Luiz Roberto Bodstein
Ao contrário do que muitos pensam, permanecer útil não se resume a preencher o tempo, mas ocupá-lo com coisas significativas, essenciais e importantes. O que é importante? É tudo o que contribui para aprimorar a própria existência ou a de outrem.
O que é que Hitler, Stalin, Mussolini, Mao Tse Tung, Kim Jong-Il e Kaddafi possuíam como traço em comum? Um mix de três características: neurose obsessiva, ganância exacerbada e ausência de moral. Esses são os componentes essenciais para construir-se um ditador no momento em que obtém acesso ao poder. O dirigente máximo de uma nação pode nada realizar tanto por conta de apoios interesseiros quanto de resistências poderosas e irremovíveis. Contudo não é o poder que consegue amealhar, mas o caráter de quem o exerce, que irá definir o futuro da nação sob seu comando. Diante de obstáculos para realizar o que tem em mente o líder íntegro buscará aprofundar a discussão ou, sabendo-a impossível, renunciar ao poder para não ter que renunciar aos seus princípios. Já o calhorda não se imporá tal limite, saindo para cobrar apoio dos interessados e conceder benesses como moeda de troca, e manipular ardilosamente os indiferentes para moldá-los à sua imagem e semelhança, até perceber a nação inteira replicando a sua lógica pessoal sem, contudo, conceder a ela a prerrogativa do acesso às mudanças pelas quais trocou sua cidadania.
Após 30 anos de carreira, chega um momento na vida em que não se quer mais ficar provando nada pra ninguém. Recentemente descartei duas respeitadas instituições nacionais da minha carteira de clientes pela quantidade de documentação que teria de apresentar para lhes prestar serviços. Numa delas (para quem eu já vinha trabalhando há “apenas” 22 anos!) a cada novo trabalho me cobravam uma lista interminável de comprovações e pré-requisitos que, além de me deixar a sensação de eterno calouro, bastaria uma consulta no cadastro deles para encontrar tudo lá. Decidi então que aqueles que precisarem de mais do que algumas ligações para os clientes, listados às dúzias, no meu site profissional, com certeza não precisam tanto assim de mim... E nem eu deles!
Incoerência não é se revelar contrário ao que se pensava antes. Isso é evolução. Incoerência é navegar à deriva entre múltiplas opiniões que se contradizem, indo e voltando ao sabor da maré, sem fazer uso de qualquer âncora para fundear o barco.
Nem tudo o que se lê na Veja é forjado, nem tudo que se vê na Globo é manipulação. Nem tudo o que é oficial é confiável, nem tudo o que é alternativo é duvidoso. Nem tudo o que o governo oferece é benefício, nem tudo o que a oposição denuncia tem fundamento! Confiança em excesso é ingenuidade. Desconfiança em excesso é extremismo. Use o seu bom-senso!
Todas as vezes em que certos conhecidos concordam comigo revejo tudo o que escrevi para checar se em algum momento não me expressei errado.
Cada qual adota o comportamento que é melhor para sua vida, e a escolha é um direito inalienável da pessoa humana
Há pessoas cuja convivência me permitiu aprender muito sobre como se comete o mesmo erro todas as vezes.
Falha de percurso é a que logo na primeira vez alerta para não se repeti-la depois.
Falha de caráter é a que é usada como referência para todas as que se seguem depois.
Teve pessoas cujas vidas se tornaram perenes fontes de inspiração para erros que eu jamais deveria introduzir na minha.
Há momentos em que seria bom poder apertar aquele botãozinho de "turn off" e deixar a vida naquela luzinha do "stand by" até o motor esfriar.
A crítica ao tolo é perda de tempo, uma vez que só o ofende. Ao sábio, no entanto, o faz poupar tempo, pois se norteia e aprende.
Em nome de uma suposta igualdade de direitos, pobreza e falta de educação são rotineiramente confundidas, como se não aceitar o convívio com gente mal educada fosse o mesmo que rejeitar os mais pobres. Existe tanto gente humilde preparada para o convívio quanto as de posses que armam barraco, e vice-versa. Grosseria é grosseria, venha de onde vier! Daí que condenar a do rico porque é rico, e impor aceitar-se a do pobre porque é pobre, será sempre preconceito em ambos os casos.
Diante da inexistência do corpo de prova, tanto afirmar quanto negar é tendencioso e desprovido de senso crítico, base de toda conclusão científica, o que transforma qualquer posição incorporada em mera crença pessoal e hipotética. Assumir e se harmonizar com a dúvida, portanto, em vez de firmar posicionamentos, pode se mostrar como a mais honesta e inteligente das posturas.
Tendo no planejamento a base de tudo o que faço, sempre resisto muito a improvisos que, em contrapartida, se apresentam como fontes de satisfação para os que me entrevistam. Quase nenhum texto meu já sai pronto – já que cada frase é revista e passada pelo crivo de inúmeras possibilidades – o que pode transformar substancial ou até totalmente o resultado final. Entender tudo o que penso e submeter tal entendimento a pesada autocrítica é condição sine qua non para preservação do auto-respeito pela redução de erros e coerência com meu esquema de valores.
A única posição firmada em caráter inegociável e permanente que mantenho na vida é a que toca ao meu esquema de valores. Todas as demais, inclusive as inaceitáveis até então, podem ser mudadas a partir do momento em que me provam que se mostra mais justa, lógica e, principalmente, com mais sentido na comparação com anterior.
Cada primeiro do ano é sempre uma oportunidade de nos renovarmos. Embora mudar não requeira uma data, o inicio de um ano pode ser o marco da mudança adiada por falta de estímulo. Tudo fica mais fácil quando definimos nosso DIA UM... É como uma nova chance oferecida já que, dos dez passos que nos separam de um objetivo, os nove que se seguem são apenas a METADE do caminho!
Não se engane achando que uma pessoa que sempre se mostra forte jamais vai precisar de seu apoio. Ela pode apenas ser do tipo que, mesmo nos momentos mais críticos, não sai gritando por socorro.
Ao longo da vida todos cometemos muitos erros. Faz-se necessário então dedicar o tempo que nos resta para corrigi-los ou, ao menos, nos redimirmos com quem sofreu com eles. Somos os únicos responsáveis por aqueles a que demos causa, e é neles que devemos concentrar todos os esforços de remissão. Sofrer pelos que outros geraram, além de absolutamente inútil, apenas os amplia pela falta de controle sobre os rumos que tomaram.
A vida é um drama sem meia-entrada onde uns escolhem pagar o ingresso mais caro para assistir da platéia, outros atuam nos bastidores em troca de casa e comida e os que não podem pagar nem a frisa são postos para fora.
Por mais libertário que se mostre, você jamais se verá livre da ira dos que irão combater, de todas as formas possíveis e imagináveis, a sua liberdade de escolha. É quando a força de suas crenças e valores precisará provar ser maior que as cadeias nas quais pretendem aprisioná-lo independente de que nomes dêem a elas, entre as de natureza social, moral ou cultural.
Na juventude, é quando se desfruta do encontrado no pomar.
A maturidade é o tempo de plantar.
A velhice é o tempo de colher.
O pedido de perdão dissociado de uma proposta real de mudança não passa de manipulação, recurso comum de pessoas que se aproveitam da boa fé alheia para transformar seus benfeitores em vítimas de seus interesses mais egoístas. O ato de perdoar erros que se repetem indefinidamente deixa de ser virtude, não passando de tola ingenuidade, já que seus manipuladores os veem como idiotas para apostar na alternância entre erro e perdão e ter os outros provendo tudo o que eles não se dão ao trabalho de conquistar por seu próprio empenho.