Luiz Roberto Bodstein

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Política é a arte de fazer com que as pessoas pensem que você pensa no que elas pensam, ou seja: exatamente no que você nunca pensou.

Entre o incômodo de uma mentira educada e uma verdade deselegante, o silêncio pode ser a melhor alternativa.

Ao ser chamado de “poeta” sempre me remetem à velha questão do ovo e da galinha: é o Poeta ou o Pensador quem vem primeiro? Inclino-me a acreditar que
o Poeta já traz a poesia em seu sentir, ao nascer, e sua expressão – falada ou escrita – é que é desenvolvida, bastando para isso aprender a falar ou escrever.
O Pensador, em contrapartida, é construído a partir de sua auto-observação, bem como do mundo à sua volta. Dessa feita, enquanto já se nasce poeta, é a vida que reúne as informações necessárias à reflexão do Pensador. A poesia, portanto, se mostra inata e primária em sua essência. O refletir é secundário, resultante de aprendizado. A razão do Pensador inibe a emoção do Poeta, que se faz mais autêntica sem ela. Já a poesia do Poeta precisa do Pensador tão somente para dar forma ao que já se mostra completo em seu interior.

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O parâmetro mais seguro para se identificar quem ainda tem recuperação dos que estão perdidos para sempre é que os verdadeiros canalhas nunca se arrependem, não sentem culpa e nem remorso. Vão repetir a vida inteira o mal que espalham porque se identificam com o que fazem na sua essência.

Os que se escondem em falsas imagens para ludibriar a boa-fé das pessoas de bem representam a escória da raça humana. Enquanto bandidos comuns assassinam apenas o corpo, esse tipo de facínora mata a crença do ser humano na humanidade, subtraindo de suas vítimas o sentido da vida. São os assassinos da alma!

A maior parte das pessoas prefere fingir que não viu nada para não perder as vantagens que tem ao não assumir que sabe. Eu, ao contrário, vivo perdendo o que amava equivocadamente por não aceitar conviver com minhas próprias inverdades.

Tenho muitos motivos para acreditar que sou uma pessoa intolerável e condenado à solidão, pois que minha sensibilidade me faz perceber o que a grande maioria das pessoas que convivem comigo não gostariam que eu percebesse.

As pessoas puras e sinceras - aquelas que mergulham fundo nas relações com os demais e acreditam neles até prova em contrário - precisam ser mais inteligentes que as outras, e concentrar sua sensibilidade na leitura da alma alheia.

Inserida por bodstein

Ter a Liberdade é um direito. Como usar a liberdade é uma escolha de cada um, não esquecendo que toda escolha tem seu preço. Precisamos, portanto, pensar bem antes se estamos dispostos a pagá-lo!

Nossa vida deve ser como um rio que tem no profissional e no pessoal as suas margens. Não há como juntá-las sem desfazer o rio, que perde para sempre sua identidade e seu rumo em direção ao mar.

Inserida por bodstein

Quando não se sabe separar assuntos verticais dos horizontais, um deles acaba sempre por se transformar num grande problema.

Num momento você me coloca como alguém muito especial, como poucos teve oportunidade de encontrar em sua vida. No momento seguinte me descreve como um ser abjeto, que faz com que eu - caso o fosse - sentiria repulsa ao olhar minha imagem no espelho, o que confirma a tese de alguns pensadores de que existem três pessoas em nós: aquela como nos vemos, a que achamos que os outros nos veem, e aquela que REALMENTE somos.
Tudo isso me remete à inutilidade das imagens, e me dá o conforto de entender que o mais importante mesmo é que nos saibamos caminhando, e ficando melhores a cada passo, independente da versão do observador.

Quando uma situação indesejada persiste mais do que o necessário é sinal de que está faltando uma posição clara ou uma decisão. Se a posição, uma vez colocada de forma inequívoca, não tiver sido suficiente, a decisão precisa ser firme e definitiva, ou o bem maior que se pretende preservar estará comprometido.

O pedido de perdão dissociado de uma proposta real de mudança é pura manipulação. Não passa de recurso de pessoas que se aproveitam da boa fé alheia para transformar seus benfeitores em vítimas de seus interesses mais egoístas. E perdão concedido a erros que se repetem indefinidamente deixa de ser virtude: é idiotice, pois é como idiotas que os vêem seus manipuladores, que acreditam poder alternar erro e perdão para fazer prevalecer sua vontade de ter os outros provendo tudo o que eles não se dão ao trabalho de buscar. É-lhes suficiente apenas usufruir dos resultados que outros produzem, muitas vezes de forma dolorosa e sofrida, exatamente como o fazem as flores parasitas que se alojam no tronco das árvores: enquanto estas, com enorme esforço, aprofundam suas raízes no seio da terra e lutam para dali extrair o alimento diário, as primeiras apenas esperam pela seiva preciosa que lhes sustenta a beleza, e ali permanecem até que a árvore, enfraquecida pelo esforço duplo, desiste da vida e sucumbe sob o jugo da flor manipuladora, que continuará ali enquanto restar a última gota de seiva que possa arrancar do tronco já morto.

Todas as vezes em que um dispositivo legal, regra ou procedimento oficial nos obriga a lançar mão de estratagemas ou expedientes para contorná-lo para que se possa praticar ações lícitas e necessárias, é sinal claro de que tal norma está totalmente equivocada e absolutamente incoerente com a realidade a que se aplica, obrigando quem trabalha direito a burlá-la para fazer de conta que não se está desrespeitando algo que nos obriga a mentir para fazer o que tem que ser feito.

Existem pessoas que, mesmo quando não o desejamos, nos obrigam a escolher entre elas e a nossa própria paz.

Nenhum homem se faz maior do que outro por sua simples vontade. São suas atitudes que o tornam maior ou menor que todos os demais.

A derrota ou a vitória nós a trazemos na alma, não nas ações. Só nos vencem quando nos sentimos vencidos. A derrota, portanto, é uma concessão a nós mesmos, não uma contingência.

O passado só nos vence quando desistimos de tentar de novo.

O que distingüe as pessoas ponderadas das demais é que elas se preocupam sempre em evitar os erros; e as outras, no máximo, em se reabilitar por eles.

Enquanto acreditares que tens a verdade, mais ela estará longe de ti.

Inserida por bodstein

Aos 15 anos achamos que nossas descobertas representam a única verdade possível.
Aos 30, acreditamos que as nossas sínteses - científica e historicamente fundamentadas - refletem a realidade inequívoca de todas as teses e antíteses que nos legaram.
Aos 50 começamos a descobrir o quanto nossas "verdades consolidadas" possuem de fragilidade em seus alicerces.
Aos 80 descobrimos o quanto estivemos enganados sobre tantas "verdades irrefutáveis", mas agora já é muito tarde para transformar tal constatação em algo útil em nossas vidas.

Quando o resultado que obtemos está aquém do potencial que reconhecemos em nós mesmos, a inteligência pode vir a se constituir em infortúnio, pois nos permite ter o alcance da dimensão exata da nossa incompetência para administrar nossa própria vida.

A omissão é um dos crimes mais graves, porque todas as atrocidades são cometidas por conta dela sem que ninguém se sinta culpado.

O melhor presente que podemos dar às pessoas, e ao ambiente que dividimos com elas, é tornar os sinais de nossa passagem invisíveis a olho nu, mas transformá-los em marcas indeléveis em seus corações.