Marijo
Quero um castelo no ar
pertinho do azul do céu
jardim forrado de estrelas
sem contas de luz nem aluguel.
Antigamente
chovia de mansinho
depois vinham os vaga-lumes
cada um, pequeno farol
voando que nem passarinho.
Ciclo
Uma após a outra
num balé de veste e despe
lá se foram as flores dos ipês
que venham as águas
as folhas verdes
e as flores da primavera
em outras árvores
os ipês já cumpriram o seu papel...
A serra queima
chora
lágrimas de fumaça e fuligem
que descem para a cidade
como gotas de chuva seca
chuva que arde nos olhos
chuva que suja
chuva que sufoca...
Ando com o coração dividido
amo as montanhas, amo o mar.
O vento sopra no meu ouvido, decida!
Só um você pode amar...
Bipolar
Somos vários como ondas contínuas infinitas em seu vai e vem, pé descalço na areia pensamento solto, surfando ao sabor do vento.
Somos únicos como água de lagoa quieta em seu leito, pé seguro sobre a caçada, pensamento contido no peito.
É a vida que segue...
Nas minhas caminhadas matinais, vou treinando meu olhar para descobrir belezas escondidas em cada canto, em cada momento.
E a natureza está sempre me surpreendendo.