Marilina Baccarat de Almeida Leão escritora brasileira

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⁠SER E VIVER
Uma das maiores artes, de ser e viver, é saber abrir mão das realidades, que não servem mais, como o rancor, a inveja, para receber com gratidão uma nova realidade, e depois abrir o coração para se doar com amor... É estar aberto para receber e reconhecer as pequenas e grandes coisas, que chegam ao nosso caminho, com gratidão, mesmo que não estejam dentro das expectativas... dar atenção, carinho, uma palavra amiga, sem esperar nada em troca...
O dia se inicia, quando acordamos, qualquer que seja o horário... Nunca é cedo, jamais é tarde; simplesmente é o tempo. O passo atual é o mais importante, pois não há o último passo...
O próprio elo da vida, que é o amor e a paz, é mais importante, vital e livre...
Quando começamos a nos doar em amor e dar atenção, para os outros, começa a paz de ser e viver...
Ouvimos, com o coração, alguém, que esteja precisando de algo, sentimo-nos útil...
No final do dia, quando a noite chega, antes de colocarmos nossas cabeças em nossos travesseiros, experimentamos a paz, sobre tudo, como os momentos e oportunidades em que permitimos ofertar o nosso tempo, com carinho...
Depois, poderemos dormir com alegria e paz no coração, pois praticamos a arte de se doar e, de fato, somos privilegiados...
Afinal, as pessoas especiais não têm medo de ser vulneráveis, não temem dividir conhecimentos, compartilhar sonhos, ideias e alacridades... sabem que não são únicas, mas que fazem parte de um todo... elas têm prazer em estender as mãos... A qualquer hora, dia ou lugar, podemos agir com o coração...E tendo a certeza de que o amor e a paz, são o que faz a vida ser maravilhosa...

⁠Do Que Somos Feitos?
Pelas andanças da vida, pergunto-me, hoje, do que somos feitos?
Somos feitos de memórias. Algumas, nem sabíamos que ainda estavam lá, intocadas. Talvez, alguma reminiscência atávica, que carregamos em nossos genes, memórias da infância, quem sabe?
Lembranças, que nossos ancestrais nos deixaram, gravadas em nós, como faz um canivete em uma pedra ou num tronco de árvore.
Quem somos nós, afinal? De que matéria somos feitos?
Somos feitos, sim, de esperança. De insondáveis desejos, muitas vezes, ocultos. Noutras, bem visíveis, estão eles lá, à espera de que o realizemos.
Somos feitos de sangue, suor, músculos, força de vontade.
Alguma desesperança, algumas decepções...
Mas, somos feitos, principalmente, de um material impalpável:-lembranças de nossas andanças, pela infância, juventude e, quando nos tornamos adultos, saímos pela porta da frente, com esperança no futuro.
Ou será que somos feitos do nosso mundo interno,
onde carregamos, na nossa inconsciência, memórias?
Não sou eu capaz de responder a essas questões, que me tenho feito ao longo das minhas andanças...
Mas, ando sendo capaz de pescá-las, eu mesma, lá, nesse fundo insondável, infinito e misterioso de mim mesma...
Porque somos feitos de memórias. Algumas, nem sabíamos que ainda estavam lá, intocadas.
Feitos, somos sim, de esperança e sonhos, de insondáveis vontades, de realizar nossos desejos, que, muitas vezes,estão ocultos. Noutras, lá estão eles, nossos desejos, bem visíveis,à espera de que os concretizemos.
Andamos à procura do que fomos, do que somos e do que seremos. Mas, não precisamos correr atrás para sabermos do que somos feitos...
Somos feitos de desejos, só não sabemos como resgatar o tanto de nós mesmos que ferimos e deixamos escondido...
Agora, é correr atrás do tempo perdido, procurando buscar, lá, no passado, o que ficou escondido e se transformou em dúvidas... Mas, agora, temos a certeza do que somos feitos...
Vamos continuar nossas andanças pela vida...

Marilina Baccarat de Almeida Leão no livro "Andanças pela vida"...página 170

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⁠Mesmo assim, por isso mesmo, aprendemos que tudo passa...O tempo não passa sozinho no relógio e na contagem desenfreada dos dias...
Passa, tão rápido, e com ele passamos nós e tudo o que vivenciamos em nossa caminhada...
Marilina Baccarat de Almeida Leão escritora brasileira, no livro "O Eu de Nós " página 15

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⁠ Apresentação
Se voltarmos o nosso olhar, para dentro de nós mesmos, vamos relembrar de cenas, que fazem o tempo parar de correr, que fazem com que esqueçamos tudo à nossa volta...Viagens, que podemos relembrar mil vezes e voltar atrás e revivê-las novamente...
Não haveria outra forma de viagem, outro jeito de imaginar, como seria o nosso “EU”, se não pudermos vivenciarmos tudo, mas tudo mesmo, como uma viagem sem fim...Escorregar para dentro de nós, pois do contrário, não seria o nosso eu, a sentir...
É como se estivéssemos em uma estação, a espera do trem, que nos levaria para dentro de nós mesmos...
A mala, onde carregamos as recordações, o perfume, o som das vozes na estação...Então, é quando tudo se faz silêncio e somente uma luz acesa nos lembra que estamos na estação e não há mais ninguém...
Só nós com os segredos de viagens, que levaremos para dentro de nós mesmos, no silêncio dos sentimentos...
Uma luz acesa nos lembra que estamos ali, e não há mais ninguém... Só nós e nossos segredos...
O nosso “EU” a nós pentence, não haverá heideiros para as recordações, que há dentro dele...
Uma pequena ponte, nos levará até ele, é uma ponte, que se oferece a nós, larga, aberta para que possamos entrar, e, no entanto, falta-nos a coragem, mesmo que fosse só para sentirmos um pouquinho da nossa essência, que habita em nós... A abertura oferecida, a possibilidade de irmos...Só para olharmos...
Vamos dar o primeiro passo, para atravessarmo essa ponte, em direção ao desejo de sentirmos, bem de perto o nosso “EU”...Embora a porta aberta nos convide a entrar, parece que algo nos segura, como se ferros houvesse em nossos pés a adentrar...
Se não formos, não saberemos... Se ficarmos, não seriamos o “EU” de nós...
Marilina Baccarat de Almeida Leão no livro " O Eu de Nós

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⁠As cores, de tempo em tempo, desmancham nossos caminhares que estavam arrumados de várias certezas que tínhamos, e tudo virou um borrão...Mesmo que isso tenha nos assustado, aqui e ali, foi culpa das cores erradas, pois não precisamos colocar em nossas vidas, as tonalidades estáticas...
Marilina Baccarat no livro "Enquanto Espero o Sol" PG 15

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⁠Literalmente, Shabat Shalom significa “Sábado de Paz”, mas também pode ser interpretado como “paz no seu descanso semanal”, e costuma ser usado entre os judeus durante o período do Shabbat, que começa ao pôr-do-sol de sexta-feira e termina no pôr-do-sol de sábado.
Como deccendente de judeu deseja atodis vocês.

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O Eu de Mim,⁠

Quem me olha com os olhos,
A parecer serem os meus?
Hahaha, já sei,
Você é o eu de mim,
Que habita na minha essência,
Querendo me trazer a tristeza,
Você está enganada.
A tristeza já está indo embora,
Não sinto saudades dela,
Eu já estava cansada,
Da sua mania irritante,
De se intrometer em tudo,
De sujar tudo de cinza,
Pisando em silêncio,
Amassando a grama verde,
Com seus pés enormes.
Venha, pois eu já começo,
A vislumbrar a alegria,
Venha, aprender com a dor,
A respeitar a dor humana,
E, então, eu serei ,
O eu de MIM...

Poema de Marilina Baccarat de Almeida Leão,
Escritora brasileira.

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⁠Que triste ficaria o céu,
Se não fora o luzo do sol,
Quando, o dia amanheceu,
Na nébula pousava o azul.
Marilina Baccarat

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A Leitura da vida

Às vezes, pegamo-nos pensando: -Será que conseguiremos ler a vida..., bem, ler qualquer um pode ler, mas, ler a vida não é muito fácil...
Agimos, algumas vezes, de maneira diferente da qual costumamos agir...E, assim, a vida vai aflorando e nos sentimos inseguros, por achar que não conseguiremos lê-la corretamente...
Durante toda a nossa existência, a vida coloca essa dúvida na nossa cachimônia, apesar da certeza de termos atuado certos, durante nossas caminhadas, nas trilhas, que se abrem à nossa frente...
O segredo de ler a vida, em toda a sua plenitude, é sermos menos apegados a momentos...Em nosso íntimo, quando os desejos de lermos a vida afloram, sabemos que tudo o que conseguimos fazer, foi pouco...
Cada um lê a vida de uma forma diferente, e essa leitura sempre vai depender do andamento, da situação e do ambiente em que estamos vivendo... Quando lemos a vida, com o olhar voltado sobre as coisas, que podemos mudar, e, mais adiante, chegaremos a certa fase em que todos nós nos perguntamos:
-Como poderemos ler a vida..., se esses questionamentos são vagos, pois, as respostas já foram dadas, no decorrer da nossa existência e chegamos, sempre, à mesma conclusão, se gostamos de algo, em um determinado momento, é porque foi uma fase da vida em que passamos...E gostamos...
É só o pensamento começar a querer ler os reveses, que nos remete a muitos sentimentos, carregados de nós mesmos, que sentiremos o prazer de lê-la; com o desejo realizável, de muitas possibilidades de sentirmos a esperança nos alvitres da vida...
Temos fases, e, em cada fase, um sonho, uma forma de sonhar, com lúdico e, também, com o existencial, e conforme as mudanças de fases acontecem, mudam os nossos pensares. E, ao mudarmos, nos transformamos. Começamos a ler a vida de trás para frente...
Acreditamos na leitura certa da vida, não na errada, é só aguardar que reverberem e iluminem o nosso pensar com a chama de sentimentos, que é o que movimenta as leituras certas...
Cabe, a nós, decretar o sonho que permanece e o que move nossas maneiras de mudar...Com as mudanças de algumas ideias, a respeito da leitura da vida, começamos a deixar o lúdico um pouco de lado e vamos conformando-nos com a realidade...
Alguns sonhos morrem também, para que possamos agradar alguém, que nunca soube o que era um sonho, por sabermos que poderíamos magoá-lo...
Sentimos que, na leitura da vida, temos a certeza de que são reais mesmo, embora, às vezes, sintamos uma tremenda insegurança, ao lê-la...
Quando lemos a vida, surge em nossas mentes, que, geralmente, elas abrolham um pouco apagadas; ficamos em dúvida se erramos, ou não, lá no passado...
Acreditamos que, para vivermos de acordo com as mudanças que a vida nos mostra, temos que viver sempre no discernimento comum, não nos esquecendo que o senso prosaico de tradição, como herança que se passa de geração em geração, continua sendo herdada, pelos nossos filhos e netos, como um todo...
Assim, como se recebe uma herança de um antepassado, recebe-se,também, a herança da leitura da vida, como lendas, fatos, mitos, experiências,que são passadas por pessoas nossas, que deixaram suas histórias...
Mas, todas as leituras, que temos feito até aqui, sejam do passado ou do presente, não é um meio-termo, nelas não há erros, tudo já foi lido e revisado, estejam adequadas ou tortuosas...
O que passou, passou, podemos voltar a ler novamente...Ouvirmos as nossas próprias críticas,a nós mesmos, vamos achar que toda a leitura, que, até aqui, fizemos, não estão acertadas...Pensando bem, nunca foram tortas, esquecemo-nos que a vida é uma estrada com o fim, que já está marcado, e, assim, saímos sempre sem rumo na contramão da vida, sem mala e sem destino, deixando sempre a conta para ser paga por outro...
Portanto, somente nós é que teremos a certeza de que foram leituras válidas e que nos levaram a viajar pelos vales da vida, fazendo-nos reviver tudo, que lemos...
As nossas leituras, somente, nós a conhecemos, não podemos contar com ninguém para fazer uma análise pertinente, apontando as falhas e as pontuações nelas, que deixamos passar, ao lermos...
Se permitirmos que a leitura da vida nos elevem a um patamar bem alto, conseguiremos pensar que, se fossem sinuosas, é como se estivéssemos andando com os olhos tapados, prontos para cairmos em um grande abismo, deixando-nos abater por nossas próprias críticas, que nos impediriam de poder ler, calmamente, e analisarmos toda a leitura, sem que sejamos inibidos por quem não acredita na existência ...
Todos nós já passamos por isso. E então, descobrimos que, para conseguir viver em paz, é necessário vivermos de acordo com a opinião de todos e termos uma discrição comum com a sociedade, pois, para existirmos em serenidade, é melhor termos bom senso e vivermos de acordo com a nossa própria apreciação, com respeito à leitura, que até aqui fizemos...
Há dias em que a leitura da vida nos traz tristeza total, mas todos sentem isso, é muito natural, pois elas são aprendizados para acostumarmos com nós mesmos.... Tornamo-nos, certamente, um ser melhor depois de lermos a vida...

Marilina Baccarat de Almeida Leão, no livro "Vertices do tempo" página 25

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⁠Passagem do Tempo
O flamejar de uma flama,
Que foi acesa no caminho,
No tempo certo que aclama,
O Sumo que ficou no tempo.
Marilina Baccarat


Dando a volta por cima, temos orgulho de nos reinventarmos, aguerridas, que somos...
Jogando, pelas veredas, o dissipar-se que restou do tempo inútil...
Isso é o reverberar de uma chama dourada, que foi acesa em nossas vidas, flamejando, em nós, a luz de uma tocha, que um dia foi crescida e, jamais deveremos deixa-la expirar...
Na passagem do tempo, seguimos assim, carregando, em nossas mãos, uma archote, com a expectativa de alcançarmos o pódio e vencermos o andamento...
Um facho, que, ao passar pelas mãos de todos, ao chegar em nossas mãos, continuamos levando-o, e ele chegará ao pódio com a vitória do sucesso, vencendo o momento em nós mesmos...
Nós mulheres, quando nos olhamos no espelho, vemos como estamos lindas, não há uma que não se ache bela, radiante, pronta para uma nova vida, repleta, plena de amor próprio, como merecemos, fulgurantes e lutadoras, sempre...
Ao vermos o lampadário aceso, nosso olhar fica mais brilhante, nossa luz irradiante, a cada vez que sorrimos, pois é o reflexo dessa chama, que, um dia, carregamos e jamais poderá apagar-se...
Ao olharmos o dia nascendo, com todos os seus lampejos, é motivo de muito orgulho e imensa alegria e gratidão, à vida, por termos o cintilar de uma tocha, que um dia apagou-se, mas, novamente, se acendeu...
Daí para frente, não permitiremos que a chama feneça, seguiremos firmes, sem jamais deixar que a luminosidade, desse candelabro, se apague algum dia...
Esse lampadário sofreu alguns acidentes, quando alguns obstáculos surgiram em nossas veredas, nos quais poderia ter-se esvaído...
Mas não feneceu, seguramos firmes nele e seguimos pelos sentidos da vida...
Mas, após esses empecilhos, recuperou-se e voltou a ser uma tocha maravilhosa, de uma luz radiante...
Que, ainda, vai iluminar, por muito tempo, os nossos caminhos, na passagem do tempo, que nos deu tempo, para podermos seguir adiante...
O resplandecer, dessa flama, é como se fosse um novo dia, onde realizamos um sonho, que já era acalentado, há alguns anos, a passagem do tempo...
Sem vacilar, corremos, para podermos chegar ao pódio e colocar a tocha na pira e sermos produtivas, com o tempo, que a nós foi dado...
Esse tempo, que nos deu tempo, para seguirmos, com o brandão em nossas mãos, até chegarmos ao pódio do tempo e lá colocá-lo, sem que apagasse...
Ali chegamos...Com a chama em nossas mãos, lutadoras que somos...
Colocamos a tocha na pira do momento, como vencedoras, que sempre fomos....
Agora, é só aguardar para que a luz dessa tocha ilumine nossos caminhos...
Para o desfecho, que já vislumbramos e temos a certeza de que tudo se firmará...
Pois a chama dessa tocha alumiará nossos passos e chegaremos bem sucedidas ao final...
Assim como o rio, que reverbera o reflexo do sol, nós, também, reverberaremos o nosso amor pelo tempo, com essa tocha, que, em nossas mãos, estava e conseguimos vencer o tempo, chegando lá...
Ela, para nós, representa nossos luzires, graças ao rebrilhar dessa chama...
Soubemos vencer todos os percalços da vida com sua luz, a alumiar os logradouros...
Saímos mais fortes de qualquer conjuntura, pois vencemos o tempo e chegamos até o final da luta, vitoriosas...
Pois, sempre, fomos lutadoras, e, ali, chegamos...
Não deixamos a chama, dessa tocha, fenecer...
Essa luz, que um dia quis se apagar, mas, agora, reverberá-la-emos...
Pois ela acendeu, em nós, a chama da esperança, que se havia enfraquecido...
Passamos, pelo tempo, mas, o tempo não passou por nós...
Pois, desviou por outra trilha, poque tínhamos a chama acesa em nossas mãos, justamente para enfrentarmos o tempo e sermos vencedoras...
Na passagem do tempo, somente as corajosas saberão enfrentar...
Atiramos, pelo caminho, as horas inúteis do tempo, agrerridas, que somos...
Sabemos que o valor da chama não está no tempo em que dura, mas na intensidade com que tudo acontece, em nossas vidas...
Saímos mais fortes de qualquer conjuntura, pois vencemos o tempo e chegamos até o final da luta...
Assim fizemos: jogamos pelo caminho, as folhas douradas do tempo, e, corremos para atingirmos o pódio o mais cedo possível...
Pois, recebemos, tudo isso, de quem reverberou em nós e acendeu a tocha, para iluminar nossos caminhos... E, seguindo pela passagem desse tempo, jamais deixaremos que essa chama feneça...

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A ROSA SONHADORA

⁠A rosa tinha muita inveja das outras flores, pois, quando passava pelos jardins e observava as flores, dançando ao bel-prazer do vento, que ora soprava em brisa leve e, em outras passava com rajadas fortes, fazendo-as rodopiar...
A rosa indócil, somente queria pertencer àquele mundo, que ela admirava, mas desconhecia o porquê de haver espinhos em seu caule e não tinha como dançar com as outras flores, quando o vento chegava...
Certo dia, a rosa determinou, sem muito raciocínio, extrair todos os seus espinhos. E, mirando-se, no espelho, sem perceber o sangue, que escorria, pensou: – Estou com ar mais aprazível, um verdadeiro porte de rainha, agora poderei dançar...
E, assim, aproximou-se das outras flores, toda faceira, com um sorriso. Mas sua surpresa foi grande, quando, todas as outras flores, lhe apontaram os dedos, mostrando-lhe o sangue, que escorria em seu caule. Não era o que ela esperava... Afinal, ela era a rainha das flores, justamente pelo perfume e os espinhos...
As flores, virando-se, para ela, perguntaram, em uníssono: Retirar seus ilustres espinhos, por quê?... Eles lhe faziam, além da sua beleza insólita, a tão respeitada rainha de todas nós...
Agora, somos flores sem reinado e sem rainha, não temos a quem idolatrar e você está ferida!
A coitada da rosa, ferida, agora, sem reinado e sem coroa, por querer ser igual às outras flores, que não tinham espinhos e, sem eles, elas dançavam ao desejo do vento, livres e soltas, como ele gostaria...
Jamais seria igual às outras flores, pois tinha espinhos, mas era a rainha, com certeza, de todas elas... Não perdeu a sua altivez, não mais seria rainha, porque o que a diferenciava, das outras, era o mais importante, aos olhos de todas as flores... Os espinhos, que ela havia retirado é que a tornavam diferente...
Naquele mesmo dia, a rosa, que sentia muita dor, por causa da retirada dos espinhos, morreu... A noite se findou, um novo dia raiou, com um maravilhoso sol e outra rosa nasceu, bela, cheirosa e com todos os seus espinhos, sendo eles a sua coroa...
As flores ganhavam, agora, uma nova e reverenciada rainha... Haviam esquecido a rosa sonhadora...

Marilina Baccarat de almeida Leão, no livro "É Mais oui Menos Assim

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A MENINA QUE GOSTARIA DE VOAR


Mariana era uma menina, que não tinha asas,
mas, gostaria muito de voar, de poder ter asas...
Tal qual os pássaros, gostaria de voar, para po-
der, no infinito, voar e saber o que haveria atrás das
nuvens, que ela avistava como, se algodão fossem...
A menina, sem asas, morava em uma casa ama-
rela, cujo portão e as janelas eram pintados de azul...
A casa de Mariana tinha duas janelas, que davam
para a rua e duas que, através delas, podia se
avistar o quintal da casa e os pássaros, que, lá, davam
rasantes, para pegar algumas sementes...
Ali, em uma das janelas, ela avistava o quintal,
onde os pássaros pousavam...
Gostaria muito de conversar com eles, perguntar como faria, para que pudesse ter asas e poder, ao infinito, chegar. Voando...
Nessa casa amarela, em que Mariana morava,
havia um lindo jardim, onde pássaros, sempre, vinham visitá-lo, principalmente, o beija-flor, para tirar
o néctar das flores, que sua mãe havia semeado...
Certo dia, enquanto sua mãe aguava o jardim,
com a mangueira, Mariana tinha, em suas mãozinhas,
um pequeno regador, para ajudar a mãe colocar água
nas flores, que estavam lindas e perfumadas...
A casa era pintada de amarelo, mas, Mariana tinha apele cor de rosa, como todas as meninas, com
asas ou sem elas, aliás, seus cabelos loiros realçavam
com sua pele rosada... Seus olhos azuis combinavam
com o azul do portão e das janelas, onde, vez ou ou-
tra, algum passarinho resolvia fazer seu ninho...
Como ela gostaria muito de ter asas, resolveu,
certo dia, conversar com um lindo pássaro azul, que
pousou em sua janela e, olhando para ela, ficou...
Mariana se aproximou e logo puxou conver-
sa com o lindo passarinho: – Olá amiguinho, como
posso fazer para ter asas como você as têm, para que
eu possa voar também, como você?
E não é que o passarinho entendeu o que Ma-
riana perguntou e lhe disse que, asas, a gente nas-
ce com elas... Não seria possível colocá-las e, muito
menos, comprá-las, a não ser que ela arrumasse um
anjo como seu amiguinho, quem sabe ele consegui-
ria, para ela, um lindo par de asas...
Mariana pensou, pensou, mas não foi trouxa,
logo bolou um meio de poder conversar com algum
anjo: – Quem sabe se eu subir em uma roda gigante
bem alta, conseguirei me encontrar com algum anjo,
que me dará um par de asas...
Certo dia, foi ao parque de diversão e, com mui-
ta vontade de se encontrar com um anjo, subiu na
roda gigante... Lá, em cima, a roda parou e Mariana,
com tanta vontade de poder encontrar um anjo, até
teve a impressão de que havia visto sua asa.. Mas, era
uma parte das nuvens que envolvia a roda gigante...
Havia uma mangueira frondosa, na frente da
casa amarela, a casa onde a Mariana morava...
E por ser mangueira, mangas davam, não peras
ou ameixas, mas mangas, amarelas, alaranjadas...
As mangas eram suculentas, lacrimosas, pin-
gando mel, eram tão perfumadas e doces...
Quem por, ali, passava, ficava adocicada com o
mel, que pingava das suculentas mangas...
Ficaria sumarenta, perfumada com o doce perfu-
me, que exalava das mangas alaranjadas, amareladas...
E, por não ter asas, a menina voava como po-
dia... Abria livros e viajava pelo mundo, através das
estórias, que lia em uma coleção vermelha, de capa
dura, com lindas estórias, de meninas, que consegui-
ram ganhar um par de asas e voar para o infinito,
para poder, por detrás das nuvens, conversar com os
anjinhos, que se tornaram seus amiguinhos...
Virando as páginas desses livros, Mariana ob-
servava lindas figuras e se deslumbrava com aquilo...
Sentia como se estivesse voando e, pelo cami-
nho, encontrando-se com um anjo, de asas longas, que
sorria para ela... Como ela gostaria de ter aquelas asas...
Quando parava de virar as páginas do livro, que
estava lendo, parecia que tinha, em suas mãos, peda-
ços da asa do anjo, que ela houvera encontrado pelo
caminho da sua imaginação. Nas páginas daquele li-
vro, que ela acabara de folhear e lê-lo...
Ela quisera poder voar até a frondosa mangueira
e, de lá, poder avistar, de cima, da mangueira, os pas-
sarinhos pousarem no chão, para ciscar as pequenas
sementes, que sua mãe jogava por lá, para que eles
pudessem se alimentar... Ali, também, eram coloca-
dos pequenos pedaços de frutas, que sua mãe, cuida-
dosamente, partia e lá deixava, para os pássaros...
Assim, a menina, da pele cor de rosa, seguia so-
nhando, em um dia, poder ter as asas de um anjo e
poder voar até às alturas, onde nasce o arco-íris...
Quem passasse em frente à casa amarela, de ja-
nelas e portão azul, jamais saberia, que, ali, morava
uma menina, com a pele cor de rosa, que gostaria de
ter asas, mas, não as tinha, possuía o imaginar de cada
página soberana, de um livro... Mesmo sentada em
sua cama, olhando para o céu, se achava senhora de
si, coroada de estrelinhas, tinha certeza...
Mariana, a menina rosa, sabia que, em seu mundo
imaginário, era rainha. E, em sua casa, entre seus
livros, alada era e asas tinha...
Marilina Leão (es no livro "Pérolas Cultivadas" página 237

Inserida por MarilinaBaccarat

⁠O eu de mim
que me olha com os olhos
a parecer serem os meus?
hahaha, já sei,
você é o eu de mim,
que habita na minha
essência, querendo me
trazer a tristeza
Você está enganada
A tristeza já está indo
embora. Não sinto
saudades dela
Eu já estava
cansada da sua mania
irritante, de se intrometer
em tudo , de sujar tudo
de cinza pisando em
silêncio amassando a
grama verde com seus pés
enormes. Venha, pois eu já
começo a vislumbrar a
alegria. Venha, aprender
com a dor, a respeitar a
Dor humana e serei o eu
de mim

Inserida por MarilinaBaccarat

⁠Conheçam-me, olhando em volta, não nos meus olhos, mas ao meu redor, pois, sem palavras, hoje, agora, aqui, eis o melhor de mim...Fora, daqui, só há frio...Só o frio...

Inserida por MarilinaBaccarat

⁠Transformamo-nos muito, adquirimos mais desenvoltura para tratar os assuntos que a nós interessa. Escolhemos as trilhas que devemos seguir, e com muito mais sabedoria...
Por isso somos como o rio e o mar...Conquistamos a nossa tão sonhada autossuficiência, assim como o mar e rio Usurpam as suas...
Marilina Baccarat no livro "Corre como um rio"

Inserida por MarilinaBaccarat

⁠Coisas incriveis acontecem todos os dias para quem acredita e, coisas pequenas tornam-se grandes quando feitas com amor...
Marilina Baccarat de Almeida Leão Escritora brasileira

Inserida por MarilinaBaccarat

⁠O esperançar do sol, em nossas vidas, é como se estivéssemos a caminhar pelas quatro estações do ano, cada uma com sua peculiar coloração...
Todos nós esperamos o raiar do sol em nossas vidas, queremos, sempre, que o dia seja ensolarado, esperamos ser felizes...
Esperamos pelo sol, pois suas cores nos atraem, emanando alegria...

MARILINA Baccarat de Almeida Leão Escritora brasileira. No livro Esperando o Sol pg. 25

Inserida por MarilinaBaccarat

⁠Esse tempo, que nos deu tempo, para seguirmos, com o brandão em nossas mãos, até chegarmos ao pódio do tempo e lá colocá-lo, sem que apagasse...
Ali chegamos...Com a chama em nossas mãos, lutadoras que somos...
Colocamos a tocha na pira do momento, como vencedoras, que sempre fomos...

Marilina Baccarat de Almeida Leão Escritora brasileira No livro
Vértices do tempo página 136

Inserida por MarilinaBaccarat

⁠Esse tempo, que nos deu tempo, para seguirmos, com o brandão em nossas mãos, até chegarmos ao pódio do tempo e lá colocá-lo, sem que apagasse...

Marilina Baccarat de Almeida Leão Escritora brasileira no livro Velhas Portas pg.135

Inserida por MarilinaBaccarat

Enfim, esperarei o futuro chegar, assim como os pássaros esperam o verão para voarem livremente, e os bulbos entumecidos que esperam a primavera para florescer e exalar o seu perfume.
Marilina Baccarat (escritora brasileira) no livro E a vida tinha razão

Inserida por MarilinaBaccarat

⁠ Se eu tivesse o poder de aumentar a noite, gostaria de enchê-la de sonhos...
Sonharia com a minha infância, iria passear na chuva sem molhar os meus cabelos...
Suprimiria os sapatos e molharia somente os pés, na enxurrada que descia, junto a sargeta ...
Sonharia que estava passeando em um jardim só meu, onde ali teria muitas borboletas de todas as cores e flores mil...
O sonho é uma experiência maravilhosa, que possuímos e devemos aproveitá-la...
Gostaria de sonhar numa noite que fosse só minha, ampliada adentrando o dia...
Ah, como seria bom poder ter a noite aumentada, somente para poder sonhar...
Dizem que até os bebês sonham. Mas, certamente, eles sonham com anjos, e, quando sonham, sorriem...
Como gostaria de ter o poder para aumentar a noite e poder presumir, durante todo o seu andamento...
Sonhar com campos verdejantes, onde as flores refletem o seu frescor e expelem o seu perfume...
Queria um campo que fosse só meu, para poder correr atrás de borboletas, entre as flores e sentir os seus vários perfumes...
Como são lindas as borboletas, com suas asas coloriveis e cintilantes, quando pousam nas flores e, o sol reflete em suas cores...
Se me fosse dado o poder de aumentar a noite, colocaria, no sonho de cada ser, somente jardins floridos, pássaros cantantes e paisagens maravilhosas, como se tivessem sido pintadas por grandes artistas...
Ah, se eu tivesse o poder de avolumar o crepúsculo, baixaria um decreto: É proibido ter pesadelos, somente devaneios...
Compraria todos os marasmos do mundo, os que estivessem acontecendo na vida de outras pessoas e os transformaria em aspirações...
O meu maior desejo, sempre, foi o de aumentar a noites, para que eu pudesse conseguir enche-las de fantasias perfumadas, como perfumadas são as flores...
Seria uma noitada aumentada somente de idealizações, onde as ilusões rolariam soltas, completa de percepções recheadas de felicidades e alegrias...
Marilina Baccarat de Almeida Leão Escritora brasileira no livro Com o coração aberto