Luciano F. Aschkar
Dinheiro compra prazeres mas não controla a vontade, que cada vez mais quer prosperidade, e assim, nem que tivesse toda fortuna do mundo, algo novo intentaria, num circulo interminável, e que isso muito me incomodaria.
Outrora enxergou além das montanhas e dos mares, e constatou, que apenas sua visão poderia lá estar, pois ele mesmo não conseguiria chegar, e, por isso, se decepcionou, acrescentaria que tanto observou, que até o inatingível discerniu, e que foi essa visão, que de tão brilhante era ofuscante, que o cegou, e confessaria, que prefere o ofuscamento ao locupletamento,quer seja material, quer seja de ideal.
Sábio é todo aquele que estabelece limite à própria felicidade, que pode, sim, estar distante, pois não é errado ser ambicioso, nem perseverante, mas que não pode ser utópico, e também aquele que não ignora, nessa perseguição, a busca dos demais, pois se a alcançar sozinho, não terá ninguém para com ele comemorar e satisfação unilateral só faz mal.
Sou pobre mas não fui ganancioso, sou cego justamente para não ver o fantasioso, não sou sábio, mas, por tudo isso, sinto-me doloroso e ao mesmo tempo vitorioso.
Sabedoria de verdade, é nenhuma verdade fazer é simplesmente viver, sem se preocupar com ideologias, sem fixação por filosofias, sem se prender a conceitos, sem esconder os defeitos, aqui e acolá, com alegria no coração,
com emoção.