Marcos Silveira

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Namorada

De olhos fechados,
em rimas íntimas declamo:
amor!

O silêncio escuta e,
em leves calafrios, indaga-me:
por quem?
O sorriso, petulante, por mim replica:
pelo ato de saber amar...

E, naquele mágico instante,
o suspiro amoriscado delata-me...

Tudo que em mim se expressa,
relata tão somente você:
minha menina-mulher!

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Pois é ...

Quando do tempo cuidares
e dos detalhes recordares
atingirás a noção do eterno ...

Os passos dados a dois,
o trato com todo cuidado;
o tão particular do depois...

O destino ao vento lançado,
as lágrimas de um plural singular;
vida de um querer isolado
restos de um amor solitário !

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⁠Passageiro talvez! Porém a alucinação que me toma é como suportar o nada do conceito ardiloso, e viver a ilusão torturante de acatar o delírio algoz...

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⁠Alucinação

Apiedei-me solitário
enraizado em limo e pecado;
até mesmo a fé distraiu-se de mim
e os sonhos não mais se exibiram.

Abatido, acastelei-me aflito
entregue à cruz do tétrico legado.
Porém, ocupei-me apenas de amor
e devaneio não mais me faltou...

A noite ofereceu-me às estrelas e à lua
e o vento drogou-me com teu beijo suave;
eu, alucinado, doei-me todo a ti,
e o amar proclamou-se no ar!

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Encontro marcado

Intento-te, de modo incerto;
ímpio ou carnal? Possivelmente!
No silêncio singular, pressinto:
não seria um ato perverso a dois?
Cúmplice arranjo? Veras por certo ...

Íntimo, atiro-me ao pensar-te,
e me vem a cerce lascívia ilusória,
e o querer se torna um ardor;
os critérios apenas se vão,
doando lugar ao méleo pecado ...

E assim, suspeito o beijo plural
e um obsceno abraço amante,
com sabor de "cocada-real" ;
cobiçado no segredo latente
atrevido de amor sem igual!

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⁠Náufragos

A ti, sedutora sereia do além
bastara lançar o compulsório olhar
para que tornasse-me vassalo fiel;
aos olhos ofereceras ínsitos narcóticos
verdes alucinógenos, em átimos diários...

A mim, marujo indefeso e desvairado,
sobejara a imposição da masmorra do amor
proclamada em perpétuos éditos sentimentais;
a nós, comparsas, a devassa conivência a dois
singramos sem rumo, aos irrecusáveis últimos fatais!

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