Marco Paschoal
O afeto é bem maior que o amor!
O amor sempre se cobra,
as vezes até esnoba,
só pra tentar se impor.
Já o afeto,
se desdobra,
necessita do outro,
implora,
só pra poder se expor.
Que seja!
Que a espera não demore,
que a mágoa não devore,
que a razão não ignore,
todo nosso gostar.
Que a demora seja linda,
que a mágoa seja finda,
que a razão,
seja o gostar.
Sou um fraco!
Gosto de falar que gosto,
brigo e não finjo,
me exponho e não me aflijo.
Bendita fraqueza.
Lamentável.
O amor do lamento,
sempre sem argumento,
vive só do sofrimento,
nunca do bem-estar.
Reclama e só pede mais,
mas nunca é capaz,
de nem mesmo
se gostar.
Vitrais
Querendo ou não,
somos unidos demais!
Vários formatos,
cores,
tamanhos...
uns normais,
até legais,
outros anormais,
geniais.
Sempre diferentes,
nunca iguais;
mas sempre ligados,
amontoados,
encaixados,
formando um todo,
lindo,
diverso,
feito vitrais.
Meu dom?
Vários...
partes do dia,
tento ser Dom, Juan...
outras vezes o Dom, Casmurro...
na rebeldia,
meu dom é ser, Pixote...
mas na essência,
sou Dom, Quixote.
Sou presa.
Esse seu olhar de predadora;
Faz assim:
Avança em mim?
Não pensa...
dispensa todo seu pudor,
me avança,
seja lá como for,
mas que venha por inteira,
fique ao meu dispor...
te espero,
quero...
e nem precisa ter amor.
Quero só que se lambuze,
que me use,
com ardor.
De_ver.
Saudade de você!
só assim [...]
de ver.
O seu corpo,
o seu jeito,
de sem jeito,
você se envergonhar...
sei que tenho esse meu jeito,
de olhar,
de devorar com os olhos...
mas é só assim [...] com meu pensar.
Onde tem para comprar ...
um carinho incessante,
um desejo constante,
uma paixão alucinante,
uma amizade vibrante...
Para quê?
Para dar mais valor ao que não tem preço.
Sou louco!
Quando a maioria se acha infeliz,
eu me encontro feliz.
Quando a maioria só quer o amor,
eu dou amor para quem quiser.
Quando a maioria só cobra fidelidade,
eu sou fiel dizendo quem sou, como sou, o que gosto.
Quando a maioria religiosa só discrimina e rotula,
eu agradeço a Deus por não ter religião.
Quando a maioria confunde socialização com alcoolismo,
eu já nem bebo mais.
Quando a maioria joga tudo nas mãos de Deus,
eu agarro tudo que Deus me dá.
Quando a maioria me chama de louco,
eu fico em paz.
Ela era tão conservadora,
que virou conserva.
Agora passa os dias aguardando,
um amigo,
uma amante,
um abrigo...
pra sua vida sair do vácuo.
Deixe a porta entreaberta,
para por uma fresta,
eu entrar.
Tenho ideias saudáveis,
na hora,
você vai gostar.
E não adianta tentar
adivinhar o pensar.
Pois a mente é fértil,
você não vai superar.
Mas te afirmo uma coisa,
elas surgem sem ninguém esperar.
E independente se goste,
futuro nenhum
irá apagar.
ass.: Saudade
O uso e o abuso do amor.
O amor,
serve pra transpor,
pra superar ódio e rancor,
pra salvar-nos todos,
de mágoas e outras dores,
pra sucumbir,
lavando a alma,
vivendo novos sabores.
Mas claro!
Tem gente que estraga,
faz da palavra amor,
uma desculpa,
pra torturar,
manipular a pessoa amada.
Jogando-lhe culpas,
mentiras diárias,
misturando ternura,
com tapas na cara,
uma palavra doce,
com doze amargas,
um unhar que arrepia,
com o fio da navalha.
Por isso cuidado,
sim cuidado,
cuidado com o rancor,
cuidado com o amor.
Na raiva, tenha cuidado,
no amor, seja cuidado.
Pra você.
Ei, calma, relaxa...
vá vivendo que tudo se encaixa.
Até me assusto
vendo logo você,
que se encanta
com todo conto doce que lê,
que chora com quem canta o amor mesmo sem ter,
de repente se entristecer
com algo bobo que lhe acontecer.
Preste atenção,
não sofra em vão.
Corre pra felicidade,
pois a tristeza,
essa,
voa com destreza.
Evitando amar.
Serão ossos do ofício,
ou serão nossos vícios,
de tudo dramatizar.
Gostamos tanto da dor,
que sempre matamos o amor
achando que não vai durar.
Paremos com esse suplício,
vivamos deste novo vício,
que é simplesmente, o G O S T A R.
Não importando o resultado,
mas sim o vivido, o gostado,
de cada minuto do Amar.
Posse.
Se sou só?
Só são sós,
os seus.
Só sou só
sendo seu,
sendo eu,
some o só.
Somando eu
seremos nós,
sendo nós,
não seremos só.
Você...
é feito tamarindo.
Azeda, mas saborosa...
complicada, feito prosa,
casca frágil, que nem rosa,
suculenta, gostosa...
poucos gostam,
mas quem gosta,
te ama
tamarindo,
t ama rindo.
Em cantando.
De amor é que ele sofre,
mas vai vivendo,
fazendo estrofe.
Cantando suas dores,
vai parindo mais amores.
colhendo beijos e flores
de quem por ele se encantar.
Se cura.
Rancor,
vê se se cura
de tanta secura.
Vê se adoça
essa sua amargura.
Vê se transborda
alguma doçura.
Vê se faz o amar
ser sua cura.
Confio no tempo!
Ele me conta,
tudo que sabe,
ele liberta,
toda verdade,
mesmo que as vezes,
tudo desabe,
prefiro que mostre
quem é por mim.
As vezes percebo
e até tenho medo,
de um tipo de gente
que mente sem medo,
pensando que a todos irá iludir.
Mas o tempo
vai se passando,
e as atitudes vão nos mostrando
que esse tipo de gente
se atola em si.
Depois,
se afogam no erro
e por orgulho e desespero,
mentem sem fim.
Por isso prefiro a verdade,
e o tempo me dará,
por lealdade e fidelidade,
o melhor dia a dia pra mim.
Presa ou preza?
Triste o ser
que preza o desprezo,
que no desgosto se apega
e vira presa,
de quem não o gosta.
Mesmo assim,
disputa o oposto,
como se gostasse do gosto,
de se prender
ao que lhe faz infeliz.