Marcella Fernanda

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Sou dona da verdade e dos pronomes possessivos. Tudo é meu, o que eu tenho, o que não tenho, o que já tive e não tenho mais.

Fica bem. Fim.

"Não sei quase nada do amor. Nada além de romances literários, filmes de comédia romântica, desabafo de amigas e umas poucas tentativas extremamente mal sucedidas. Conheço e admiro de nome, mas queria compartilhar minha única certeza: Amor mesmo não dói."

E que se dane com quem você fica, quando não tá comigo. O que você faz, fala, seus planos e expectativas. Porque 'estar comigo' é raso demais e talvez nem valha a pena mergulhar fundo, mais uma vez. Morrer afogada, de novo. Estar contigo é
ótimo, eu gosto muito da sua companhia, de como a gente funciona e adoro como eu me sinto, de verdade. Mas não é você, no fundo eu sei e tudo bem. Ainda não é você quem vai me deixar paranóica por não ter motivos pra ter paranóias. Não é você o cara que eu vou poder fazer planos em paz e pensar com um sorriso bobo em como nossos filhos seriam bonitos, e torcer pra terem o seu cabelo. Não é você que vai me segurar se eu desabar, não é. Nem você, nem ninguém que já tenha passado pela minha vida. Talvez ninguém mesmo, assim, sem complementos: Ninguém no mundo. Porque eu não sou fácil, tenho plena consciência disso. Sei que homem é homem, blablabla natureza, instinto, perdão, tô sabendo de todas essas coisas também. Mas eu levanto um letreiro neon escrito amor e não abro mão de que me entendam, assim como entendem toda essa babaquice de banalizar fidelidade por causa de uma merda de impulso. Me poupe, quem não tem esses momentos? Mulher também sente atração, mulher também é cercada de tentações, então vamos pular essa historinha pra boi dormir. Minhas necessidades também tem que ser supridas e isso, fatalmente, colide com essa tolerância que, supostamente, as mulheres devem ter pra manter um relacionamento duradouro e feliz. Não tô pronta pra isso, entender, entender, engolir sapo, relevar, entender mais um pouco. Acho que nessas minhas tentativas de ser dois, acabei ficando unitária demais, egoísta demais, sozinha demais, exigente. Não nasci pra aturar essa gente tão acomodada nesse machismo imbecil, valores perdidos, tempo atrasado. E, sem querer parecer frígida, tenho achado que esse tipo de solidão é meu prêmio, não meu castigo.

Se você tivesse dado valor ao meu lado doce, tivesse me guardado, me poupado, me degustado como deveria ser, não precisaria ter que se acostumar com o sabor do meu lado amargo. Você quem me deixou fora da geladeira, estragou a gente. Que desperdício.

Não importa quantos corpos você tenha no verão, no inverno você sente falta da história, da alma, das manias. Vai ser ele por um bom tempo o dono das saudades bobas, das carências mais fortes, do carinho. (...) Você vai tentar substituir ele por outro, assim, como quem muda de manteiga no café da manhã. E pode dar muito certo por uns meses, depois o novo cara é só mais um anexo no arquivo de decepções e a saudade, de algum modo estranho, nem é do cara novo. (...) Não se cura um amor com um novo amor. Se cura com amor-próprio.

Você tem sua vida, eu tenho a minha, mas olha só a loucura, a gente tem a nossa vida também, paralela a tudo isso. Você fica com essas meninas sem graça por aí e continua sendo meu. Isso é bonito, mas é triste, porque não é fácil dividir você, como se fosse algo sem valor. Mas também não seria fácil a gente assumir um compromisso e se afundar nessas cobranças, mentiras e desconfianças dos namoros por aí. Faz falta uma certeza sobre nós, mas não sei ao certo se isso ia ser melhor pra nossa relação. A gente se vê quando dá tempo, quando dá pra ser, fala o que conseguir. E é isso que todo mundo vê, a gente se vendo num fim de noite, num fim de mês, sem trocar confidências. Mas se eles pudessem sentir meu corpo quando tá perto do teu, se fossem invadidos pelos seus olhos como eu sou, também não iriam conseguir falar muito ou tirar maiores conclusões. Iam só sorrir e entender porque, apesar dos pesares, eu continuo sendo sua, quando a vida me deixa te ter um pouquinho. E esse pouquinho, pode acreditar, me faz mais feliz do que todo o resto do tempo que eu passo sem você. Sem gaiola, sem coleira, só você, eu e uns carinhos.

Só não gosto dessa incerteza de não saber como vai ser amanhã. Mesmo que eu não saiba, gosto de pensar que sei, pelo menos um pouco. Gosto de mudanças, mas quando eu decido que as coisas precisam mudar ! Tá me entendendo ? Talvez eu só precise de terapia. Ou um amor.

Parabéns pra você que já fez tanto menino crescer por aí, mesmo que isso te custasse uma cicatriz a mais no coração.

Eu odeio não ser correspondida. No abraço, quando eu dou “Bom dia” pra alguém que finge não ter ouvido, quando eu amo, me entrego e não recebo nada ou quase isso. Não suporto e não sei lidar com a falta de reciprocidade. Quando eu considero e não sou considerada, respeito sozinha, quando eu vou falar com alguém, morta de saudade e sou ignorada ou tratada friamente. O que me deixa louca, inconformada, com raiva de mim, não é o pouco ou as coisas ruins que eu recebo em troca. É o desperdício de tudo que eu dou de bom, assim, de bandeja, pro cafajeste convicto, pro trocador mal humorado, pra tanta gente rasa e ingrata. E nada desfaz esse nó na garganta, só porque eu podia ter feito diferente, empatado o jogo e transformado tudo no clássico “chumbo trocado não dói”. Porque é isso e me alivia demais essa coisa de pagar na mesma moeda, receber seis e dar meia dúzia ou menos, só pra não arriscar o prejuízo. Eu volto pra casa com a sensação doce de dever cumprido, justiça. Como se eu tivesse gritado pro mundo “Meu bem, comigo não! Presta atenção.” Mas quando eu vejo, quase sempre e meio que automaticamente, tô dando “Bom dia” pra outro cobrador mal humorado e recomeça o ciclo, como uma bola de neve. Porque, mesmo que sem querer, por impulso, eu sou superior a eles e a isso. De verdade, do jeito mais puro que se pode ser superior, naturalmente, nada planejado. E deixo minhas esmolas de coisas boas por aí, porque não me faz falta, eu tenho de sobra e também tenho a certeza de que eles precisam bem mais do que eu. Podem ficar!

Tô sempre sorrindo e não é atuação. Tô bem assim.

Se não conseguir me encontrar, deixa recado na caixa postal. Quem sabe eu te mande um postal, contando como minha vida anda bem apesar de você.

Tô bem sozinha, sou melhor só minha.

Nasci pra ser tua, simples assim.

Vou te contar, eu amo flores. Mas amo muito mais a verdade.

Eu fico pensando o que leva uma pessoa a ser assim. Eu me ocupo com a minha felicidade, minhas coisas, minhas te
ntativas, meus erros. Eu vivo minha vida, por isso não me sobra tempo pra ser crítica oficial da vida de ninguém. E, sendo assim, penso que se alguém disponibiliza seu tempo pra isso é porque, na verdade, não tem nada mais útil pra fazer dele.

É uma pena, penso nisso todo dia e peço a Deus que, se for da vontade Dele, se for realmente pra acontecer, nossas vidas se cruzem um dia e permaneçam cruzadas.

Ou então que você seja feliz, da forma mais linda que puder, do jeito que você merece.

Se isso não é amor, o que mais pode ser? O maior e mais bonito que já ouvi falar.

Porque quis mostrar pro mundo, não soube o tempo de guardar só pra mim.

E sequência na vida, sempre. Acho que essa é a minha função, minha sina, seguir em frente, inteira, e ir fazendo algumas bagunças pelo caminho. Se eu passar por você, ou vem do meu lado ou fica sem mim, sem meios termos. Porque o meu caminho é para frente, não sei andar para trás e, sinceramente, faço questão de não aprender.

Quero toda distância possível de gente que se joga nos outros pra descansar, esse povo que suga a vida do outro pra tentar se sentir menos vazio. Me dá até um frio na espinha esse tipo de carência doente. Essa obsessão de não ficar só, essa necessidade que se cria e sufoca. Não passo todos os fins de semanas bêbada pelas ruas, não tenho um carinha pra cada semana, não ando semi-nua mas, acredite, sou livre demais. Sou passarinho e só pouso quando e em quem eu quero.

Se ninguém mais se arrependeu nessa história, não seria eu quem iria inaugurar.

Deixei meu desabafo com quem merecia talvez uma breve explicação e dei sequência na vida.

Vomitei meu último foda-se e fui dormir, em paz.