Luiz Roberto Bodstein
Mergulho tão intensamente em cada fração de segundo vivido que com frequência tenho que correr para não chegar atrasado no instante seguinte.
Como posso lhe ensinar se nada sei? Não passo de alguém que repete para a própria alma o que precisa vê-la acreditando para ter minimizada a covarde descrença e incutir-lhe a coragem de um aprendiz insaciável.
Perdão concedido sucessivas vezes para os mesmos erros deixa de ser virtude, prestando-se a perenizar hábitos que alternam erro e perdão para se obter provisão de tudo o que não se quer buscar pelo próprio esforço. Como parasitas alojadas no tronco de frondosas árvores, tais pessoas esperam pela seiva preciosa que as sustente até que a hospedeira, enfraquecida pelo duplo esforço, sucumbe sob o jugo da parasita manipuladora.
Momentos críticos todo mundo passa. Incompreensível é a omissão na parte que nos cabe para minimizá-los, pois que, além de em nada contribuir para sua redução, só acrescenta responsabilidade na perda do leme por conta da nossa covardia.
A primeira vez que te jogam ao chão é a da compreensão; a segunda vez é a da conscientização; a terceira, porém, é a da alienação, e só existe um culpado: tu mesmo!
Algumas pessoas teimam em acreditar que apenas em raiva ou mágoas passadas se baseiam nossa resistência para que se reaproximem, quando existem razões bem mais simples para a decisão. O próprio resgate da paz interna pode, tão somente, nos tornar mais conscientes do que pode ou não acrescentar algo positivo à nossa vida, e isso traz como resultado uma seleção natural entre joio e trigo.
Entre quem você é e quem pode ser, e ainda como as coisas são e como poderiam ser, só há uma coisa a fazer: mexa-se!
Não se escolhe a quem nem o momento de amar. Quando isso acontece existe uma razão maior que se antepõe ao que se imagina ser amor: solidão, carência, o parceiro idealizado... Mas isto se traduz por um desejo de suprimento, por uma vontade advinda do racional. O amor real não pede licença, nem escolhe seu objeto. Simplesmente brota do interior impenetrável sobre o qual não se exerce domínio. Quando amamos de verdade nos descobrimos tomados pelo amor, somos surpreendidos por ele, que nos pega sempre desprevenidos.
Alguns privilegiados se descobrem sendo o que realmente são,
mas a maioria passa a vida fingindo ser o que nunca será.
Acha que só digo asneiras? Liste-me seus critérios de análise... Eles podem me convencer (ou não) a concordar com você!
Parece complicado, mas tem pessoas que metade do que
falam não se entende, e a outra metade a gente discorda.
Ao técnico consultado cabe o diagnóstico, e ao que busca conhecê-lo a decisão. Alguns “doutores” reclamam para si a ação que têm como mais acertada para a pessoa que consulta, mas a prerrogativa deste de seguir ou não a opinião dada é inalienável e há que ser respeitada a qualquer custo.
As únicas agressões morais que não devem nos incomodar são aquelas que sabemos não corresponder à nossa realidade, independente de que o reconheçam os demais. Privilegiado é quem se descobre absolvido pela própria consciência como o maior de todos os juízes.
Quando nos vemos atacados em nossas fragilidades com afirmativas que, por mais que o desejássemos, não as podemos contestar, é possível descobrir que, independente da inadequação da forma utilizada, algumas verdades nossas precisam ser assumidas para que possamos crescer. O inaceitável é quando não nos permitimos enxergar o que se mostra “real” apenas para nós mesmos – malgrado a origem da fonte e a ótica de abordagem – e nos privamos assim de aprender com as lições que a vida nos oferta com muito menor ônus do que o de simular o que não somos.
Críticas são indispensáveis ao crescimento de qualquer pessoa. Mas quando utilizadas como batalhas campais de acesso público, presencial ou virtual, transformam-se em mero exercício de vaidade em competição de conhecimentos. Além de desrespeito a esse público, coloca-o em trincheiras que não escolheu ocupar. O duelo mais nobre, então, faz-se quando os adversários escolhem suas armas e decidem suas divergências em espaço reservado e acordado com seus juízes, para não transformar suas contendas em puro exibicionismo de cenas bizarras ou, no mínimo, incômodas.
Só se acusa no outro o que já existe em nós. Os que não
o trazem em si mesmos confiam até prova em contrário.
Inverta a lógica de avaliação! Em vez de colocar-se na defensiva, me credite 100 pontos e deles abata o que eu provar não merecer.
Há "poetas" que se forçam a sê-lo porque querem imitar aquilo que leram, e Poetas que brotam sem que se lhes apontem caminhos, pois que são seus sentires que irrompem de suas almas buscando pela cratera libertadora... Como erupções de sentimentos que não conseguem permanecer no interior de suas entranhas, por mais que tentem. Esses são os reais. E talvez os únicos que se fazem verdadeiros.
Acho perfeitamente compreensível termos fumantes com mais de 50 anos, posto que este público foi vítima real de uma campanha maciça da indústria tabagista para convencê-los a se viciarem numa época em que se acreditava que a erva era dotada de propriedades medicinais para curar doenças como bronquite crônica, asma, doenças do fígado, dos intestinos e até reumatismo. O que não consigo entender é como os jovens de agora - em sua maioria conscientes e politizados para diferenciar manobras marketeiras, e com amplo acesso a todo tipo de informação - entram numa de se viciarem, contrariando todo o meu conceito de inteligência. Esses podem ser tudo, menos vítimas.
Pensamentos geram Palavras... Que se transformam em Ações... Que criam Hábitos... Que formam o Caráter... Que constrói seu Destino. O ato de não revisarmos continuamente nossas ações pode fazer com que incorporemos de tal forma certos hábitos que não mais os percebamos como errados, de tão comuns que se tornaram. É como, de tanto escrever ou pronunciar errado uma palavra, acabamos por assimilá-la como correta quando todos à nossa volta enxergam como ela se apresenta, e nós não.
Senhas são chaves para algo inatingível a quem não conta com elas. Senhas compartilhadas mantêm juntos os que dividem o mesmo amor, as mesmas dores, as mesmas lembranças.
Acreditei um dia que ensinar era o que me promovia integral realização até descobrir que gostava bem mais ainda de aprender... Compreendi então que o verdadeiro educador é aquele que se mostra insaciável na sua fome de conhecimento e desenvolve uma incontrolável necessidade de permanecer como eterno aprendiz.