Marco Antonio Ribeiro Coura

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SONHO

Sonhei que houve uma guerra
cujas armas eram flores

As explosões espargiam
pétalas, néctar, olores,
esperança em tom de cores

As pessoas alvejadas
Com flores também reagiam…

E o sonho acabou assim
com o mundo se transformando
em um florejante jardim

Inserida por MarcoARCoura

LIMONADA

Era um azedo limão
Que foi cortado e espremido...
Mas após tal aflição
Tornou-se doce limonada
Deixando uma rica lição.

Era uma pedra bruta
Que após bem lapidada
Transformou-se em escultura
Com tamanha formosura
Por todos admirada

Assim ocorre com a gente.
Após serem as dificuldades
Superadas com paciência
Surgem os bons resultados
Esta é a chamada “resiliência”.

Daí nasceu a expressão
Por tantos utilizada:
“Transforme o azedo limão
Numa doce limonada”.

Inserida por MarcoARCoura

Família

Deus me deu linda família
com esposa, filho e filha…

Este amor ilimitado
é o meu nobre legado
e há de ser tão bem cuidado

A família é o maior bem!
Proteja a sua também
agora e sempre, amém.

Paradoxo

Viajarei até Marte
pois já explorei a lua.
Só falta, da minha parte,
Não jogar lixo na rua.

Inserida por MarcoARCoura

DESTINO

Sou uma simples estrada
Como tantas por aí.
Quantas pessoas passam
Diariamente por mim
Vindo daqui e dali
Seguindo a sua jornada.

E HOJE, NO PERÍODO MATUTINO,
PASSOU POR MIM, APRESSADO,
UM CATIVANTE MENINO.

Alguns andam por aqui bem sossegados
Outros fazem seu percurso, preocupados.
Uns preferem ir sozinhos, caminhando
Outros passam por aqui sempre em bando.

Alguns vêm de bicicleta,
De carro ou motocicleta
Outros passam apinhados
Em ônibus superlotados

Todos cumprem, enfim, sua empreitada
Cruzando por esta velha estrada.

E HOJE, NO PERÍODO VESPERTINO,
PASSOU POR MIM, APRESSADO,
UM CATIVANTE MENINO.

No trajeto há aqueles que namoram,
Tem aqueles que mendigam,
Também aqueles que oram.
Alguns seguem desconfiados
E outros bem-humorados.
Alguns cruzam desatentos
Usando fones de ouvido.
Outros seguem tão festivos,
Fazendo vasto ruído.

É tanta gente diferente!
Alguns vão, mas também voltam...
Outros apenas seguem em frente.

E eu, uma simples estrada,
Inerte e introvertida,
Fico só a observar...
É esta a minha vida.

E AO CHEGAR A ESCURIDÃO
PALPITA O MEU CORAÇÃO:
QUAL HÁ DE SER O DESTINO
DO CATIVANTE MENINO?

Inserida por MarcoARCoura

SERINGUEIRA

Ao caminhar pelo parque
Exercitando à minha maneira
Observo, atentamente,
Uma antiga seringueira

Como pode a natureza
Ofertar tanta beleza?
Quanta sombra e formosura
Em uma só criatura!

E apesar de tão perfeita
Não se dá por satisfeita
Ainda fornece a borracha
Como a me assegurar:
“Conheço os teus receios,
E os irei apagar”

Ao despedir-me da sábia árvore
Sigo feliz, mais confortado
Ela sabe dos meus medos...
Quiçá já os tenha deletado.

Inserida por MarcoARCoura

Professor

Sou aluno e professor…
Sou mestre e aprendiz…
Entre apagador e giz
Eu exerço o meu labor.
E no afã de ensinar
Eu aprendo a ser feliz!

Inserida por MarcoARCoura

Essência

ESTAR é verbo importante,
SER é verbo essencial.

Sou filho, sou pai, sou neto…
Sou amigo, enfim, sou gente.
Sou um eterno aprendiz
Na constante busca por ser feliz.

Estou doutor, motorista
Estou aluno, professor
Estou pedreiro, artista…

SER é verbo permanente
Que estará sempre presente.
ESTAR é verbo passageiro
Que se finda de repente.

Que no oceano do nosso viver
Flutuemos no verbo ESTAR
Mas mergulhemos no verbo SER.

Inserida por MarcoARCoura

Prece aos filhos

E a cada passo
Uma prece eu faço:
“Meu Deus, protegei o destino
Desse cativante menino!”

E a cada passo
Uma prece eu faço:
“Meu Deus, protegei, sim, a sina,
Dessa fascinante menina!”
Amém.

Inserida por MarcoARCoura

Sorte grande

Por que estás tão feliz?
Tiraste a sorte grande?
Ganhaste na loteria?

Por que estou tão feliz?
Sim! Tirei a sorte grande!
Deus me deu um novo dia!

Inserida por MarcoARCoura

Contágio

Se a pandemia é contagiosa
A poesia é contagiante.
Já que a vida nos contagia…
Que seja de poesia!

Inserida por MarcoARCoura

Fortaleza

Apesar dos problemas da vida…
Apesar dos dilemas da morte…
Apesar dessa dor tão doída…
Eu me sinto cada vez mais forte.

Inserida por MarcoARCoura

Benção

“A sua benção, papai!
A sua benção, mamãe!”

“Meu filho, Deus te abençoe!”

É pena que hoje pensem
Que esse tempo já se foi…

Pois a benção de uma mãe…
Pois a benção de um pai…
É benção que não se esquece!
É benção que sempre aquece!
É benção que permanece!
É benção que não se vai.

Inserida por MarcoARCoura

Bem-te-vi

O teu canto, bem-te-vi,
Bem que vi quanto me aquece!
O teu canto é mais que um canto…
O teu canto é um encanto!
É teu canto uma prece!

Inserida por MarcoARCoura

Ponte

Antes que a vida
A ti desaponte
Soluções aponte!
Evite ser muro,
Procure ser ponte!

Inserida por MarcoARCoura

Porta do céu

Aquela nuvem - a mais bela,
Retocada com pincel!
Não seria, talvez, ela,
A porta que dá pro céu?

Inserida por MarcoARCoura

(In)sanidade

Alguns dizem que sou são…
Outros dizem que sou louco…
Todos eles têm razão:
Sou de cada um, um pouco.

Inserida por MarcoARCoura

RIO

Tal como um constante rio
Ora calmo, ora bravio
Eu vou seguindo o meu curso...

Meu destino é alcançar
Em algum momento e lugar
A imensidão do lindo mar

No caminho há remansos
E momentos de harmonia
Mas também há cachoeiras,
Rochedos e ribanceiras.

Muitos são os desafios
Que eu tenho enfrentado...
E tantos são os problemas
Que eu tenho contornado.

Mas há também as alegrias
Que inundam meus belos dias

E vou seguindo, sem parar
Quer apressado ou devagar
Como um constante rio
Em busca do lindo mar.

Inserida por MarcoARCoura

PENSAMENTO

Não posso respirar
Lá no fundo do mar...

Mas meus pensamentos
Mergulham por horas
No oceano profundo
Da minha existência

Não posso ficar
Flutuando no ar...

Mas meus pensamentos
Mergulham por horas
No horizonte infinito
Da minha existência

Como é bom poder pensar!

Pensando eu viajo ao fundo do mar
Ao topo do céu
A qualquer lugar!

Sem saber quando parar
Sem ter pressa pra voltar

Nunca deixe alguém ceifar
A tua liberdade de pensar
E de se manifestar...

O pensamento é um direito
Que merece e exige respeito.

Inserida por MarcoARCoura

NINHO VAZIO

Dois bonitos passarinhos
Que voavam por aí
Um dia se encontraram
E logo se apaixonaram

Construíram um belo ninho
Simples, mas aconchegante
Então vieram os filhotinhos
Felizes e esfuziantes

A família aumentou
E a trabalheira também…
Ter comida e segurança
Não é fácil pra ninguém

O casal de passarinhos
Com integral dedicação
Transmitiu aos seus filhinhos
Respeito e educação

E assim, dia após dia,
Numa luta sem parar
Os pequenos filhotinhos
Aprenderam a voar

Mas em uma tarde voaram
E já não voltaram mais…
Foram construir seus ninhos
Seguindo os próprios caminhos
Como um dia, lá atrás,
Também o fizeram seus pais

Então, assim de repente
O ninho aconchegante
Que era tão quente e seguro
Ficou triste, escuro e frio
Tornou-se um ninho vazio

E o casal de passarinhos
Lá na varanda do ninho
Hoje fica a murmurar
Esperando que numa tarde
Os filhotes reapareçam...
E que voltem pra ficar.

Inserida por MarcoARCoura

Seu doce colo

Sonhei que voltei no tempo
E realizei meu maior desejo…
Deitei-me em teu doce colo
E recebi um beijinho teu…
E apenas sussurrei: “Minha mãe!”

De repente, duas lágrimas de felicidade
Escorreram de meus olhos…

Acordei, voltando ao meu tempo…
Não mais senti o teu doce colo,
Não mais senti o beijinho teu…
E apenas sussurrei: “Minha mãe!”

De repente duas lágrimas de saudade
Escorreram de meus olhos…

Inserida por MarcoARCoura

Serenidade

Vi um casal caminhando
Cá em solo brasileiro
Pelo jeito e sotaque
Era gente do estrangeiro

No colo da mãe dormia
Um bebê, despreocupado,
Sem jamais imaginar
O que se passava ao seu lado.

O marido, cabisbaixo reclamava
A esposa, entristecida murmurava…

Nada estava dando certo
Para aquela jovem família
Pois no ar se percebia
Desalento e agonia.

Talvez longe de sua terra,
Sem emprego ou sem dinheiro,
O casal sentisse incerto
Seu futuro e paradeiro

Mas no colo de sua mãe
No final daquele dia
O bebê, bem sossegado,
Serenamente dormia…
E ao olhá-lo mais de perto
Percebi que até sorria.

Quem dera este nosso mundo
Tão antigo e tão moderno
Pudesse ser, tão somente,
Um suave colo materno.

Inserida por MarcoARCoura

SABIÁ-LARANJEIRA

Quão belas são as lembranças
Lá dos tempos de criança...

Sendo um bom homem do campo
Meu pai tinha antigos pios.
E tal como a brincar
Ficávamos a imitar
Dos pássaros, os assobios.

Qual era a nossa emoção
Quando os pássaros nos ouviam!
E, então, retribuíam
Com uma linda canção!

E ontem, ao entardecer,
Sem querer voltei no tempo...
Ouvi um doce assobio
Vindo de uma paineira.
E mal pude acreditar
Lá estava a cantarolar
Um sabiá-laranjeira.

Revivendo meu passado
Eu ouvi, maravilhado,
Seu impecável assobio.

Desta vez fiquei calado
E com os olhos marejados
Eu não dei sequer um pio.

Inserida por MarcoARCoura

Hospedagem

Viver é chegar…
Então se hospedar
E depois partir.

Chegada
Hospedagem
Partida…
Fases integrantes da mesma jornada

Mas o coração não se esquece:
Aquele que chega e nele se hospeda
Mesmo quando parte, ali permanece.

Inserida por MarcoARCoura

Presente

Eu ganhei um canivete
Bem antigo, desgastado
Certamente tão usado
Por esse meu doador.

Não imagino o seu preço
Mas como ele tem valor!
Doou-me com tanto amor,
Nem mesmo sei se o mereço

Sempre que o tenho nas mãos
Uma lágrima me cai...
Este velho canivete
Eu o ganhei de meu pai.

Inserida por MarcoARCoura