Lucélia C. Fernandes
Acúmulo de desejo, toda volúpia cabe em mim. Penso no âmago do corpo dele, só de ouvir sua voz estremeço.
São coisas minhas, planos que fiz há anos... E eu disse a mim mesma não abandone o barco. Fracassei.
O problema sou eu. Admito! Essa forma de amar que escolhi pra ser minha. Mergulhar no amor, dps sentir câimbras que não me permitem mais nadar.
Chegou-se no momento errado. Senti alívio por ser só sonho, deveras ser impertinente a ponto de impor sua lembrança até quando durmo.l
Recebia convites pra ficar ao meu lado, quando dei por mim, chegou, bateu na porta, mas foi dos sonhos. Então, acordei.
Só pra guardar na memória o gosto de estar ao teu lado. E quando bem distante o tempo, talvez o tome e rememore esse momento.
Não adianta brigar pelo que não é seu. Deixa estar. Deixa ir. Fica você, seu eu é que tem que permanecer.
Passadas as horas de um dia qualquer do mês de agosto, me questiono, me indago, aponto o dedo na minha cara. Estou sendo dura comigo mesma.
São dias feitos de espera, conflitados com minhas inúmeras dúvidas; todas elas sequenciadas de lamentos e pontos infinitos de interrogação.