Mariana Romariz
Finalmente aprendi a ir embora e isso não tornou o ato menos doloroso, pelo contrário. Estar em consciência de que preciso ir e realmente ir me dói, mas ainda que doa é preciso.
Quando eu precisei de colo você disse “Te vira” e me mostrou que a liberdade tem dessas coisas: Você faz o que quiser mas recebe o que querem te dar.
Corre, menina travessa! Venda nos olhos, sorriso na cara. Pega o carro escondido, acerta a pilastra. Derruba o muro, destrói sua própria casa. Arranque os chifres do demônio porque do anjo já roubou as asas.
Eu disse que jamais te namoraria porque você não vale nada, mas é bem verdade, eu preferia que você não valesse nada aqui.
Você tá aí sem saber o que quer, eu tô aqui sem saber o que eu quero e eu ainda acho que a gente podia não saber o que quer junto.
Ela pensa que o nosso amor morreu,
ela se ilude com o que é seu,
ela pensa que não,
mas teu coração ainda é todo meu.
Ela sempre teve coragem
Ela se acostumou a andar na corda bamba,
‘cê chora, ‘cê grita, ela canta.
Ela se acostumou com a chama,
‘cê queima, ‘cê briga, ela dança.
Ela se acostumou com o drama,
‘cê morre, renasce, ela gama.
No fim, ‘cê tenta tudo, e não desama…
‘cê corre e implora,
Mas só ama.
Ela fecha os olhos e pensa em você,
você de algum lugar também pensa nela.
Sem perceber, você se vê,
e de repente,
seu mundo inteiro é ela.
Tu vem como quem não quer nada
e me cativa,
me deixa gigante.
Depois me assusta igual alma penada,
me deixa de lado,
me bota na estante.
Eu fui dormir com o teu cheiro, eu vou sofrer por não te ter mais aqui, mas voltar pra você é muito mais que um erro.
Eu não sei se a gente é muito evoluído ou muito idiota, mas lá vem você de novo bater na minha porta.
A gente acha que é super herói e pisa em caco de vidro, a gente esquece que sangra e ignora a dor da ferida, mas ela continua lá, latente.
Eu não te quero mais. Eu não te quero porque eu te quis como uma criança que vê um brinquedo e implora pra mãe e, você achou que eu estaria sempre aqui. Mas ouça quando eu digo:
- Eu não estou. Não mais.
Eu corri milhas e milhas de pés descalços sob o sol da tarde pra buscar um arco-íris pra você e, agora é simplesmente tarde demais pra você me ter.
Descobriu, finalmente, que o não ter era bom. Não ter a livrava de perder e, qualquer coisa era melhor que perder. Porque mesmo quando ganhava, perdia e, ela não suportaria perder mais nada, nem ninguém.
Ser doce não me interessa. Sou mulher de jeans e vans, sem batom vermelho, sem escova no cabelo… Se me quer, que venha por inteiro.