Marcella Prado

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Essa tua soberania nojenta passa por cima de mim, por cima das minhas palavras vazias e tão desesperadas de sentimento

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Prefiro a dor compartilhada ao silêncio.

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Eu sinto teu desprezo de longe, é impressionante. Você não falha.

Um dia também vou me cansar de te amar sem retorno.

Um dia volto a ser quem eu era antes de você. Um dia te largo. Um dia meu bem, eu desencarno.

Estou cada vez mais só. Saudades? Muitas. De mim. E como dói sentir saudades de si.

Se for covarde o bastante para dizer-me o que quer que seja, lembre-se de mim. Lembre-se com carinho. Aguardo tuas vibrações positivas.

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Levo um abismo no olhar, e um medo tremendo de me tornar o assunto.

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Quero ficar quietinha, tranquila, esquecida. Tenho vontade de surrar aqueles que me perguntam, sem folga, se estou bem. Não meus queridos - não estou bem. Nunca estive pior. Nunca senti um vazio tão grande como o que sinto agora. Nunca tive tanto medo. Está tudo rachado. Estou em ruínas. Me deixem. No dia que eu estiver bem vocês vão perceber, eu prometo

Não quero choro, só quero vela

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Não se atreva a ignorar. Estou aqui. Não finja que não me vê. Não demore mais. Ainda te aguardo.

Tempo passado. Tempo perdido. Tempo vivido. Tempo de saudades. Tempo quente. Tempo frio. Tempo misto. Tempo chato. Tempo nostálgico. Tempo que se arrasta. Tempo de dizer adeus. Tempo esquisito. Tempo parado. Tempo melancólico. Tempo de desapego. Tempo de deixá-lo ir. Tempo de correria. Tempo de calmaria. Tempo de paz. Tempo de vida. Tempos de infância. Tempo da vovó. Tempo que corre. Tempo não volta. Tempo é cruel. Tempo deixa saudades. Tempo cura os males. Tempo amezina as dores.

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Sempre termino distraida, com minha lista mental de compatibilides afogada em minhas memórias banhadas a álcool.

Não quero mais saber de sentimento recíproco. Só quero alívio.

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Tudo assim, um pouco do avesso, um pouco doído, dolorido.

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Estou seca, oca. Sem gritos nem choro. Não transpareço emoção.

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a esperança é o pior dos males, é ultima que morre, mas é a primeira que mata. Mata aquele que a cultiva. Mata todo resto.

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A verdade é que escrevo como companhia.

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Saí da minha cabeça, saí já da minha vida, saí dos meus pensamentos, das minha vontades, das minhas saudades. Seu demônio.

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Ela ainda espera algo muito bonito acontecer na vida dela.

Ela escreve para se sentir melhor, para compartilhar, para tentar encontrar pessoas como ela.

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Um filme antigo na televisão me faz companhia, faz frio. Estou só. Sinto saudades.

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Não suporto saudades. Sentir falta é como um tapa na cara, todos os dias, me lembrando que perdi, que não possuo mais. E como dói perder. Não sei lidar com perdas, não sei nem perder em banco imobiliário, quem dirá mais um amor, um amigo. Não. Já é demais pra mim.

Um dia a dor explode, te engoli.

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Como vai doer, no dia que o peso da lucidez invadir a tua paz inabalável.

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