Luzia Medeiros
Infância.
Se tem algo que me acalma é lembrar da infância. Dos primeiros sonhos, das primeiras decepções, dos primeiros encantos. Era bom acordar todas as manhãs sentindo uma certeza que a vida era segura, era um sonho lindo, uma eterna magia. Com o tempo aprendemos que as coisas mudam, se transformam e, as vezes até se perdem pelo tempo. Mas é maravilhoso lembrar daqueles dias de inverno nas margens do rio, daquela relva verde e molhada, exalando um aroma tão suave quanto aqueles dias de minha infância.
Talvez por eu ter vivido um tempo no campo, eu guardo certos valores. Gosto da natureza e a respeito muito. Não tem coisa mais lindo do que dormir e acordar com a melodia dos pássaros, a vida fica até mais bonita. olhar os verdes das montanhas, seus mistérios. Apreciar a pureza de um rio que escorre suas águas serenas, que vai levando sonhos, lavando a nossa alma com tua beleza. Recordar minha infância e o lugar onde vivi, é reviver o melhor que plantei em mim, a pureza dos momentos singelos como o brilho do luar e as estrelas que só admiramos de verdade quando estamos no campo, sob o céu, sob o infinito que só ele sabe o que escondemos na alma.
Mão protetora
Lembro-me do tempo em que era tão pequenina que podia me apoiar em tuas mãos, sem medo de cair, sentindo o calor da sua pele, do seu amor me protegendo das barreiras da vida, de suas desilusões. Às vezes me pergunto por que crescemos tão depressa? Por que o tempo não nos espera e temos que enfrentar a vida tão cedo? Agora mesmo eu desejaria está vendo o mundo do alto dos braços da minha mãe, vendo em teus olhos um oceano de ternura e tendo a sensação que sempre quando surgir um problema poderei pular em seus braços e tudo ficará bem, o sol voltará a brilhar como antes das tempestades, pois haverá uma mão segura para que eu não venha cair.
Pena que na vida adulta é bem diferente, temos de caminhar com os pés no chão, embora eu saiba que sua mão continua ali pronta para afagar meus cabelos, me abraçar me proteger, jamais me carregará nos braços como antes, mas em minha vida eu tenho uma única certeza a sua mão protetora, a mesma que me segurou e me fez ver a vida do alto quando ainda nem podia entender seus caminhos, essa mesma mão estará sempre me protegendo, estará sempre guiando meus passos e quando eu tropeçar e não tiver forças para me levantar, ela ira-me tirar do chão, vai me dá forças para ficar em pé novamente, por que o único amor que nos faz ter coragem pra enfrentar a vida é o amor brando de uma mãe, que nos deu a vida e a coragem de viver todos os dias, mesmo quando tudo fica difícil, o seu amor nos alimenta e nos faz crescer dia a dia, por que esse amor não morre jamais, fica na eternidade.
Eu quero aproveitar o espaço deste texto para agradecer a minha mãe que sempre esteve com as mãos do coração me apoiando, me dando ânimo para lutar quando a guerra parecia perdida, foi o seu olhar que me fez levantar e amar a vida novamente, obrigada minha mãe, não somente por ter me dado à vida, mas por ter me ensinado a caminhar nas estradas certas, te amo.
Eu quero voar
Eu quero a liberdade em minhas mãos, por favor, permita-me voar alto, não me prenda, pois eu quero tocar o azul do céu, sentir a brisa leve no meu rosto. Não te peço nada demais, quero apenas voar e alcançar meus sonhos, mesmo que eles estejam bem no alto, minhas asas irá tocá-los e então eu me esquecerei das vezes que eu chorei por quase chegar a desenhar no azul do céu e depois cair em terra firme, machucando minhas asas, ofuscando o brilho dos meus sonhos, isso foi em um tempo distante, mas as marcas ainda estão presentes, pois alguém prendia minhas asas, me prendia no seu mundo e eu não conseguia enxergar além do que me era mostrado.
Por favor, não me prenda novamente, já aprendi a voar sozinha, não preciso mais da sua sombra como guia, estou enxergando novos horizontes, aqueles que me mostras-te estão escuro. Você pensou que me prendendo eu perderia o brilho no olhar, a vontade de lutar, de se levantar, curar minhas asas, minhas dores e voar novamente, pois bem você se enganou, a porta foi aberta e eu voei com a liberdade de uma borboleta sobrevoando um jardim e enxerguei um mundo lindo que jamais havia enxergado.
Hoje depois de algum tempo, talvez eu tenha que te agradecer, pois apesar de tudo eu voei algumas vezes segurando em tuas asas, mas eu sei que no fundo você só fazia isso pra mostrar que eu estava presa a ti, mesmo quando me permitia voar um pouco, e de certa forma eu estava totalmente presa e continuei por algum tempo, mesmo depois de você ter me soltado, pois eu ainda não sabia voar direito sem você ao meu lado, pois eu enxergava nesse amor o meu porto seguro, e sem o brilho do seu olhar eu perdia a direção, mas hoje eu vejo, na verdade o que eu pensava ser a minha fortaleza, o que não me deixava cair, era na verdade a minha prisão, onde eu me escondia do mundo, das pessoas e de tudo o que eu amo, por isso eu lhe peço nunca mais sobrevoei o meu caminho, o meu destino, não me prenda, por favor, não me prenda nunca mais.
Sabemos que a vida segue seu percurso, hora lenta, outras vezes apresada, mas existem momentos que se eternizam para sempre, a vida não consegue arrastar e o tempo nunca irá destruir.
É bom navegar nas asas do destino! Seguir o rumo em direção à felicidade, tendo a certeza de no fim encontrar o mais belo dos sorrisos.
Santa Luzia, 27 de abril de 2012.
Querida e amada vó Julia,
É com grande emoção que escrevo estas poucas e sinceras palavras, sei que jamais poderei lhe entregar, pois, ainda não inventaram um meio que leve as nossas correspondências até o céu. Ah, espero que, a senhora possa sentir a emoção que sinto agora. Esteja onde estiver, em um jardim florido, perto das estrelas, ou, rodeada de anjos, saiba que, sinto muito por não ter convivido contigo, por não ter visto de perto teu olhar sereno. Como eu queria tê-la abraçado nos momentos difíceis!
Teria sido maravilhoso o nosso convívio. Eu teria te visitado todas as manhãs, quando o sol ainda viesse surgindo por traz da montanha verde pertinho da casa onde vivias e, ao chegar tomar um café quentinho que só vó sabe fazer. Infelizmente, a senhora sabe que, não tive o privilégio de conviver com nenhum dos meus avós, mas, amo cada um de uma forma diferente. Ah, mas todos sabem que é pela senhora, que guardo maior amor, talvez por sempre ouvir falar da sua tamanha bondade, desse coração cheio de amor. Eu sei das vezes que deixou de se alimentar para aliviar a fome de quem mais precisava, principalmente das crianças. Sorte daquelas criancinhas que recebeu o teu alimento, feito com tanto amor.
Oh, minha vozinha querida, será que a senhora pode me abençoar aí de cima e me desejar força, estou precisando de um colo de vó. Infelizmente, Deus não me reservou nenhum instante ao teu lado. Minhas irmãs me falam do seu jeito simples de amar, de cuidar das pessoas queridas e, eu penso como teria sido bom conviver com tua ternura, tua proteção. Eu sei, haverá um encontro nosso em outro lugar, num lugar radiante, iluminado, aí onde vivi agora, distribuindo afeto aos que te rodeiam. Com essas palavras me despeço, desejando que a paz esteja ao teu redor e a luz de Deus em teu coração.
Eternas saudades, da neta que muito te ama, Luzia.
Uma menina e um rio de emoções.
Ainda recordo com riqueza de detalhes as emoções que senti ao pôr os pés pela primeira vez naquela rua. Havia muita lama, devido a grande chuva da noite passada. Senti muito nojo daquela água escura molhando os meus pés. Felizmente meu pai percebeu minha aflição e logo me pôs nos braços, papai era forte e eu era só uma garotinha de sete anos. Senti-me tão protegida nos braços dele.
Aquele rio de emoções ainda fervilhava por dentro,queimando feito pequenas fagulhas. Aquele acanhado lugar ainda era estranho demais, para uma menina acostumada a viver numa rua asfaltada, rodeada de prédios que tocavam as nuvens. O que me chamou maior atenção foram os meninos brincando no meio do lamaçal, com as roupas imundas de barro. Mas, com um sorriso bem largo no rosto e, eu odiando aquela cena, aquele novo mundo ao meu redor.
Senti tanta dor por dentro, uma saudade do conforto do meu antigo lar, da rua em que sempre vivi. Mas, meu pai havia perdido tudo nos jogos, isso foi sua maior vergonha. E, por isso, teríamos que viver para sempre naquele lugar. Lembro-me que a maior surpresa ainda estava por vir, foi quando entrei no meu novo quarto, que susto sentir, ele era minúsculo e tinha cheiro de mofo. Eu logo pensei “onde irei guardar minhas bonecas”. O que eu não imaginava era que, logo elas estariam nadando na lama em frente a minha casa.
Passei longas noites chorando, olhando o céu nublado, vendo a chuva e o meu mundo debruçando sobre mim, pensando que aquela não era a minha vida. Mas, tempos depois fui me adaptando, à medida que os novos amigos foram chegando. A princípio estranhei aquelas brincadeiras, a meninada parecia não gostar de tomar banho, mas, naquele instante isso pouco importava, pois, eles haviam preenchido a lacuna do meu coração. Não demorou muito para que eu também fizesse parte do grupo que brincava na chuva e no meio da lama.
Hoje, quase quinze anos depois, distante daquele lugar, daquele ar frio e ao mesmo tempo cinza, eu sinto falta de tudo, do meu pai, das crianças emporcalhadas de barro e até mesmo da lama que um dia senti nojo. Pois, aquela era minha nova vida, a oportunidade que Deus havia me ofertado, para que, eu pudesse conhecer outras realidades, novas pessoas, outros olhares. Isso me ensinou a enxergar um mundo de possibilidades, de ir sempre ao encontro do novo, de novas emoções, porque algumas talvez me marquem eternamente.
Meu querer
Eu quero o repousar tranquilo da sombra das árvores. O som transmitido pelo vento, batendo levemente nos galhos altos. Quero o gosto do orvalho daquelas manhãs distantes. Quero abraçar a lembrança da estrada empoeirada, o sol que nasce por traz da montanha e chega a tocar meu rosto.
Meu querer não está tão distante, está no campo onde aprendi a amar e respeitar a natureza. A dividir a alegria com os pássaros, a cantar junto deles e ouvir seu canto. Observar o correr das águas límpidas dos rios. O toque da brisa nos meus cabelos. O perfume das flores colhidas na primavera e dos plantios do inverno.
Quero até mesmo o som da trovoada. Da chuva forte na janela, causando certo arrepio. Quero a mesma casinha às margens do caminho. A mesma estrada de pedra, construída com muito esforço, todas as manhãs, logo ao raiar do sol. Quero o calor das fogueiras nas noites de São João, com minha família ao redor do fogo, contando adivinhações. Quero sentir o cheiro da saudade de quem ia nos visitar.
Hoje, eu sei que, eu quero até mesmo o gosto amargo que ficava depois das despedidas. A solidão que se espalhava nos cantos da casa. O som da fala daquelas pessoas ficava dias ecoados na minha memória. Eram dias de saudades, vendo a solidão espalhadas em meio aos pastos verdes no inverno e secos no verão. Mas, no fim eram lembranças boas, acolhedora.
Esse é um querer sincero, vem das raízes do coração. Vem da vontade de voltar alguns anos atrás e abraçar aqueles instantes que eu não sabia que um dia iria se transformar nesta saudade cortante, neste querer louco de retornar e viver tudo de novo. Mas, como isso é impossível eu fico aqui, apenas remexendo velhas recordações que meu coração jamais esquecerá.
A vida nem sempre é um oceano de águas límpidas, às vezes, é poeira, vento que causa medo, tempestade que não quer passar. Porém, a gente pode varrer a poeira, se proteger do vento forte e enfrentar qualquer tempestade. Quando Deus bate a nossa porta e diz “se alimente de fé, pois, ela é a arma que você consegue enfrentar qualquer obstáculo e transpor todas as barreiras”.
Mãe, te amo!
Mãe, obrigada por espalhar alegria a minha vida. A tua mão cura as minhas dores, o teu coração é o melhor abrigo que há neste mundo. Desejo permanecer respirando teu amor por longos e felizes anos, porque a minha felicidade depende da tua, meu sorriso é iluminado pela tua alma feita de afeto. Obrigada por abrandar as minhas angústias, por tornar minha vida mais serena diante do teu olhar. Te amo além de tudo, porque tudo tornar-se pequeno diante do teu infinito amor.
Um conselho.
Um conselho!
Para sermos felizes temos que abrir a porta do nosso coração e abrigar as pessoas que amamos e, jamais cobrar nada por isso. Devemos ama-las incondicionalmente e permitirmos sermos amados por elas. Esse é um dos gestos mais bonitos que há na vida. Isso se chama amor e amor não se define, acontece quando menos se espera, pode ser através de um sorriso, um olhar sincero, um abraço acolhedor, uma amizade verdadeira, ou simplesmente, quando abrigamos em nosso coração pessoas especiais, que nem mesmo o passar dos anos será capaz de leva-los para um caminho distante, pois, quando guardamos alguém no coração a distância não existe.
A amizade é algo mágico, não tem cor, não tem raça, não tem distância. Surgi devagar e quando percebemos já faz parte de nós.
Teu adeus.
Eu ainda guardo os vestígios dos teus beijos, os mesmos que tu me destes na noite do nosso adeus. Guardo o que minha memória insiste em me mostra a todo o momento. A lembrança do seu olhar negro iluminado pelo brilho prateado do luar e, a tua voz a me dizer o que eu não desejaria jamais ouvir.
Guardo o som da música que foi testemunha das lágrimas escorridas feito rio, feito correnteza que não cessa facilmente. Feito febre que não acaba, feito dor que não passa. Mas, no fim de tudo, acho que, ainda guardo tanto desse amor, que não há palavras que possam descrever o silêncio que ficou depois de tudo, principalmente das ultimas palavras jogadas fora, ao vento forte, que as levou para muito longe de mim, de você e do nosso amor.
Guardo todos os sentimentos que me fez te amar, mas, também guardo todas as marcas que me fizeram querer te esquecer, querer não ouvir a tua voz e, mesmo assim, a tua lembrança insiste em me perseguir. E, por fim, talvez nem mesmo o teu adeus seja suficiente para te arrancar de dentro de mim.
O som da chuva na janela e os teus beijos em mim, são as lembranças que a memória do meu coração jamais esquece.
A vida é feito estrada com suas curvas às vezes perigosas, e onde me encontro neste caminho? Ainda não sei, estou me conhecendo aos poucos, estou me redescobrindo, por isso, nesta estrada árdua, às vezes preciso parar e descansar um pouco, e o que acalma meus pensamentos e alimenta a minha alma é a paisagem do caminho, que são flores feitas de sorrisos, de amores.
Estou nesta estrada há algum tempo e vejo que conheço tão pouco os seus traços, não sei onde estão os entulhos, os lugares perigosos, mesmo assim, tenho que arriscar e continua lhe descobrindo a cada dia, pois assim como a vida se soubéssemos o que há no fim da estrada que graça teria?
De onde vem essa loucura que me faz pensar em você? Que me faz te querer e até perder a razão e querer seguir teus erros quando o certo é te esquecer?
O sabor da vida.
Estou com fome, fome de vida. Eu não entendo por que às vezes o tempo parece estacionar, fica parado, e eu tenho presa pra viver. Quero sentir o real aroma da vida, degustar sua mais profunda essência. Tocar cada nota da sua canção, desenhar em cada linha do teu tempo, e que seja quase infinito este meu desenho. Desejo abraçar meus conhecidos como se fossem meus irmãos. Sentir o calor do sol sobre minha pele, tocar a chuva devagar. Quero escrever a poesia que os amantes ainda não escreveram e jogá-las do alto de uma colina, observando para onde o vento as levou. Depois, quero deitar na grama verde e olhar o céu com seu azul estonteante. Porque sentir as coisas simples, é sentir a vida como ela é de verdade, com suas linhas bem traçadas, ou simplesmente com suas curvas sinuosas, que devemos observar com cuidado para não deslizar. Mas, a vida tem uma magia insigne, nada se compara a ela, é por isso que esta fome não passa, porque ela tem tantos sabores a se provar, e às vezes quero tudo de uma vez, o que não é certo, pois precisamos conhecer suas fragrâncias aos poucos. É como chegar num pomar, você terá que conhecê-lo minusiosamente, ou do contrario não conhecerá sua real beleza. Agora a fome até passou um pouco, mas ainda estou com vontade de sair gritando por aí, desbravando as esquinas da vida que segue seu rumo devagar e nós às vezes queremos atropela-la com nossos anseios. Mas, agora vou descansar para que a vida repouse, e possa seguir sua trilha sossegada.
Essa dor que não passa.
Talvez eu esteja querendo me afogar num mar de ilusões, como forma de me manter distante dos problemas. Quisera eu poder adentrar até a última gota que há de vida, neste mundo de tentativas frustradas. Para mim esse futuro incerto é o que me destrói, esse medo da realidade, medo de abraçar essa dor que me rodeia, sem dó, nem piedade. É impossível alguém decifrar do que estou falando, ou que estou sentindo. Mas posso revelar não é dor de amor, pois essa dor eu já consigo pelo menos camuflar, é uma dor mais cortante, que consegue transpor minhas veias, caminhar rapidamente e atingir até mesmo minha alma. E tudo que eu queria era um abraço sincero, um silêncio, e uma certeza no olhar de alguém que me dissesse que não estou sozinha. Alguém pra segurar minha mão, quando eu precisar atravessar a ponte das aprovações, da realidade, de encontro comigo mesma, sem máscara, sem disfarce, pois talvez meu mundo “perfeito” esteja prestes a desmoronar, mas desta vez não vou poder fugir, pois se a vida é uma batalha desejo vence-la a cada nova luta, mas agora tudo o que eu preciso é de um aconchego, um sorriso feito de amor, para quem sabe conseguir manter viva um pouco de esperança neste mar de ilusões.
Todos os dias ao acordar, eu jogo fora as
folhas secas, feita de dores. Jogo as lágrimas
fora e deixo livre o jardim, para plantar
sementes de amor e colher alegrias.
O nosso amor jamais será uma fotografia
amarelada pelo tempo, esquecida num canto
qualquer, como se fosse algo que se
apaga e tão fácil se destrói. O amor não é
cinza que o vento leva e jamais nos devolve,
é fortaleza.
E mesmo que a dor não queira passar logo, espera-te o amanhã, pois, mesmo que aja chuva forte, o sol sempre voltará a brilhar novamente.