Luiz Carlos Guglielmetti
Ao compreendemos que temos que enfrentar a nossa realidade com a estrutura que estiver ao nosso alcance, descobriremos que a felicidade não é construída a partir dos sonhos, mas das nossas realizações e ela não pode estar no passado, tampouco no futuro, mas tem que ser construída no presente, com os ingredientes que tivermos em mãos.
Lágrimas da natureza
O rio corre apressado pro mar,
sem se importar com os obstáculos,
muito menos com as impurezas
que lhe obrigam carregar.
O rio sempre escolhe,
ao contrário dos homens,
os caminhos mais simples,
ainda que mais longos.
Com paciência escava as rochas
por onde constrói passagens,
mas não ameaça o solo ou a areia
que não lhe oferecem resistência.
Se não fosse o homem
que expõe o solo,
que a chuva carrega
e assoreia seu leito,
não mudaria seu curso.
Teria as margens livres
para abrigar suas cheias,
e não chamariam catástrofes
as águas que, como as lágrimas,
os homens não contém no peito.
O rio corre apressado
como se temesse o homem,
e não soubesse que é infinita
a jornada que não termina no mar.
No seu destino deixa as impurezas,
se purifica no sal e esvanece ao sol,
para evaporar aos céus de onde despenca
como as lágrimas da natureza
que tenta, inutilmente, lavar a sujeira
que faz o homem em todo lugar.
A tolerância funciona como um componente mecânico que permite a junção de duas partes em movimentos independentes, compensando os trancos e vibrações, como uma junta de dilatação que recebe o impacto direto, absorvendo-o, se não no todo, ao menos em parte, o que equivale a suportar e aceitar algo que não pode ser evitado.
A tolerância é uma atitude necessária para a vida em sociedade, mas é fundamental para manutenção dos relacionamentos.
A insatisfação tem origem nos desejos não realizados, por isso, talvez, a felicidade esteja na contenção dos desejos e não a insatisfação, na eficácia do combate à causa e não aos seus efeitos.
Boa parte dos nossos conflitos não existiriam, se os nossos pensamentos fossem sopesados na balança do discernimento, antes de os expressarmos através das palavras.
O desejo é infinito e insaciável, mas se esgota rapidamente em relação a um determinado objeto, quando é transferido para outro, sucessivamente. A felicidade não está na ilusão de saciar os prazeres falsos dos desejos insaciáveis.
Se descortinássemos o véu das falsas aparências e a obscuridade da desconfiança, a eloquência se perderia no silêncio, sem a agressão das palavras supérfluas.
A realidade não muda e as coisas não se transformam pela fé, mas o que muda é nossa forma de vermos os mesmos fatos, quando cremos que fomos capacitados ou temos condições para enfrentá-los.
Talvez não estejamos onde gostaríamos de estar, até que aprendamos as lições que nos levarão até lá.
Mantenha o foco nas suas metas para alcançar o seu objetivo porque, se não as perseguirmos, serão apenas sonhos que desaparecem quando acordamos. Quanto maior o objetivo, maior a necessidade de se caminhar continuamente na sua direção.
Ainda que não sejamos criadores da realidade e não possamos simplesmente escolher uma vida de plena riqueza, poderemos ter uma vida satisfatória, sem ambicionarmos o controle do universo, mas controlando ou gerindo o pensamento, que é o nosso universo pessoal.
Nós somos o que pensamos e todas as decisões que tomamos são influenciadas pelas nossas condições emocionais.
Guardar, gerir ou controlar o pensamento é ocupá-lo com aquilo que pode ter um resultado prático, útil e bom, procurando afastar ou substituir o que é negativo, prejudicial, repetitivo ou recorrente.
Pensamentos positivos são exercícios ou planos para alcançar os objetivos, afastando as preocupações exageradas, pessimismo, lamentações, raiva ou sentimentos que não contribuem para os resultados desejados.
Nós não podemos criar a realidade, atraindo ou materializando as coisas que desejamos, somente a partir do pensamento, entretanto é comprovada a sua força e seu poder, especialmente no modo como afeta o nosso comportamento e bem estar.
O impacto negativo dos nossos pensamentos no nosso cotidiano demonstra a necessidade de controla-los, ainda que isso se pareça difícil ou impossível, podemos monitorar os nossos sentimentos e emoções, e como isso afeta a nossa felicidade.
Os pensamentos, emoções e impulsos negativos que circulam livremente pela nossa mente afetam o nosso comportamento, os nossos relacionamentos e interferem na nossa qualidade de vida, levando a insatisfação, desespero, ansiedade e depressão.
O relacionamento humano é a conexão natural capaz de gerar harmonia, satisfação pessoal, sobrevivência e felicidade, porque somos biologicamente dispostos para vivermos conectados com outras pessoas, possibilitando o desenvolvimento intelectual, além de favorecer a nossa estrutura física e emocional, como resposta ao controle positivo das emoções e sentimentos, pela redução do estresse e a sua interferência negativa das nossas emoções.
Nós temos liberdade de expressão do pensamento, mas, em geral, não temos a franqueza de expormos as nossas emoções, quando abdicamos da liberdade de expressar sentimentos.
Para atingirmos os nossos objetivos é necessário elaborarmos um plano de ação, colocando-o em prática, com os meios e os recursos disponíveis ou acessíveis, como a capacitação ou a busca do conhecimento, para a realização de qualquer tarefa ou atividade, bem como a superação de um obstáculo ou dificuldade.
Embora não seja possível alcançarmos qualquer coisa apenas pelo fato de desejá-la arduamente, reconhecemos que o pensamento positivo interfere no nosso bem-estar e felicidade, e na disposição para enfrentarmos as nossas adversidades.
A nossa felicidade não pode depender apenas da realização dos nossos desejos ou do que acontece no mundo exterior, mas deve ser fundada nas nossas conquistas, no que temos, fazemos e acreditamos, pelo que lutamos e nos empenhamos para realizar, apesar dos fracassos, erros e imperfeições.
As coisas que queremos podem ser obtidas pelo nosso esforço, porque, com raras exceções, o sucesso nas carreiras, negócios ou relacionamentos, dependem do nosso empenho e compromisso, pois temos, além da capacidade de desejar, a disposição para agir e transformar esses sonhos em realidade.