Magaiver Welington
Gumes a pentear
a carne fria e magra.
Doce é o sabor da guilhotina.
O sol a se deixar levar
acabou engolido pelas trevas.
Sem renegar a lua se tornou imortal,
e as sombras eternas...
As retinas sem medo
perambulavam pela noite
a declamas suas poesias para a morte.
vitimas de seus pecados e desejos.
Enquanto uma brisa morbida
abraçava todos os que encontrava pela rua...
Não é engraçado quando eles estam sempre te dizendo o que fazer.Então você percebe, que se tornou tão vazia quanto uma noite sem estrelas...
Quando os céus se tornarem tão negros quando a mente humana e os mares tão vermelhos quanto o sangue inocente, será hora de partir...
Guardei meu coração em uma caixa sem vida e sem cor,
onde tudo parecia tão distante de nós.
Agora não resta mais nada além de um sol embriagado.
É hora de se lançar ao mar outra vez, sem medo da fúria das ondas.
Eu vi a luz de perto, e senti ela me queimar.
Eu estava tão alto e tão distante de tudo,
mas agora eu posso sentir o chão mais do que nunca.
Eu estarei sempre aqui, mesmo quando todos tentarem ofuscar você.
E mesmo que os invernos insistirem em te derrubar
eu estarei sempre aqui pronto pra te aquecer...
Deitas sobre um fio de mar.
Alugas a tempestade,
porém, por que tem tanto medo da chuva?
Deixe de ser tão tola, tão covarde.
Dei me um braço de vento
para que eu possa tocar as nuvens.
Não esconda suas lágrimas
atrás de tais sorrisos, tais acordes.
Deixe os violões tristes falarem por si mesmos
fúnebres e trémulos.
Eu esperava o céu mas encontrei o inferno,
esta tudo vazio dentro de mim agora.
O inverno veio e castigou minha alma,
mas esta será a ultima vez.
Há um nó trancado em minha garganta,
e carnes frias penduradas em frente ao mar.
É hora de destilar essa dor,
de um sono mais longo do que de costume.
Amanhã será um novo dia,
tão escuro quando hoje,
mas alguém tem que se apagar
para que o espetáculo não termine sem aplausos.
Meus amigos invisíveis estarão todos lá,
quando meus olhos fecharem...
Longos anos protegidos pelas sombras das árvores,
resolveram um dia em fim
abrir os olhos e deixar a luz entrar.
Mas o tempo passou
e eu acabei regredindo aos antigos amores
que hoje já se encontram frios e sem sabor.
Na macies de tua pele me perdi novamente,
eu sei, não exitei em errar.
Então resolvi conter os espinhos
que dentro de mim tomavam forma.
Agora estou confuso,
mas sei que essa tempestade esta perto de acabar.
Eu reneguei o sol que um dia sorriu pra mim
e hoje tento achar alguma luz que possa me acalmar.
Para que os sonhos não se quebrem desta vez.
Alguns corações serão partidos eu sei,
mas nada que o tempo não posso curar.
Troquei o calor de um abraço pela leveza do vento.
Mas acabei perdendo meu coração com o tempo.
Mergulhei de volta ao passado
e sem perceber acabei afogando amores presentes.
Preciso retomar minha raízes
para que não sobre mais lugares para as correntes.
Os beijos se romperam diante desta confusão.
Meu amor se perdeu entre a areia e pedras,
e se afogou no deserto do vazio sem se quer exitar.
Mas o tempo responderá por nós agora...
Era madruga de domingo, quando uma brisa suave veio até mim, trazendo lembranças do passado.Os olhos então se fecharam para que os lábios pode-sem se tocar novamente.Por um instante o tempo parou em cumplicidade com o amor.Mas havia um preço a pagar.Desejei o passado tanto tempo, que quando dei por mim abri mão do presente sem pensar no futuro, que agora não existe mais.Agora tudo faz parte de um novo passado, um novo erro, um novo crime.Assumo minha negligência, deixarei o vento te levar junto com as folhas do outono.Para que você seja livre novamente...
O amor congela o tempo,
corre com o vento;
Sem a menor pressa ou contratempo.
Confunde sentimentos,
não se explica nem dá argumentos.
Faz as bocas emudecerem,
os corações palpitarem;
O corpo ficar leve e os pés levitarem;
Nos faz viajar por entre loucos sonhos,
e construir castelos no ar.
Que loucura é essa
impossível de esquecer?
Que faz os pelos se atordoarem
e a pele estremecer;
Que nos tira o folego,
que nos rouba a razão;
Impossível descrever tal emoção.
"ENTRE A TEIA E A NAVALHA"
A cima das nuvens onde todas as línguas se perdem,
confesso meu detestar sobre a música
e todas as outras tormentas aqui presentes.
Clandestino da arte da poesia,
me deságuo longe dos olhos da multidão.
Junto ao trem que parte em ilusão a raposa abatida
amaldiçoada pelo tempo...
Confesso meus dramas as rosas perplexas
que habitam o silêncio dos corações humanos.
Saboreio tua teia com a fome de fantasmas
a embalar-se em tuas retinas dilatadas.
A ambição de teus cortes.
O beijar da redenção,
não mais se remete a um novo câncer,
a herança dos polos...
A aceitação é mórbida e incoerente,
o conformismo corrói qualquer verdade existente.
A mentira se tornou mais eficaz ao longo dos tempos.
O canto se tornou vazio assim como as almas,
que procuram a beleza enquanto esmagam as rosas.
A navalha se tornou certeira
sem dúvidas ou receios...
"A DAMA E O CORVO"
O vulto negro rasgava a noite sem pestanejar.
O estranho empalho de penas
se colidia com os lábios trêmulos da jovem carne.
Havia um certo fogo nos olhares,
algo que a noite insistia em não revelar.
O vinho coagulava entre os epitáfios,
mau podia-se ouvir o bater das asas noturnas.
As caixas naufragadas alimentavam o solo
donde brotavam as rosas
que exalavam perfume de morte pelo jardim.
O rosto frágil calava-se atrás de um véu branco e sem emoção.
Parecia envernizado diante dos olhos negro do pássaro,
que apesar de tudo não demonstrava qualquer reação.
O corpo tomou forma como as caixas que o cercavam,
não se ouviu se quer mais nenhuma palavra depois disso.
A jovem dama se entregou a noite finalmente,
apesar de todos os seus dramas...
As almas silenciaram-se,
os corações ficaram mudos de repente.
Nem mesmo as luzes suportaram.
Toda dor agora encontra-se destilada.
A eternidade cabe em um frasco
num sorriso, num olhar, num abraço.
Se encontra comprimida, esmagada
entre duas bocas, dois lábios.
A eternidade cabe em um segundo,
se deseja mas não se deve procurar.
Vem sempre na hora certa
dura o quanto tiver que durar.
A eternidade não é eterna na verdade
mas é inesquecível sem dúvida nenhuma.
O ALVORECER DAS PALAVRAS"
Desamores por ventura
ríspidos sem qualquer ternura.
Afrontados pelas mágoas passadas.
Por águas rasas que afloram sobre pele,
umedecida face de alma seca
a espera de algo que se revele.
Açoitados pela noite,
a dama que nunca espera.
Os corações entregues sem medo
aos espinhos solitários da primavera.
Como se a tristeza trouxe-se cura
e não mais loucura.
Para o despertar dos sonhos,
o abraçar da palavras.
Donde todos os corações adormecem,
em suas milongas embaladas.
Pelo som das ondas inquietas,
aos quais todas as estrelas florescem.
Os versos se desfazem com o tempo.
Se misturam entre as sombras do alvorecer,
como folhas tristes ao despertar do vento.
Da voz inclinada sobre outros ombros.
Do violão a ecoar a solidão,
aos olhos que se escondem em meio aos escombros.
CONFISSÕES DE ÍCARO
Me desfaço do peso de minhas asas
ao contemplar da minha loucura.
Aos sois que nunca se calam,
que nunca se entregam a tua fúria.
Ao amanhecer dos outonos dispersos.
Da fome de inevitáveis versos.
Ao despencar das nuvens mais distantes,
Ao sol que penetra a alma com a força de gigantes.
Sobre as tuas asas carrega o peso de tais horrores.
De tuas doutrinas sem cores.
Sem delongas afim de teorias mestras,
apenas juntar se ao sol é o que nos resta.
Minhas lamentações iram de perecer,
sobre olhos de quem não vê.
Que os sonhos são apenas impossíveis
para quem não consegue crer.
Pois sou o faminto dos sonhos,
ao qual o fim do céu quero chegar.
Ao rasgar de meus poros
o segredo da arte encontrar.
Almas mornas sem cor, sem sabor.Mentes em afasia.Que destino mais horrendo este que nos submeteram aos dias.Jogue-me na fogueira junto com Joana D'arc, ou então me preguem junto ao seu deus vivo por inteiro.Talvez assim eu me sinta mais vivo diante de toda essa irá.Talvez eu veja algum resquício de verdade em meia a toda essa mentira que desce pelos fios.Deixem os coronéis afóticos se deslumbrarem com a submissão de seus moribundos esqueléticos.O amor se tornou o pecado mais nobre e mais complexo, porém o fruto proibido mais desejado. Á esses olhares, tão falsos, de tristeza compactadas.Prontos a eclodir um oceano.Tormentas de olhares ingênuos sob um céu cinzento e indomado.Começo a duvidar de minha própria sanidade.É simplesmente deprimente viver cercado de almas vazias, sem a menor fome de sonhos.Ó senhor que desgraça, só me restou a loucura como consolo.É minha única salvação, nem mesmo as bebedeiras e os bordeis conseguem satisfazer-me mais.É Deplorável!Meu crânio a se esmagar entre os versos de palavras vomitadas de ontem a noite.Só me resta esperar pela morte, mergulhado em uma ultima gota de lucides embriagante...
Desculpem meu comportamento, sou apenas um palhaço neste circo de aberrações.Tire-me daqui! Ó senhor, não suporto mais este sol de vidro a cortar o vento.E esses corações naufragados, que oras surgem em meio aos ralos na madrugada.Destilem meu sangue, dei de beber aos miseráveis santos.Ao quais correm da verdade como o diabo da cruz.Sou apenas um tolo, e em meus bolsos carrego nada mais nada a menos, do que meros sonhos.Não sou rico em prata nem ouro.Nem possuo tantas mentiras quanto vós, mas sei mastigar o mundo lentamente.E em meus versos tortos, nada além da minha alma seca e fúnebre...
A meu ver, há uma certa atração na morte, uma certa sensualidade ao qual nem a tinta consegue expressar.Talvez os lobos estejam mais consientes desse santuario de mentiras do que eu.Pois viver com medo da morte é viver de mentira.Aos olhos dos idiotas, a fome da salvação só os cegam.Nada além do que miseráveis cegos, é o que são.Deixem apodrecerem ao relento com suas crenças, ó bruxas da tormenta.A noite que se encarregue da queda de seus impérios, pois nada foge a sombras, nem se omite aos olhos dos loucos...
As vezes o ato mais inteligente que uma pessoa pode fazer, é ficar em silêncio pois a ignorância não possui ouvidos.
Renuncio o meu papel.A verdade não mais me pertence, nem o amor.Me recuso a acreditar que isto seja tudo que o mundo tenha a oferecer.Somos iguais em desgraça e na mesma tinta sem vida.Me coloco de joelhos a espera dos abutres fulminantes de olhos cinzas.Pois nada mais tenho a dizer nem a oferecer, a não ser migalhas pagãs...
Há muitos ventos lá fora
a assombrar os cordeiros
Desfasendo assim as rimas
ao despertar dos herdeiros...