo por aí que estou meditabundo.
E já que a palavra não sai da cabeça vai para o teclado.
Haja inspiração para escrever sobre qualquer tristeza, eu que não bebo faz vinte quatro anos, não fumo faz mais tempo e para quem a ultima triste desilusão amorosa foi nos anos oitenta.
Faço uma forcinha para lembrar de algo triste. Lembro que fiquei muito triste quando o meu gato o Mó II morreu, faz mais de um ano.
Lembro que fiquei triste, mas que essa tristeza já deu lugar para uma saudade gostosa, que para mim costuma tomar o lugar da tristeza, depois de um tempo, quando lembro dos que amei e que se foram.
Depois do Mó II eu inventei o Mó III, meu gato virtual e com ele tenho brincado, até que eu resolva, se é que isso vai acontecer, adotar outro gato, que possivelmente se chamará Mó. Mó IV.
Foi tiro e queda. Só de lembrar dos Mós esqueci a palavra título e fui olhar algumas fotos de gatos.
Li em algum lugar que na Holanda tem uma casa ou loja, onde você pagar cerca de R$ 30,00 e pode brincar uma hora com os gatos.
Se houvesse uma por aqui certamente eu seria cliente.
O antônimo de meditabundo é alegre, contente, despreocupado. É como eu estou agora.
Tenham um bom dia!
Um é pouco dois é bom e eu já fui longe demais.
Mal amada, mal humorada ou mal educada?
É sutil a diferença, motivo pelo qual, no mais das vezes, essas pessoas conseguem ganhar a tríplice coroa.
Se você trabalha com atendimento público deve estar sempre disposta a dar um sorriso, ainda que nem tudo esteja correndo às mil maravilhas.
Quem está recebendo esse serviço não está pedindo favor nem deve participar dos sues problemas.
Às vezes eu tenho vontade de enfiar o dedo no olho... de gente que me atende mal.
O assunto foi sugerido por Amanda Palma.
Tão educadinha e gentil que às vezes dá até raiva.
Nem tudo está perdido.
A humanidade beira o caos. Guerra sangrenta entre patrícios, descaso total com a vida humana em países onde a população tem mais de quarenta por cento de aidéticos e esse número só não aumenta por causa dos óbitos.
Onde não tem AIDS tem fome e quando as duas estão juntas os governantes estão ainda mais ricos.
Aqui no nosso nariz, apontados pela imprensa, os crimes cometidos pelos políticos são tantos que não há sistema judiciário suficiente para julgá-los, condená-los e prendê-los.
Nem tudo está perdido. Se a gente procurar bem, vai encontrar centenas e milhares de pessoas cultas, inteligentes e de bom caráter que poderiam mudar todas as coisas erradas.
Não lhes falta capacidade, falta-lhes porém, coragem.
Até para dizer com todas as letras os nomes dos ladrões em voz uníssona.
É por isso que o velho ditado está cada vez mais presente.
Quem cala consente.
Nem tudo ainda está perdido.
A verdade..
Pregar virtudes é um erro em que costumeiramente me pego.
E porque não?
Virtudes são valores politicamente corretos que não fazem mal a ninguém.
Ser sincero é uma virtude, sou um virtuoso mesmo quando confesso minhas fraquezas, dentre elas, o prazer involuntário que sinto em ver o castigo das pessoas por serem maldosas, por promoverem intrigas e por permitirem que a inveja domine
seus corações. Corações que não têm lugar para a admiração, para o respeito e para o reconhecimento dos méritos daqueles que se esforçam para ajudar ao próximo.
Ontem eu passei, depois de algum tempo, em um lugar que foi minha casa, meu lugar de trabalho e de convívio com dezenas de pessoas por cerca de vinte anos.
Aparentemente tudo está como quando eu o deixei.
Só aparentemente. Por trás das intrigas dos covardes, é possível ver que o mal superou o bem e que a espada de Dâmocles está onde sempre esteve, por um fio, sobre a cabeça de quem temporariamente administra e tem o poder de mandar.
Mal passados alguns meses e já se percebe que administrar não significa só mandar.
Se o castigo das pessoas é serem como elas são, o castigo dos fracos e dos covardes é serem sempre joguetes na mão dos que se apoderam temporariamente do poder.
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Só se vive uma vez.
E isso tem que ser bastante, tem que ser suficiente e pleno, porque arrepender-se do que não se fez é impossível.
Soa como redundância, mas observando algumas pessoas parece que elas não sabem que aos quarenta ela já passou da metade, aos cinquenta certamente já viveu a maior parte, aos sessenta ela já viveu muito mais do que poderá repetir.
Como dizia uma velha empregada, “cada um sabe de chi”.
Cada um sempre teve livre arbítrio para fazer suas escolhas, hovessem ou não sido as melhores, e se as lembranças não forem as que a gente desejaria, o melhor a fazer é esquecer e tocar para frente, nunca ficar culpando os outros porque a vida da gente não deu certo, o que é meio caminho para que isso continue acontecendo.
Falar parece fácil. Mas o que fazer com os ex-maridos e mulheres? O que fazer como os filhos que enfrentam agora aquilo pelo qual nós já passamos, já erramos, já sofremos e não conseguimos transmitir? Como ajudar para que outros não cometam os mesmos erros?
Realmente não há muito a fazer!
Quando as relações se deterioram é como um cristal que se parte. Não há remendo que resolva. Melhor abandonar uma causa perdida do que continuar a procurar remédio para o que vai continuar sendo só remediado.
Só se vive uma vez e se você tiver isso presente, vai ver que a perda de tempo talvez seja o único erro que não pode ser repetido.
Só se vive uma vez, uma única vez. Não perca nenhum tempo com quem não merece, porque essa pessoa estará roubando a sua vida.
Turistas vão a Las Vegas jogar um pouco, beber muito e casar.
Se fosse permitido jogar legalmente no Guarujá, algumas vadias bêbadas contumazes, enfrentariam um divórcio a cada porre.
Nada contra as vadias nem contra os porres, meu problema é com o casamento....
Quem diria?
Os muito bons de ontem podem ser muito ruins amanhã e vice-versa.
A gente não prevê o futuro mas sempre pode avaliar o passado.
E o futuro... ah.... esse reserva mais surpresas do que supomos quando jovens e só se percebe de fato, o que é a vida adulta quando já se passou por ela e tem que se encarar a tal da terceira idade, que apelidaram agora de melhor idade, numa tentativa de adoçar o amargo da caipirinha da qual sobrou a ressaca.
Não sei se fico mais surpreso quando encontro uma anta do passado que fez em sucesso ou alguém que fez muito sucesso na juventude e está no ostracismo. A gente vê de tudo...
Segundo a sabedoria popular a vida é como uma roda gigante. Às vezes a gente está lá em cima e outras vezes em baixo.
E como é difícil estar por baixo, tropeçar e descer degraus, derrapar nas pegadinhas que a vida insiste em nos dar. É preciso estar preparado, ter ajuda de gente boa e esperança de que dias melhores poderão vir.
Uma coisa é certa, não adianta só ter esperança porque o tempo corre por trás da gente, empurrando para baixo ou para cima e se você não remar muito, fizer muita força e encarar firme as ladeiras, vai perceber que no caminho fácil da descida pode ser atropelado pela inexorável avalanche dos anos.
Faz o seguinte, joga na loteria uma vez por semana, mas trabalha todo dia tá...
Pequenos goles e leves mordidas.
A vida tem que ser sorvida em pequenos bocados.
É comum a gente empanturrar-se com grandes, fortes e rápidas emoções.
Não se deve entretanto esquecer, que o verdadeiro sabor de qualquer coisa se percebe enquanto estamos sóbrios e atentos.
São ilusórias as emoções vividas com filtros que prometem altas viagens e que não raro terminam com acidentes de percurso e desastres.
Mergulhos profundos não cobrem distancias, caminhadas pequenas não levam ao destino.
Há que dosar, e isso dá para aprender.
Às vezes cedo, algumas vezes tarde, muitas vezes nunca.
Vida
Há uma época na vida que a gente não imagina que vai ficar velho e vai morrer.
Todas as descobertas são novidades e felicidades.
Cedo ou tarde a realidade começa a aparecer e a gente toma conhecimento do que é perder um bichinho de estimação, um ente querido, um parente mais próximo.
O contato com o fim quase sempre é numa sequencia é lógica e perdemos nossos queridos avós. Ainda assim, parece que a morte é coisa dos outros.
Parece que a gente vai viver para sempre.
Mas, finalmente, em algum momento a gente descobre a realidade das nossas vulnerabilidades.
Seja pela doença ou pela morte de gente bem próxima, caímos numa real de que a vida é efêmera, que a passagem por ela pode trazer muitas alegrias e conquistas, mas carrega sempre o os percalços e que a única certeza da vida é a morte.
Para muitos, onde me incluo, essa certeza não assusta. Esse é momento para parar de comer, fumar e beber. Todos sabem que essas são coisas onde menos é mais.
Breve você vai estar matematicamente mais perto do fim do que do começo, deve ter em mente que é hora de aproveitar a vida e pensar que a morte será puro e merecido descanso.
Inteligência
Inteligência é a habilidade de entender, raciocinar, planejar, e aprender a resolver problemas. Pensar de forma abstrata, compreender ideias complexas, escolhendo a melhor dentre as opções disponíveis, com isso obtendo os melhores resultados, em circunstâncias em que o instinto e o habito não podem ajudar.
Minha mãe.
Um texto não precisa exaurir uma ideia, assim como uma iguaria não precisa matar a fome.
A morte é o fim e pode ser também o começo, a religião não foi feita para ser entendida, devemos aprender a ler os sinais do Criador para acreditar que não estamos aqui por acaso.
Depois disso, dá para escrever essas linhas sem a preocupação de que mais de noventa anos de vida possam ser resumidos em algumas palavras.
Minha mãe partiu!
Apesar do o triste e doloroso último ano ela não tinha nenhuma doença e não queria morrer. O brilho nos olhos durou até o último suspiro e espero que ela já tenha encontrado aqueles a quem amou e de quem teve as melhores lembranças.
Muitos vivem, alguns deixam um legado e a saudade é personalíssima, podendo ser dolorosa para uns e gostosa para outros.
O legado deixado pela minha mãe vive dentro de mim como sempre viveu. Sou capaz de lembrar-me dela desde os meus cinco anos de idade, me acompanhando nas lições do colégio, com muito rigor e com doçura.
Lembro-me dela por toda a vida deixando de lado a sua para acompanhar a minha. Lembro-me do seu desespero quando na rebeldia dos meus vinte anos, ameacei deixar a escola e ela me convenceu a continuar.
Lembro-me da mãe guerreira que cuidou da casa sozinha e ainda trabalhou, dando aulas particulares de piano na casa dos alunos, poupando-os do trajeto que ela fazia sem reclamar.
Lembro-me da sua alegria de encontrar um novo companheiro, com quem viajou todo o mundo por várias vezes e de quem falava sempre com muito carinho em vida e depois que ele partiu.
Lembro agora e sempre lembrarei, que a parte boa de quem sou veio dela.
Não estou triste. Com a convicção que ela tinha que ao partir reencontraria seus queridos, breve estaremos juntos novamente.
A gente conhece as pessoas mas nem sempre sabe da sua origem.
Outro dia escrevi do meu avô, imigrante espanhol e cujo primeiro emprego foi ser carvoeiro, chegando exclusivamente pelo árduo trabalho, a ser um dos maiores latifundiários do Brasil.
Nos dias seguintes tive uma torrente de lembranças dele, do meu pai, da minha mãe e especialmente da minha avó materna Rosa de Andrade Pacheco.
Dona Rosinha como era chamada, teve quinze filhos, dos quais doze sobreviveram. Acho que foi um recorde para a época onde a mortalidade infantil era enorme. Minha mãe filha mais velha, tem hoje 92 anos de idade e vários tios e tias estão vivos.
Dona Rosinha era quase venerada por todos que a conheciam. Depois do segundo ou terceiro incêndio que destruiu a marcenaria do meu avô, deixando-o depressivo e praticamente inabilitado para o trabalho, arregaçou as mangas e com forças tiradas de não sei onde, transformou a casa onde morava e outra que herdara da mãe, em casas de cômodos, as quais alguns mal educados e deselegantes chamavam na época de cortiços.
Com a renda dos aluguéis sustentou e formou todos os filhos, tendo como peculiaridade a formação musical da maioria no Conservatório Musical e Dramático de São Paulo, coisa que não era para muitos na época.
Não eram tempos fáceis como me contou minha mãe, mas a vó Rosinha conseguiu agregar toda a família e a sua casa era o porto seguro, o lugar onde mesmo depois de casados, filhos, filhas e netos se reuniam em almoços, festas de aniversario e especialmente no Natal, na Rua Sergipe 248, endereço nobre em Higienópolis, casa que ela comprou depois que as coisas melhoraram e ela ficou até bem de vida, tendo reformado e transformado o casarão imenso num belo palacete.
Cheguei a morar com a vó Rosinha por uns seis meses porque minha mãe, acometida por uma nefrite, ficou imóvel na cama, e essa lhes pareceu a melhor solução, uma vez que eu estudava no Colégio Rio Branco, apenas três ou quatro quadras da casa da vó.
Depois que meu avô morreu e ele morreu cedo, acho que com uns cinquenta anos, minha vó e as filhas mantiveram um longo luto, vestindo-se de preto por pelo menos um ano, como era costume na época. Eu tinha quatorze anos.
Terminado o luto, e é dessa época que eu me lembro. A casa estava sempre em festa, abastecida de comida e cheia de visitas. Familiares e amigos e amigas dos filhos vinham visitar a Dona Rosinha com um carinho memorável, uma vez que ela participou ativamente na formação de todos e a todos dava conselhos, atenção e carinho.
Dona Rosinha morreu cercada da família que criou e manteve agregada. A família amparou-a na velhice e até que o casarão da Rua Sergipe desse lugar a um luxuoso prédio, a família ainda se reuniu lá por um tempo.
Tenho saudades da lembrança do que é uma família grande e unida, coisa que hoje em dia pouco se vê.
Cuidado com o álcool !
Todo mundo está cansado de saber que se trata de uma droga. Da categoria das permitidas e aceitas mas ainda uma droga. As coisas andam bem longe do brinde, do acompanhamento de uma refeição, daquela primeira dose que acelera os batimentos cardíacos e desinibe as primeiras palavras. O que se vê é o exagero da bebida alcoólica com mil desculpas e subterfúgios para tornar aceitável essa perigosa droga que mata mais do que qualquer outra. Mata quem bebe e quem tem o infortúnio de cruzar o caminho dessas pessoas que não perceberam que essa comédia é uma tragicomédia.
Me engana que eu gosto.
Há muitas maneiras de enganar a fome e algumas de tornar palatável o dia a dia das pessoas.
Nem todas as verdades podem ser ditas, algumas devem ser esquecidas num canto da memória bem difícil de ser acessado.
Os defeitos das pessoas que para uns são insuportáveis, para outros passam despercebidos e a convivência harmônica e pacífica exige que nós nos enganemos um pouco.
O que importa se o vizinho não é um bom pai ou se a mulher dele tem pouca cultura e nenhuma educação?
Nada... nada...
A regra me afasta das pessoas que não comungam com meus ideais, ideias, e que aceitam um pouco de desonestidade nas suas relações de convivência.
Isso é tudo.
Essa história de que as pessoas gostam de ser enganadas é um engano.
Pudor
Pudor é uma reação emocional pela qual uma pessoa tende a proteger a sua intimidade e a sentir vergonha do que possa invadi-la ou comprometê-la.
Sinônimo de recato, pudicícia, o constrangimento e o mal estar que essa vergonha suscita está intimamente ligado ao padrão cultural em que tal reação se cristaliza.
Dessa maneira, o pudor é subjetivo e sua evidencia pode ser avaliada pelo meio onde o indivíduo vive, pelas suas atitudes sociais no relacionamento com as pessoas e pelas atitudes e riscos que corre ao se expor ou não.
É possível dizer que os indivíduos tenham diversidade de pudor de acordo com a criação e de acordo com o lugar e situação em que se encontram.
O traje usado nas regiões mais quentes costuma ser mais exíguo, tendendo a expor mais o corpo e diminuir o pudor das pessoas pela exposição.
Tenho notado nas fotos publicadas na internet, especialmente no Facebook onde transito mais, que as roupas usadas pela maioria das garotas nas baladas é bem mais curta e decotada do que as que elas usam no dia a dia para trabalhar ou mesmo para ir ás compras.
Seria possível distinguir o pudor pela exposição do corpo em lugares diversos como a praia ou a igreja? Acredito que sim. O uso de cada tipo de roupa está intimamente ligado ao local onde ela é usada e é difícil falar em falta de pudor pelo uso de biquínis e sungas nas praias.
E o que dizer quando as fotos tiradas nas praias e nas baladas ou mesmo em trabalhos que exigem o uso de tais roupas, são utilizadas por terceiros de maneira imprópria, que delas se apropriam, postando textos pejorativos, mentirosos e constrangedores?
Uma coisa deve ser dita. O crime está no uso indevido das imagens e não pode ser imputado a quem produziu e as utilizou legitimamente no tempo e no espaço.
Isso quer dizer, que as imagens publicadas e veiculadas na internet por meio de autorização ou contrato ficam de domínio público para visualização nos veículos que foram publicadas, não sendo exigível do contratante que retire das peças publicitárias originais, nem que seja responsabilizado pelo uso indevido ou criminoso por terceiros ainda que findo o prazo do contrato.
E mais, o pudor ainda que subjetivo, deve ser analisado sempre à luz do comportamento das pessoas, sendo difícil creditar pudor a quem não tem ou não teve pudor.
O falso pudor é simulação e a simulação não é contemplada no rol dos direitos.
A democracia é falha porque a maioria quase sempre é burra.
Podem dizer que é a melhor forma de governo e eu não vou dizer o contrário.
Mas o governo do povo, pelo povo, falha gravemente quando permite que a maioria burra eleja péssimos administradores para governar mal.
Em qualquer empresa, sociedade ou agremiação a votação é feita por pessoas do mesmo nível ou que tenham um mínimo de conhecimento para escolher entre seus pares os melhores.
Ontem questionei a secretária da academia a respeito da altura do som emitido por um dos aparelhos de TV que apresentava um clipe da Madona, o outro onde passava o jornal, a aula de spining ministrada dentro de um cubículo que não se pode chamar de sala, feito de divisórias comuns de escritório e vidro fino. Isso sem contar o barulho dos doze ventiladores gigantescos.
Notem que eu não reclamei por reclamar. Municiei-me do genial aplicativo “dB Decibel 10th” disponível na App Store (recomendo) e mostrei a ela que o nível de ruídos da sala ultrapassava de longe a marca aceitável.
Cheia de razão ela sapecou a sua verdade, de que a maioria gostava, a maioria queria e é assim que deveria ser.
Ora, que maioria é essa se eu não fui ouvido nem tenho notícia de que tenha havido qualquer consulta?
Na cabeça dessa medíocre atendente, a maioria seria a dos participantes da aula? Bem, para mim é como consultar vinte bandidos e viciados, a respeito do rigor da cadeia.
Certamente a maioria faria escolha diferente, da maioria de nós que precisamos nos proteger contra eles.
Ao permitir que analfabetos e despreparados sejam obrigados a votar nossos governantes sinalizam com clareza de que não querem prestar contas a quem sabe pedi-las.
Voltando ao som alto da academia, ninguém quer saber de colocar paredes que vedem corretamente o som. A maioria ignara não se preocupa com a certeza de que o som acima dos níveis normais prejudica a saúde, a audição e o raciocínio.
Mas quem quer raciocinar?
Isso é fantástico!
O prestígio de um lugar é como a lua. Quando não cresce, necessariamente diminui.
Só posso falar do Guarujá a partir de 1.970, ano em que comecei a frequentar a cidade como turista de um dia, já que o apartamento da família era em Santos.
Tenho amigos que conheceram a cidade bem antes disso e a alegria daquelas lembranças contrasta com a tristeza de ver a cidade no estado em que se encontra. Alegrias e tristezas maiores que as minhas.
A única ligação da Ilha de Santo Amaro era a balsa e fazendo aquele trajeto sacolejante, de ida e volta, em cima de uma Honda 750 cc. eu me sentia um desbravador.
Andávamos sempre em pequenos grupos de quatro ou cinco, acompanhados de garotas que pretendiam demonstrar sua parte de rebeldia acompanhando os raros e tresloucados motociclistas.
Os motoqueiros eram tão poucos e quase sempres as mais bonitas já tinham namorado com quase todos.
Com exíguos biquínis de cortininha, aqueles que podiam ficar maiores ou menores, de acordo com a ocasião, elas quase sempre prometiam mais do que acabavam dando.
Em ambos os lados a Avenida Adhemar de Barros existiam grandes terrenos vazios e ao chegar à Praia de Pitangueiras a gente tinha a impressão de que se ali não fosse o paraíso era o mais próximo que se poderia chegar.
Mas não parávamos em Pitangueiras porque ali era grande a vigilância dos pais sobre as garotas que pegavam praia em frente aos seus prédios.Seus biquínis eram pequenos mas a vigilância dos pais era feroz.
Nosso destino era a Praia de Pernambuco.
Lá, as garotas santistas mais ousadas fugiam das areias escuras da praia de Itararé, José Menino e Gonzaga e depois de duas ou três caipirinhas especiais do Hotel Jequiti elas estavam sempre dispostas a montar nas motos sem discutir qual seria o destino.Ninguém falava em poluição, praia imprópria ou camisinha.
Nessa época pré-aids o que contava eram as pílulas anticoncepcionais e o risco de uma visita a uma das clínicas clandestinas de aborto que todo mundo conhecia, sendo a mais famosa delas na Rua João Moura em São Paulo, propriedade de um médico perito criminal da polícia. Guarujá era um sonho para nós.
Ninguém tinha apartamento por aqui, nós nos contentávamos em passar o dia e voltar a Santos para as noitadas no Clube da Orla, no Ilha Porchat, no Juá ou simplesmente trocando de garotas sempre que possível.
Nessa época o Hotel Casa Grande era o lugar mais badalado para se hospedar. Quando eu desejava impressionar alguma garota mais difícil, convidá-la para o fim de semana no Casa Grande era a última tentativa, a palavra-chave, a certeza de não errar.
Quarenta anos se passaram e o glamour que todos nós conhecemos transformou-se num amontoado de lixo em cada porta, um bando de moleques pedindo esmolas em cada esquina, praias impróprias e favelas.
Muitas favelas e muita bandidagem.
Tomaram conta de tal maneira da cidade que fizeram dos prédios verdadeiras gaiolas com grades.
As grandes casas da Enseada e do jardim Virgínia colocaram muros altos nas suas portas o que não impediu que perdessem muito do seu valor, porque para entrar ou sair desses muros, não há sistema de segurança que impeça roubos e mortes.
Em um ou outro condomínio fechado há a aparência de segurança.
A peso de ouro empresas privadas prometem o que nem sempre conseguem garantir.
Ainda é possível ver de vez em quando, carros lindos e caros, motos potentes, e gente bonita.
Alguns ainda mantém a esperança de que a cidade possa se recuperar de quarenta anos de maus tratos e voltar a ter glamour.
Eu não.
Chovendo no molhado.
Basta chover para que muitas ruas do Guarujá fiquem alagadas impedindo a passagem de veículos.
Isso paralisa o trânsito e os motoristas temerosos dos estragos que a água pode causar nos veículos, com o perigo dos assaltos que aumentam nessas condições, buzinam freneticamente, tirando o sossego de milhares de pessoas que teoricamente estão nos seus apartamentos para descansar.
Os espertos da prefeitura apressam-se a divulgar que já reclamaram com a Sabesp, com o Governador e com o Bispo e que isso é culpa das administrações passadas.
Não dá para aceitar desculpas, mas perguntar por que a atual administração não faz a lição de casa, fiscalizando a colocação do lixo por parte dos comerciantes e moradores na hora certa, em containers adequados e obriga a empresa contratada a cumprir o horário de coleta.
Grande parte dos alagamentos poderiam ser evitados se o lixo não fosse espalhado pela chuva entupindo as bocas de lobo e os canais de drenagem dessa água.
A legislação prevê coleta especial, bem como a manutenção desse lixo em câmaras frigoríficas especiais para estabelecimentos como restaurantes e shoppings. Tudo isso é simplesmente ignorado.
Outro problema grave com a coleta de lixo é a falta de locais apropriados para que os caminhões estacionem na hora de retirar o lixo.
A inexistência de baias e da regulamentação de horário de estacionamento, obriga os caminhões a pararem no meio das ruas enquanto o lixo é recolhido. Isso gera engarrafamentos, buzinaço e desinteligência entre os lixeiros, motoristas e transeuntes, que se veem colocados numa verdadeira praça de guerra.
Para essas providencias não seria necessário senão vontade, competência e fiscalização, coisas que não existem nessa administração, o que demonstra que a incapacidade e a falta de vontade são fatores tão importantes como a falta das obras que poderiam minorar esses alagamentos.
Falta das obras que não foram feitas pela falta do dinheiro que foi mal utilizado pelas ultimas administrações, que preferem culpar o Papa, reclamar para o Bispo e colocar a culpa na SABESP, fazendor com que todos os frequentadores do Guarujá tenham mais uma oportunidade para falar mal da cidade.
Isso é fantástico!
Carnaval no Guarujá.
O carnaval é uma festa pública originária da Grécia de meados de 600 a 520 a.C.
Por incrível que pareça, passou a ser uma comemoração adotada pela Igreja Católica em 520 d.C. como “adeus à carne” daí o nome “carne vale”.
O carnaval moderno, feito de desfiles e fantasias, é produto da sociedade vitoriana do século XIX.
A cidade de Paris foi o principal modelo exportador da festa carnavalesca para o mundo. Cidades como Nice, Nova Orleans, Toronto e Rio de Janeiro se inspirariam no carnaval parisiense para implantar suas novas festas carnavalescas.
De um tempo para cá, principalmente no Brasil, o carnaval é muito mais lembrado como Sodoma e Gomorra, pelos excessos sexuais e etílicos. E nem se fale de adeus à carne porque o que mais se vê são churrascos antes, durante e depois da festa, o que custa aos cofres públicos um dinheiro que não existe para contratar médicos, aparelhar hospitais e minorar o sofrimento da maioria daqueles foliões que gastam grande parte dos salários de muitos meses para aparecerem como pequenos pontos coloridos nos desfiles das escolas de samba.
O carnaval está mais para circo do que para festa, pelo tamanho da palhaçada que os administradores do dinheiro público fazem.
Há verbas de todos os tipos, com todos os nomes e sempre para os mesmos bolsos. Não se vê gente séria envolvida com essa palhaçada porque se era ou foi sério algum dia deixa de sê-lo quando alguém é homenageado, agraciado, paparicado ou qualquer outro nome que se dê a tamanha insuflação do ego.
Nos próximos dias vamos ler no Diário Oficial do Município o tamanho das verbas destinadas ao carnaval e os gastos com a montagem dos palanques. Os mesmos palanques usados para as campanhas eleitorais, os mesmos cabos eleitorais, os mesmos foliões com o dinheiro público.
E os hospitais? Bem isso é para nós, os palhaços de sempre!
Isso é fantástico!