Maria Aparecida Francisquini
Estamos tão acostumados a deixar pra lá nossa indignação quando nos deparamos com alguma injustiça! Estamos tão descrentes com a justiça que, muitas vezes, nos calamos, acatamos situações com as quais não concordamos... por submissão, por acreditarmos que não tem jeito, que temos que concordar, acatar e nos submeter... não tem como eu concordar com isso... ainda acredito e defendo que o que é certo, é certo... o que é errado, é errado... e mesmo que dê trabalho, seja custoso, o que está errado, deve ser consertado... ou pelo menos, temos sim, que tentar consertar e fazer prevalecer o certo.
Como é bom, acordar toda manhã, e sentir que o dia traz sempre novas possibilidades. E que temos a oportunidade de aproveitá-las...
Que beleza, se fosse terminantemente extinta aquela horrível e absurda ideia de que eu resolvo o meu problema, mesmo que para isso eu crie um problema para o outro?.
Já faz bastante tempo que foi abolida a escravidão no Brasil, mas infelizmente parece que boa parte dos brasileiros ainda carrega a cultura escravagista enraizada em sua memória e presente em seus comportamentos. Penso nisso toda vez que vejo a imensa facilidade que muitas pessoas naturalmente jogam lixo na rua, ou mesmo no chão de alguns lugares fechados. Prevalece aquela atrasada ideia e certeza de que alguém irá limpá-lo. De onde vem este autoritarismo e comodismo de que alguém tem que recolher no chão algo que eu joguei? Alguém tem que ser responsável por limpar o que eu sujei?
Não sinto muita tranquilidade diante de pessoas que se colocam como perfeitas. Fico preocupada com elas. Acredito que muitas vezes, os defeitos são tão importantes para qualquer um de nós, quanto as qualidades. São peculiaridades que nos fazem ser tão maravilhosamente únicos. Individuais...
Se você não cuida de delimitar seu espaço, com toda certeza, facilmente alguém vai cuidar para você...e delimitá-lo de acordo com a conveniência dele...
Uma coisa que me entristece demais, é saber que, tantas vezes, a estupidez de alguns poucos, consegue causar profundo sofrimento a muitos...
O nosso conviver externo, nada mais é do que a expressão deste conviver interno... ou seja, nos posicionamos no mundo aqui fora exatamente da maneira que nos enxergamos por dentro...
Uma dica : Da próxima vez que você se sentir injustiçado(a) e desrespeitado(a), que tal dar uma checada na maneira que você tem se posicionado diante das pessoas e das situações em sua vida.?
Sinto saudade... mas não sofro com este sentir...prefiro sentir gratidão e alegria...por ter tido o privilégio de conhecer pessoas, que a ausência delas, me deixa com saudades...
Cada um vive e convive da maneira que consegue... que aprendeu...
e merece ser respeitado...mas como é difícil isso...
como é difícil entender...e mais que isso...aceitar... que cada um de nós está por aqui, vivendo...se relacionando...agindo e reagindo, como consegue...como dá conta...
Pois é...
Gosto de pessoas sinceras, afetuosas, delicadas e gentis. Meu coração se enche de alegria quando encontro pessoas assim... Ainda bem que existem muitas por aí...
Quando aparecem nuvens cinza no céu, é tão comum, algumas pessoas perceberem e esbravejarem, reclamando diante do anúncio da chuva...
Mas quando o dia nasce azul, brilhante, com o céu claro e o sol maravilhoso, parece que estas mesmas pessoas nem percebem, pois não se lembram de sorrir, e agradecer...
Algumas pessoas se dizem muito justas e corretas, mas basta se sentirem ameaçadas nas injustiças com as quais se acostumam, para tudo mudar...
Outros caminhos sempre são possíveis...afinal, o mundo é tão extenso...são tantas estradas...tantos destinos...tantos lugares para se chegar...
Diante da necessidade desesperada para “vencer na vida”, para “se ter um futuro tranquilo”, o que conseguimos muitas vezes, é um presente tão conturbado... nos tornarmos extremamente ansiosos e constantemente insatisfeitos.
Corremos tanto, e de uma forma tão desesperada, que não nos permitimos nem mesmo vivenciar e aproveitar o que alcançamos. E vivemos assim... Será que vivemos?
E a vida está aí...
E preferimos continuar justificando comportamentos nossos que condenamos no outro, usando a desculpa de que “todo mundo age assim”... “eu tenho que dançar conforme a música”...
Como se não houvessem outros ritmos a serem dançados! Como se aquela fosse a única música existente!
Se todo mundo erra, então errar passa a ser correto? O erro passa a ser acerto?
Vivemos tão desejosos de sermos correspondidos em nossas expectativas, que quando por algum erro de percurso o desfecho não é o esperado, entramos muitas vezes em pânico, e perdemos a serenidade tão necessária, principalmente nos momentos que precisamos recomeçar de novo, ou mesmo reavaliar o nosso trajeto... Para retomar o caminho certo...Ou até mesmo para descobrir um novo...
Sem a tranquilidade necessária, corremos o risco de transformar o que seria um pequeno e talvez insignificante desvio, em uma violenta e traumática queda no precipício...
Fechar um ciclo...para se abrir para um novo...é assim, ser possível viver de verdade.. com intensidade...e com plena felicidade...
Sempre é tempo... de rever... de repensar... de reavaliar... e redirecionar... mudar... abandonar o que já comprovamos que não nos faz bem...
Tem fase da vida que marca mesmo...e como tudo que é bom, marca de maneira agradável...e de vez em quando, lembrar, desperta uma vontade de reviver...mas rapidinho eu me lembro, que não existe isso...o tempo passou...as situações mudaram...e mais que isso...eu mudei...portanto, não tem como voltar...não tem como reviver o passado no presente...mas lembrar pode...e sentir saudade também...
Temos a mania de nos ficar torturando, porque erramos um dia...ah...somos seres humanos...erramos... acertamos...aprendemos...ou não...e ponto...e pronto...a vida é daqui pra frente...
É tão bom viver de verdade... Como é satisfatório, chegar em casa ao final do dia, com o sentimento que nosso dia foi produtivo...que realizamos algo...que, dentro do que nos propomos, fizemos bem feito...colaboramos com o mundo melhor que tanto desejamos...
Você pensar que pode, ou que não pode, só vai determinar o esforço que fará para conseguir...tão lógico isso...