Lucas Strochinski

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⁠O Começo.

Quase impossível de explicar,
Mas era como se eu já soubesse,
Dava nomes ao que antes devesse,
E o desconhecido, enfim, se esclarece.

O medo não veio, só curiosidade,
Cada detalhe, um novo enigma,
Na mente, ideias em agonia,
Cada resposta, outra incógnita.

O relógio a marcar seu compasso,
E eu, inquieto, a desvendar,
Engrenagem por engrenagem no traço,
A lógica oculta a se revelar.

O tempo, um mistério de precisão,
Um ciclo sem fim, sem hesitação.
Mas ao final, no que pensava entender,
Descobri que há sempre mais por ver.

Inserida por Zeta

⁠Mas o chá queima os lábios,
entorpece os sentidos,
é doce na promessa
e amargo nos pedidos.

Inserida por Zeta

Título: O Lado Oculto do Espelho.

Olho no espelho, mas não me reconheço,
há algo além do que vejo?
A sombra dos dias, o peso dos anos,
um rosto moldado por desenganos.

Se há verdade no reflexo,
porque não me sinto inteiro?
Partes de mim ficaram dispersas,
em olhares, promessas e erros passageiros.

Talvez o espelho não minta,
mas também não diga a verdade.
Apenas reflete o que já foi,
nunca o que sou na realidade.

Inserida por Zeta

⁠Título: Onde as Horas se Perdem.

Onde vão as horas que deixo passar?
Escorrem pelo chão ou se dissolvem no ar?
Sinto-as sumirem por entre os dedos,
Pequenos grãos de um tempo sem enredos.

Se pudesse guardá-las num frasco,
Será que teria o que preciso?
Ou será que o tempo, tão vasto,
Se tornaria um labirinto indeciso?

O relógio marca o que não controlo,
Mas o que marca o tempo que sinto?
Se a vida é um sopro que voa ao solo,
Onde repousa o instante extinto?

Inserida por Zeta

⁠Título: O Vazio que Ecoa.

Ouço ecos em meu peito,
não de vozes, mas do nada.
Silêncio que pesa,
um grito contido na madrugada.

Preenchi-me de ausências,
fiz do espaço meu abrigo.
Mas até o vazio tem peso,
e agora o carrego comigo.

Se há algo que se acumula,
não é presença, mas ausência.
E quanto mais tempo passa,
mais forte a sua sentença.

Inserida por Zeta

Padrinhos

Ainda na minha cidade natal,
As visitas aos dindos eram ritual.
De cavalo eu ia, mas ele, ligeiro,
Pegava embalo, virava no pampeiro,
E eu, pobrezinho, só via o terreiro!

Na piscina, afogava e ria,
Meio nadava, meio bebia.
E certa noite, na sala a deitar,
Uma aranha gigante parou pra me olhar.
Corri pro berço, fiz-me bebê,
Na falta de cama, o que mais ia ser?

De manhã, a cena ilustre:
Eu espremido, perna pra fora,
Torto, embolado, num baita sufoco!
Os dindos riam: “Isso é maria mole ou menino?”

Inserida por Zeta

⁠Teoria.

A vida é uma bifurcação sem fim,
Cada caminho leva a outro.

Quando chegares a algum destino,
Não pare,
Comece de novo.
Aproveite o caminho,
Não há pressa.

Cada passo te leva a algo nessa peça.
O futuro se alinha ao presente,
Não o espere chegar,
Viva enquanto caminha.

E, quando menos esperar,
Uma nova bifurcação vai formar,
E só você poderá falar
Se continuará ou se contentará.

Inserida por Zeta

⁠Título: Brisa.

No toque sutil do desejo aceso,
sussurra um encanto, brisa de verão.
Curvas que dançam num verso indefeso,
pintam a musa com pura sedução.

Seu olhar, um farol em noite serena,
desperta segredos em cada instante.
O corpo, canção que se acena,
um compasso de encanto vibrante.

Entre rimas e suspiros se esconde
a magia de um encanto sem medida.
No toque e no som, a paixão responde,
uma dança que celebra toda a vida.

Inserida por Zeta

⁠Título: Eu devo

Tudo em mim veio a moldar,
Devo ao presente que me abraça,
Devo ao passado que me guia,
Mas o futuro, com sua mordaça...
Já traz a fatura a cobrar,
Pois nunca dá trégua,
Nem perdoa ao chegar.

Inserida por Zeta

⁠Título: Feridas.

Feridas nas mãos, feridas nos pés,
feridas no coração que ainda ousa bater.
Bate e bate a cada segundo, com tremores,
me causando mais e mais dores.

Cicatriz relutante, aberta sem alarde,
um convite ao toque que arde.
Já lhe disse que aqui mais ninguém deve entrar,
mas ela ousa a porta aberta deixar.

Será novamente e novamente ferido...
Até quando vai querer viver assim?
Ela não é você, e você não é essa necessidade,
nem mesmo essa personalidade e entidade.

Inserida por Zeta

⁠Título: Sem Rumo.

Paixão, paixão, sem rumo, sem chão,
Que bagunça deixa meu coração.
Estraga o lado são, excita o lado cão,
Às vezes animal, às vezes não.

Espera um tempo até a próxima paixão,
Não tem quem suporte meu coração.
Existe muito amor guardado em vão,
Existe muita carga para a próxima decisão.

Paixão, paixão, com rumo, com chão,
Isso não é paixão, é um amorzão.
Caminho certo, com GPS de emoção,
Cuidado para não perder a direção.

Inserida por Zeta

⁠Título: Soprou.

O vento soprou um cheiro seu,
doce veneno que me prendeu.
Fechei os olhos, senti no peito,
como se a vontade voltasse ao leito.

Lembranças dançam, tocam meu rosto,
ecoam promessas de um velho agosto.
O coração sussurra baixinho:
"Será que esse perfume era um aviso?"

Achei que a vida era feita a dois,
mas certos amores se vão depois.
Pintaria seu nome em cada estrela,
Mas me perco no cantar da sereia.

Inserida por Zeta