Marcelo Calderari Miguel
Somos próximos... Ainda que a realidade pareça estar longe de ser plena e razoável a todos.
Somos... a integridade e a tessitura que soma todos nós... Eis a mistura, um caldeirão de etnias, tempera o que somos!
Como seguir em frente? Cadê as palavras? Burguesas perguntas não há. O planeta navega a esmo, desejo e volatilidade da humanidade é porta aberta.
A vida acelera e quase macha... Sintonia nunca é regra, pode gerar angústias e selvas. A coisa é incerta e, não ficará pedra sobre pedra. Desmontam-me e quebram-me, sangro!
A retina egoísta, altruísta e anômica, o aromatizado mundo não vê passar. O coração espalhafatoso vai deixando de pulsar; falha armadura a penar.
Corruptos e corruptores do passado, do presente e, fatalmente, do vindouro.
Ponham suas barbas de molho, ponham-nas de molho, mesmo as mulheres sem barba.
A pátria Brasil caminha a galope ligeiro, ordeiro, vanguardeiro, alvissareiro e justiceiro.
Montada numa verdadeira e necessária democracia do povo, pelo povo e para o povo!
Para terminar, em bom e claro português apenas digo:
Isso, com exclamações, sem qualquer reticência para o futuro.
Companheiros, camaradas e comparsas – cambada essa que acha que são – vamos lá!
E isso dá o que falar, não é um determinismo, pois o poder na língua portuguesa chama-se DESEJO.
Vejo o Sabiá-laranjeira pousado em um Ipê-amarelo.
Num tronco resistente, levemente tortuoso, canta forte e assustada a tênue avezinha.
Mas que raro e singelo ver esse monumental e pátrio dueto!
Aquele que muito reza – é o que designa – o cordial vozear do sabiá.
O pé de ipê explana ideal firmeza – cascuda árvore nomeia que é.
Vila Velha - Município do litoral Sudeste - Pertence à Região Metropolitana de Vitória [...] Elevado índice de desenvolvimento humano, belissimas praias e relíquias admiráveis. Conta com a variedade e outros atrativos arquitetônicos de valor [...] Acoroçoa raia turística, dormitório não mais, é presencial audácia!
No princípio era o Verbo... E o que fez a Arquivologia?
Ao surgir pensou-se que seria arquivística disciplina
Legítima tríada corrente, vicissitude raiz, englobante e integrada.
Com o tempo vestiu princípios e técnicas que lhe deram
Nova roupagem, escreveu no continuum gerúndio alguma terminologia
Perenal tesauro, assim gerando, criando, formando léxicos lastros
– eis o repositório arquivístico digital confiável, real e exato.
No princípio era a Palavra... O que fez a Biblioteconomia?
Idealizou certo mito da biblioteca universal
Os sabores e ardores do projeto xanadu vinculavam pressupostos vastos
E não ocorreu! O acesso instantâneo e ubíquo, a total abertura à Era da Informação
Quimera e sonhos – coleção encanto, digam os “idealistas”, belos eram os planos.
Pende a preservação das memórias, volição compartilhada por tantas culturas
E as orelhas inertes – não dos livros – mas daqueles que ouvem saibam: xanadu salvaria o mundo!
No princípio era a Eloquência... O que fez a Museologia?
Ao nascer, queria ser morada ou templo das musas, local de inspiração divina.
No estimulo à criatividade dos artistas e intelectuais, viu-se na museuconomia
Autêntica e revolucionária museal prática – reforça os domínios das três marias
A corrente museológica vestiu a carranca que lhe deram e o fausto a enquadra
Ante a infoera dita: preservação, conservação e restauração jamais jazem mudas
– salvaguarda que “documento” também é um patrimônio e documento é tudo!
Uma edificação de transformação social...
Um espaço de sondagens, esperança, literatura, leitura e arte.
Um balneário de contação de histórias, narrativas éticas e fábulas.
Um lócus de transformação, reinvenção e inovação de projetos e ideais.
Um gostoso cantinho de relaxamento, terapia e lazer.
Meu pedaço (trans)oceânico e chão!
Um lugar de muita viagem... E embarques!
Uma ambiência de paz, ciência, cidadania e integridade.
Um prédio arquitetônico que agrega valor à vida em comunidade.
Um recinto de celeridade, tecnologias, patrimônio, memórias e identidade.
Um paraíso de convivência, acolhimento, aprendizagem e notabilidade.
Meu pedaço de vida e (trans)formação!
Biblioteca no presídio.
Reduto corretivo, leitura é acalento.
Facilita o mediar informação para o cidadão.
E carece tê-la na mesma medida em que sente.
Ela nunca vem sozinha, traz o transformar de sinas.
E, inimiga da solidão, a biblioteca traz um rol de inspiração.
E tem compaixão, estudo, reaprender, realizar... Tudo é possível!
As unidades de informação do cárcere dão o acesso à informação.
Enfatiza a ação da unidade na mediação da leitura e da informação.
A biblioteca prisional toa uma social ferramenta, é resgate educacional do apenado.
Laboratório das leituras – metamorfoseia amplos questionamentos, plurais papeis.
Ressocializa em livros instrutivos, recreativos e didáticos – o detento, a humanidade.
E no retirar da liberdade, a biblioteca pauta um bojo sideral – uma bussolar convivência.
'Informar', direito afiançado a todo e qualquer cidadão – reintegra e política afirmativa é.
A biblioteca prisional assume um papel fundamental, enreda uma missionária arte...
Com sua filosofia e vãs sutilezas, a biblioteca satiriza ogros costumes, o bem acarreta!
Busca-se bibliotecário, arquivista, museólogo ou documentarista.
Doutor, mestre ou bacharel apenas, eis um profissional de alívios e memória.
Conservador e restaurador de paradigmas, preservador ou criativista...
Alguém que provoque as bruxas, os encantos, o direito à cidadania.
Almejo construir compostos que sanam as dores da alma e garantem as fontes de informação...
Eis a saga de obter o melhor remédio, elixir mágico, fórmula perfeita de proliferar a paz...
Essa é a absoluta garantia, com a popular sabedoria, encontra-se o ser criativo e humano.
Libertária, a biblioteca prisional, agente institucional e humano, provoca mudanças...
Empodera, encaminha, reduz a pena, converge novo planeais ao detento... Ousa transformar!
Memória no olhar, lugar de aprender e visualizar.
A memória provoca dores e amores, alívios e dissabores.
Há memória que enunciam gritos, tornam-se escritas palavras.
Há memória alinhada ao dever de ser esquecida ou revelada, cores jamais apontadas...
A memória avisa, protege, retalha, acaricia, alucina e nós decompõe.