Magaiver Welington
"Numa certa noite na rua um ladrão de fogo trocou olhares com uma virgem que por ali passava, ela correspondeu o olhar.Golpe de sorte pensou ele, mal sabia que aquela virgem com perfume de primavera iria rouba-lo também, mas da forma mais bela que ele ou qualquer outra pessoa poderia imaginar.Em um simples instante a seguir os lábios deles começaram a dançar, uma dança que só os corações conseguem ouvir.Parecia coisa de cinema.Marte e Vênus nunca se deram tão bem.
Ele então sorriu para ela, se aproximou de sua orelha, e sussurrou: Eis aqui diante de mim a mais bela poesia em forma de mulher.Eis aqui diante de ti um ladrão, de alma poeta, e a ti e somente a ti me rendo diante dos versos dos teus olhos."
(trecho de 'O Ladrão e a Virgem')
Vem, cola tua boca na minha
Deixa minha alma embalar a sua
Vem, vamos fazer poesia
Andar de pés descalços por ai
Fazendo juras de amor
Compor a canção mais bela
Inventar uma nova cor
Te olho nos olhos
Te invado a alma
Te tiro a roupa
Te faço ficar rouca
Te seguro pelos cabelos
Te arrepio a pele, os pelos
Bebo do teu néctar
Divina apoteose
Penetro a noite
Te faço sonhar com a próxima dose
Certa vez numa dessas manhãs sem sal de domingo me deparei nostálgico.Lembrei da minha infancia, sem cor nem muitos amigos.O menino franzino, digno de pena no maximo.Sempre tentado chamar a atenção de alguém que chamase a atenção.Sei lá.Acho que talvez seja essas coisas bobas que crianças criam no seu mundo de fantasias.Dai eu cresci, pelo menos fisicamente, porem a essencia ainda continuava a velha criança boba que insiste em atuar como o centro de sua utópia.Uns dizem que coisa da astrologia ou dizem que sou meio bipolar, outras dizem que sou maluco, outras. são meus fiéis seguidores que isistem em manter de pé o rotulo de 'Digno de pena'.Coitado pensam eles.Eu apenas me considero um menino perdido no deserto, cercado de miragens e sonhos.Um menino feito de lendas, mitos, e carde...
em A Carta de Dionisio
Ela então cruzou as pernas, sorriu pra mim e sussurrou algo celestial com voz de anjo.Ela jogou aqueles cabelos para o lado e levou consigo um pedaço da noite.Fiquei a admirar cada um de seus gestos.Cada silaba ao se desprender daqueles lábios tornara uma poesia a dançar no vento.Até o relógio do mundo parrou para deleitar-se com sua beleza.Os mares, suspendera-se as ondas.E a lua envergonhou-se diante do luar daqueles olhos.
Dizem que nunca se deve olhar no fundo dos olhos de uma cigana, pois ela irá o enfeitiçar e o dominará.Eu e minha velha mania de nunca seguir conselhos.
Atrás da vitrine daquela esquina esconde-se a beleza,
Atrás daqueles lábios um oceano,
No infinito daqueles olhos um labirinto de sutileza,
A roubar-me o sono com os desejos mais insanos.
És o mistério em noites de lua cheia,
Me enfeitiça com tua dança
Como os marinheiros a entregar-se aos cantos das sereias.
Em meio ao fogo ao som de tambores, ela dança como uma feiticeira dos mares, com seus lábios incandescentes e hipnotizantes olhares.
Quem me dera perder-me nas ondas de teus cabelos
Quem me dera afogar-me no oceano de teus lábios
Adormecer nas curvas do teu corpo
Nas noites de teus olhos
"Sonho noite após noite com aquele mar, com as ondas cintilantes daqueles negros cabelos, lembro da pele branca a exalar pecados aos ventos, e daqueles lábios, onde abrigam-se os mais belos poemas..."
Navega por entre versos
Réu confesso
Transborda a alma
Nas folhas de um caderno
Recria o inferno
Faz dele o paraíso
Declama silêncios, perfumes
Noites com ar de improviso
Eis os versos que hora apresento
As vezes rápidos as vezes lentos
As vezes quentes
As vezes frios
Inocentes, cheios de vazio
As vezes calmos
As vezes insanos
As vezes santos
As vezes profanos
Independentes dos tempos
Independente dos anos
A se espalharem pelos ventos
Outros, a se esmagarem pelos cantos
Chora o poeta que goza
Suas paixões em forma de prosa
E então esmagam-se as horas
Entre os olhares e as rosas
Beija que faz bem
Beijar que mal tem?
Beija que convém
Beijar não faz mal a ninguém
Beija que traz sorte
Beijar espanta a morte
Beijo de momento
Beijo profundo
De parar o tempo
De parar o mundo
Beijo devagar
Beijo lento sem cessar
Beijo que aquece a alma
Beijo que traz a calma
Beija o beijo
Beija flor
Beijo sem amor não tem cor.
AS ESTAÇÕES DO TEU CORPO
O que seria das primaveras sem o teu perfume?
O que seria dos verões sem o teu sorriso?
O que seria dos outonos sem a brisa de teus lábios?
O que seria dos invernos sem o teu calor a aquecer as noites?
A noite cresce dentro dela
A alma desliza sobre a lama
Para frente e para trás
Frenético cortador de grama.
Entre uma e outra cena
Um gole e uma tragada
Um deslizar de pernas
Um invadir de almas
Um sorriso libertino
Um olhar malicioso
O desprender de um gemido
Um prazer insonioso
Nas ruas de teu corpo,
Me enebriei entre as madrugadas
Fiz delas versos loucos
Poesias depravadas
Tua carne treme
Tua alma geme
Meus lábios deitam sobre os teus
Seus olhos anoitecem junto aos meus
Desfio os versos para tua beleza contemplar
Entre tuas margens, teus rios
Me desfaço dos textos para poeta me tornar