Luis Henrique Takatsu
"Quando buscamos no outro 80% do amor que falta em nós, garantimos apenas 20% de chance de preencher o vazio."
"Nem sempre o essencial é sentir-se conectado internamente.
Às vezes, é apenas desconectar-se,
mesmo que por um breve instante,
das correntes invisíveis que o mundo nos impõe:
tempo, obrigações e responsabilidades.
É nesse intervalo que a verdadeira liberdade respira."
"Se alguém te vê chorando, sem entender o motivo,
e guarda inveja ou rancor por ti,
tuas lágrimas, mesmo de felicidade,
brilharão como diamantes aos olhos dos gananciosos.
Para eles, cada gota será um valioso objeto de desejo."
A Matemática da Vida
A vida é como uma equação:
somos matéria que calcula e é calculada.
Dividimos nossos problemas, multiplicamos nossos erros,
mas buscamos incessantemente as raízes do que somos.
Elevamos amizades ao infinito,
somamos sonhos e subtraímos dúvidas,
mas nem sempre encontramos a fórmula certa para equilibrar o "eu" e o "outro".
Na matemática da existência,
não é o resultado que define o valor,
mas a compreensão do processo.
A fórmula de Bhaskara parece distante,
mas, na verdade, reflete o que vivemos:
* O x somos nós, em busca de sentido;
* –b é o tempo que nos pressiona;
* ± é a dualidade de nossas escolhas;
* √Δ é o equilíbrio que precisamos encontrar;
* 2·a é o peso de nossos medos e responsabilidades.
A vida é uma equação sem solução exata.
E é essa imprevisibilidade que a torna única.
Escrevo estas palavras não para te pedir que volte,
mas para te parabenizar por ter seguido em frente.
Sempre acreditei que o amor fosse sobre preencher lacunas,
sobre ser a peça que encaixa perfeitamente no vazio do outro.
Mas contigo aprendi que nem sempre é assim.
Percebo agora que tudo o que prometi me tornar para você,
você encontrou em si mesma.
Eu quis ser tua calma nos dias de tempestade,
mas, por muitas vezes, fui eu quem atraiu os raios e trovões.
E vejo que hoje, tu mesma aprendeste a dançar na chuva.
Quis ser tua coragem quando o medo apertasse,
mas tantas vezes fui eu quem trouxe sombras e incertezas.
E agora percebo que teus passos seguem firmes,
mesmo quando a dúvida te cerca—te sobra coragem.
Tentei ser a luz que iluminaria teus caminhos,
mas fui eu quem, tantas vezes, fechou as janelas para a escuridão entrar.
Hoje, és tu quem segura a própria lanterna,
e a tua luz brilha mais forte do que qualquer claridade que eu pudesse oferecer.
Eu quis ser teu refúgio quando teu mundo pesasse,
mas, sem perceber, coloquei sobre teus ombros o peso do meu.
Quis ser a brisa que te acalmasse,
mas fui tempestade em teus dias serenos.
Quis ser o abraço que te sustentasse,
mas fui ausência quando mais precisaste.
E mesmo assim, tu seguiste. Cresceste.
Encontraste em ti mesma tudo aquilo que eu, um dia, quis ser para ti.
E por mais que isso traga uma ponta de tristeza,
há também um orgulho imenso em ver-te voar sozinha.
Porque agora eu entendo:
amor não é ser a metade que falta no outro,
mas admirar, de longe ou de perto,
alguém que aprendeu a ser inteiro por si mesmo.
Com carinho,Luis H D L T
Desculpas...
por todas as vezes que lhe disseram frágil demais,
não o suficiente, quando sempre foi forte demais.
Desculpas...
por cada vez que um de nós, os "eles", prometeu amor,
mas entregou apenas dor; prometeu rosas,
mas deixou espinhos e feridas sem pudor.
Desculpas...
por todas as lágrimas que já teve que limpar do rosto,
quando fizeram transparecer tristeza,
onde apenas merecia ter um sorriso exposto.
Desculpas...
por cada vez que lhe roubaram o direito de escolher,
quando disseram onde estar, o que vestir e como viver.
Desculpas...
por todas as vezes que diminuíram sua luta e sua glória,
como se seu brilho fosse acaso, e não parte da história.
Desculpas...
por cada vez que tentaram silenciar sua voz,
quando tudo que queria era apenas ser ouvida,
mas lhe fizeram engolir palavras que mereciam ser ditas.
Desculpas...
pelos olhares que não eram de admiração, mas de ameaça,
pelos passos apressados na calçada,
pelas ruas desertas, pelo medo constante,
quando ir e vir deveria ser um direito e não um risco alarmante.
Desculpas...
por cada vez que duvidaram dos seus sonhos,
quando tudo que precisava era apoio para seus planos.
Tentaram convencer-lhe de que seu lugar era menor,
quando a igualdade deveria existir desde o primeiro amanhecer.
Desculpas...
por todas as batalhas que travou sozinha,
não porque quis, mas porque faltou apoio até dos "eles" da própria família.
O mundo deveria ter sido mais justo, menos cruel,
nunca cabia a você esse papel.
Desculpas...
por cada "não" que foi ignorado sem hesitar,
por cada mão que ousou tocar sem sequer perguntar,
por cada "sim" que lhe arrancaram pelo medo,
por cada vez que sufocaram seu desejo.
Desculpas...
por cada sonho que tentaram calar,
por cada medo que lhe ensinaram a carregar,
por cada sonho abafado, por cada um deles não realizados.
Desculpas...
por cada lágrima que você não quis derramar,
mas que o mundo injusto a fez chorar.
Hoje não basta apenas parabenizar,
é preciso mudar, reparar e respeitar.