Luciano Spagnol - Poeta mineiro do cerrado

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O amor na sua incerteza
Tem que ter laço
No olhar abraço
Que some ilusão
Que some espaço
Que some paixão

Inserida por LucianoSpagnol

A existência é um caracol
De curvas e lombadas
Tem o breu da lua e o brilho do sol
Sobe e desce e algumas paradas
Neste cordel,
Amor tem que ter no farnel

Inserida por LucianoSpagnol

Amo e tenho tudo para ser feliz
Sei. Eu é que preciso de melhoria
Sou este alguém, um mero aprendiz

Inserida por LucianoSpagnol

Perda do pai

Dezoito horas. Quem me acode?
Partiu no enigma da crença
Os dias se tornaram como pode
As noites lembranças como sentença
No mistério
Na aceitação
No cemitério
Oração
Eternidade

Saudade!

Inserida por LucianoSpagnol

Mais que agrado

Como é bom ter satisfação
Tornar a alegria na lembrança
Lembrar dia a dia a emoção
Emocionar com está aliança
Chorar de prazer e paixão
Estar apaixonado nesta usança
Usar como regra está recordação
Recordar no viver está dança
Dançar no ritmo do coração
Amar e ser amado com confiança
Como é bom ter está adição
Mais que agrado. Bonança.

Inserida por LucianoSpagnol

Viver

A quem não tem olhos para ver
Inerte é a visão do seu destino
Na ilusão é que tem alegria de viver
Vivo quem arrisca ser peregrino
Só assim a vida vale a pena
Onde o mundo não é pequenino
E o amor o script de uma real cena

Inserida por LucianoSpagnol

Contrição do poeta do cerrado

De que vale ter saudade
Aqui no meio do cerrado
Se caminhasse hoje chegaria tarde
No ponto de partida,
bom é ficar calado
A vida não é covarde
Apanha-se o semeado
Não adianta ter alarde
No descuido que tenhas plantado
Nem remorso que na razão arde
Viva sua arte, encarnado...

Inserida por LucianoSpagnol

Amnésia


Sempre que chove no cerrado
O passado é lavado pela chuva
Se esquece do mato queimado
Se esquece da secura sanguessuga
Diz a Palavra: “Tudo passa,
só Deus permanece” Jamais trânsfuga.

Inserida por LucianoSpagnol

E com toda a desaventurança
É tão bom um dia de cada vez
O renovo é a brida da esperança
Nada é perene, tem sempre um talvez

Inserida por LucianoSpagnol

Adverso


Eu trago loucuras na lucidez
A poesia é a minha variedade
Inquieto translado timidez
Com palavras de venustidade
Trovando o amor exagerado
Do desalento da soledade
Me apego fácil ao ser amado
Mais fácil saio desta comodidade
Amo mais do que sou capaz
Tenho mais do que a prioridade
Se nos versos eu sou um audaz
No sentimento pura lealdade
Sou um eterno amador fugaz
Na inconstância tranquilidade
Um adverso com fragilidade, assaz

Inserida por LucianoSpagnol

Eu trago loucuras na lucidez

Inserida por LucianoSpagnol

Poetar no cerrado
A inspiração é da cor encarnado

Inserida por LucianoSpagnol

Vai e vem

O pêndulo do relógio no vai e vem
É o tempo em sua marcha
Segundos minutos horas... Vai além
Onde não se pode usar a borracha

Inserida por LucianoSpagnol

Esqueça o que já foi ontem
A torneira aberta já se fechou
Sorriso a infelicidade não contêm
Se apegue a fé que nos apura, amém!

Olhe ao redor a complexidade da natureza
vai além!

Respire o pôr do sol gratuita beleza
nos convém!

De que vale o glória da esperteza
não seja refém!

Um olhar amigo só nós traz grandeza
ainda bem!

É preciso aprender que fomos e seremos
basta saber que não nos pertencemos
e ao caminharmos outros sucederemos
é preciso não esquecer nada, o amor teremos.

Basta ser!

Inserida por LucianoSpagnol

A lua fica calada...
No cheiro da madrugada

Inserida por LucianoSpagnol

O Sonho

Sonhar com as cinzas do passado
fenecem a felicidade do presente
no jazigo da chance do renovado
opondo o novo de surgir novamente

Sonhe com aquilo que quiser
com a dor se assim vier
com o sorriso doce e forte
com a tristeza ou a sorte
sem medo, sonhe, peça aporte

O contentamento está na diversidade
na luta dos que buscam a fraternidade
no olhar de tentar sempre acreditar
que é possível amar, recomeçar
num simples gesto, nos abraços
na mão que afaga o embaraço...
(Nunca em vão daqueles que nos dão laços)

Inserida por LucianoSpagnol

De cá pra lá, de lá pra cá

Do lado de cá, fico a observar
Do lado de lá, a segredar
Qual vista está a imaginar

Do lado de cá, emoção
Do lado de lá, suposição
No valer à pena a paixão

Do lado de cá, sintonia
Do lado de lá, à revelia
Em ter sonho ou magia

Do lado de cá, decisão
Do lado de lá, imaginação
Desenhando pura ilusão

Do lado de cá, rima e poesia
Do lado de lá, só fantasia
Quando o gosto é agonia

Do lado de cá, solidão
Do lado de lá, chavão
Se socorro pede o coração

Do lado de cá, o amor trará
Do lado de lá, onde estará?
(Nesta gangorra...)
De cá pra lá, de lá pra cá...

Inserida por LucianoSpagnol

Soneto de um amor

O amor é um delicioso balsamo
Que perfuma a alma com afago
Traz ao coração nenhum estrago
E a doce felicidade, olhar calmo

O amor quando se realiza
Abre caminhos a emoção
A alma se veste de paixão
E a dor da solidão cicatriza

O amor desperta saudade
No carinho traz fidelidade
Na razão é ingenuidade

É poesia para o amador
De rima suave e multicor
Poetar o amor de um amor

Inserida por LucianoSpagnol

Retratos

Os retratos respiram
A cada suspiro dado
Do abstrato saíram
Em lembranças neles ornados
Tem cheiro, textura, inspiram
Nostalgia do saudoso passado
Tão breve e que ontem esvaíram
Hoje somente no peito calado
Em tanto silêncio, que construíram
Uma saudade no amor contemplado
Dos que partiram
E tão lembrados

Inserida por LucianoSpagnol

Os retratos respiram
A cada suspiro dado
Do abstrato saíram

Inserida por LucianoSpagnol

Das ruas que dão no mar

Que saudade das ruas que dão no mar
Do vento que sopra o aroma da maresia
Tão despercebidas no cotidiano do olhar
Tão carentes na distância desta energia

Ando nas calçadas nos meus devaneios
Em cada esquina, cada praça, cada bar
Num vai e vem da angústia e seus anseios
Da nostalgia das ruas que dão no mar

Na ausência das ruas que dão no mar
As pedras portuguesas são memória
Nos seus arabescos suspiro faz brotar
Se chorar são lágrimas de uma estória

E nesta quimera de sol, praia e areia
Que faz a melancolia aqui no poetar
É um luau a beira mar de lua cheia
Versando as ruas que dão no mar

Inserida por LucianoSpagnol

A Vida Passa... A Alma Não

Na velocidade do vento a vida passa
A lentidão da infância o tempo abraça
Os ganhos e perdas ora caçador ora caça
A biografia e as lendas nossa carcaça

Fervilhando nas macambúzias alegrias
Entre as expectativas e melancolias
Nas promessas feitas pelos momentos
Tudo passa com os seus contratempos

Renascem as flores da confiança
Morrem primaveras de esperança
No vai e vem da eterna mudança
Firme é o Espírito, sua semelhança.

Na estória a doce loucura teórica
Confabulada em silenciosa retórica
De paixão, desilusão, recordação
Pois a vida passa... A alma não...

Inserida por LucianoSpagnol

Na estória a doce loucura teórica
Confabulada em silenciosa retórica
De paixão, desilusão, recordação
Pois a vida passa... A alma não...

Inserida por LucianoSpagnol

Ame

Sem perguntas
Sem medo
Sem qualquer arremedo
Não busque a perfeição, o ideal
No galanteio seja leal
Assim, simplesmente
E não mais que de repente
Verá a felicidade brotar
No coração, no desejar
Nos segredos da doação
No sentimento da paixão
E nada deverá ser tão em vão...
Regue a cada dia com emoções especiais
Carinhosamente, sempre, mais e mais...
Ame! Seja capaz!

Inserida por LucianoSpagnol

Ame
Sem perguntas
Sem medo
Sem qualquer arremedo
Ame! Seja capaz!

Inserida por LucianoSpagnol