Marcos Amaro
Foi por querer
Que vi a tua imagem
Por trás da tua face
Dizia muito mais
Do que queria
Consegui então perceber
Em pequenos rastros
O desejo por acontecer.
Se há o bem, creio tê -lo visto
Era a imagem em um sonho distante
Desfocada, para não ser totalmente compreensível
Abraçava-me , afagava-me com seus bólidos
Envolvidos na tessitura
Era o bem
Querendo ser alguém
Indo para um lugar sem fim
Viajando em alta velocidade
Se afastando de mim
O tempo
Ah! O tempo
Ele passou
Ele passará
Ele está passando
Ele voltará?
Aonde estará?
Quero repetir?
Talvez sim
Ou não mais
E se Ele permitir?
Mulher crua
Mulher nua
Quero beijar tua boca vermelha
Nua e crua
Te quero por inteiro
Nem que fosse por uma noite
Para te completar
Em um momento
Aquilo que pensei
Que era derradeiro
Percebi seu olhar insinuante
De cima a baixo
Conectado a todo instante
Querendo
Algo sem sentido por agora
Que se abra a caixa
Pandora
Me vi perdido
Apenas um anseio
Num turbilhão
Sem devaneios
Tão claro e certo
Quanto o amor
Num deserto
Busquei suas mãos
Não as achei
Escaparam como grãos de areia
Chorei!
Pensei que era homem
Mas, me fiz menino
Em corpo de homem
Era um afago em minha mente
Chorei!
Quero sorver seu sabor
Salgado como a dor
Doce no amor
Quando foi que ficou errante
Não foi nesse instante
Ficarei nesse momento
Até acabar o esse rompante
Recebi a extrema unção por esse desejo.
Desimportante, pois não sei o que almejo.
Ainda assim, quero manter esse ensejo.
Faz a vida manter o enleio.
O ramalhete desfiz
Para encontrar você
A que quiz
Tomado por um desejo
Profundo
Chegando à raiz
Passo ao eterno
Isso é que quero
Mas do ramalhete não me desfiz
Apenas, você agora resplandece
Única
No imaginário que fiz.