Luiz Roberto Bodstein

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Na vida somos todos engenheiros onde os que não se dedicam a construir pontes vão descobrir mais tarde que passaram seu tempo levantando muros.

A maioria das pessoas tem muito medo das calúnias de que alguns possam fazer uso para macular suas imagens. Para outras, no entanto, são as verdades delas trazidas à tona é que as apavoram, pois fazem ruir o mundo de faz-de-conta em que vivem mergulhadas.

A vida começa a atingir seu patamar ideal de qualidade quando reduzimos o espaço físico ao limite em que podemos arrumar e localizar cada objeto à noite sem necessidade de luz, e fora dele apenas ao que permite desfruta-la sem emprego de esforço ou dispêndio de tempo para o gerenciamento, com a certeza de que reunimos tudo o que precisávamos para sermos felizes.

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Por princípio sou absolutamente averso a notícias alarmistas, reportagens sensacionalistas e aquele tipo de gente que adora criar pânico em torno de notícias desse tipo, os conhecidos "profetas do apocalipse", que em nada contribuem para melhorar coisa alguma,

Recuso-me a aceitar a sentença de que "eu sou o que sou". Eu sou - e ainda assim temporariamente - o que EU DECIDO ser.

Não existe nada mais delicioso do que olhar para a sua própria história e se sentir gratificado pelo que internamente se construiu, independente do que subsista do lado de fora.

Uma das descobertas mais deliciosas da maturidade é a de que podemos viver muito melhor sem aquela enorme quantidade de coisas que antes acreditávamos “indispensáveis”, e de como a vida fica tão mais leve sem elas.

Tem pessoas que se acham inteligentes mas agem como imbecis completos, adotando um comportamento arrogante de poder por meio de usurpação ilegítima sem qualquer base na realidade, já que dependem de todos e se comportam como se não dependessem de ninguém. Com ações calhordas ainda conseguem afastar os poucos que poderiam valer-lhes para estender um pouco mais o momento da queda definitiva e claramente previsível.

O mundo de algumas pessoas é como um castelo de cartas em que a mais leve brisa ou um pequeno “peteleco” o deita por terra. Só elas, no entanto, em suas débeis fantasias, acreditam que construíram fortalezas e se entrincheiram no que, de real, só existe em suas próprias cabeças.

Inacreditavelmente, pessoas que constroem castelos de cartas os cercam com muros, achando que estarão tornando-os impenetráveis àqueles que poderiam derrubá-los. Se, ao invés disso, construíssem pontes por todos os seus lados, os de fora poderiam reforçar-lhes as estruturas para que não caíssem, pois que nem os ventos que vêm de cima respeitam a barreira dos muros erguidos.

Cada vez que um calhorda se dá mal ao fim de uma trajetória de maldades não significa, necessariamente, que nos sintamos atendidos pelo viés da vingança, mas tal desfecho nos chega como resposta da lógica cósmica de que o que se planta se colhe. Um histórico de iniquidades, se concluído com êxito, apenas reforça o entendimento de que justiça divina é um engodo e que calhordice compensa.

Você sabe como identificar um canalha? É quando você não consegue ver um único amigo, nem irmãos, ex-mulher, filhos, ou até sua própria mãe querendo permanecer ao lado dele.

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Não te cobres a obrigação de amar aqueles em quem não consegues descobrir nada para admirar. Pode até servir para atestar tua inquestionável compaixão, mas não necessariamente tornará melhores os que se recusam a entender a linguagem universal do verdadeiro amor.

O amor incondicional pode ser dignificante para quem o dá, mas nada meritório para quem o recebe. Ainda que revele inquestionável capacidade de caridade e compaixão de seu doador, não contribui para retirar o beneficiado de sua pequenez, antes condenando-o a permanecer em perene processo de vermificação por conta da relação de dependência doador/receptor. A plenitude do amor é atingida quando o oferecemos àqueles que nos despertam admiração tal que simplesmente não conseguimos represá-lo dentro de nós, pois que o conquistaram por seus próprios méritos. E como tal, este tipo de amor se faz muito mais legítimo, pois que invariavelmente tanto irá despertar quanto oferecer mutuamente o que houver de melhor em ambos.

Pára de brincar de Deus e assume tua natureza: jamais poderás controlar o que as pessoas pensam ou como irão reagir a respeito. Só tens que entender que não tens ação sobre o que não te diz respeito e colocar teu foco na ilimitada capacidade de gerenciar teus próprios processos mentais e emocionais para cuidar de ti mesmo, em vez de te afogares nas ondas em que as pessoas te envolvem.

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A retração social do passar dos anos pode tanto ser sentida como um retorno aterrador e compulsório ao casulo da impessoalidade quanto como reavaliação de escolhas pela visão ampliada de nossa realidade nuclear para exercício de um direito inalienável. Mais do que uma contingência, entendê-la é um privilégio pela tomada de consciência do quanto o superficialismo de antes se volatiliza para abrir espaço à plenitude da essência que ele mascarava. O núcleo, desta forma, se vê liberto da falsa idéia de perda, alcança maturidade bastante para entender o sentido da renovação e de seu real significado, o que o transforma num momento mágico.

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Que bom quando o significado de “amigo” deixa de estar atrelado à quantidade de acessos que as redes sociais definem como indicador de sucesso. O pequeno círculo que permanece, resultante dessa filtragem, assume um valor incalculável e inversamente proporcional ao sentido de perda que acompanha os que avaliam a si mesmos pelo número de “curtidas”.

Existe algo mais prazeroso do que assistir aos capítulos finais das novelas? É quando as tramóias são desbaratadas, os vilões da trama castigados e a justiça aos bons restabelecida. Como seria bom se a vida imitasse a arte nesses finais felizes.

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Todo mundo tem direito de interromper um convívio por não gostar de uma pessoa e senti-la interferindo no seu emocional. Mas o desistir de alguém se mostra mais sensato quando a razão, e não a emoção, é o que norteia o rompimento, ao se concluir que a natureza irreversivelmente distorcida do outro nada nos acrescenta, tornando a distância a única garantia de preservação do bem maior, que é a nossa paz.

No primeiro momento de nossas vidas – o mais equivocado deles – nos afastamos das pessoas que não nos dizem o que queremos ouvir; num segundo momento passamos a romper com as que não vivem para nos cativar; no limiar da meia-idade tendemos a excluir aquelas que nos criam dificuldades; mas é a sabedoria da maturidade que nos leva a concluir que deve ser a irreversibilidade, e não a imperfeição, o critério de decisão entre as que saem e as que ficam.

Contrariando várias teorias psicanalíticas, valorizar o recolhimento pode indicar ampliação do significado atribuído às coisas simples em vez de acreditar que todas as importantes estão fora de alcance e precisam ser buscadas em algum lugar. Invertendo o estabelecido, esta incessante necessidade de buscar fora pode apenas indicar a incapacidade de encontrá-las em si – ou de entender formas que escapam aos padrões ditos “normais” de felicidade – enquanto a referência deveria ser o quanto cada qual se sente bem com sua própria receita.

Para entender a felicidade basta aprender a olhar o transcorrer dos anos da mesma forma que o alimento: não é a quantidade que importa, mas sim do quão saboroso podemos senti-lo.

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Quando uma pessoa se mostra feliz mesmo contrariando padrões de felicidade amplamente difundidos, o entendimento mais recorrente é de que ela estaria “mentindo para si mesma”. Vale refletir: não faz mais sentido que ela o creia e se harmonize com tal crença, em vez de se impingir o modelo que os demais defendem às custas de seu bem-estar?

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Não existe nada mais improvável que a alma humana... E mais inútil ainda é tentar explicá-la. Que nunca se duvide do poder de influência de uma pessoa sobre outra, mesmo quando sua inteligência prognostica o contrário. Daí porque escolher não ter ídolos, nem líderes ou paixões pode ser o caminho do meio que aparece para nos redimir de nossos medos, e talvez a alternativa para a ovelha do aprisco moldada para reproduzir o pensamento de seu pastor.

Tem pessoas cujas trajetórias de vida me servem como verdadeiras bússolas, onde cada decisão contra a qual se interpõem me aumenta a convicção de que estou no caminho certo.

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