LUCAS KALLANGO

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Mal sabe ele que lutando ou arregando
De todo jeito o ponteiro vai girar
E quando der o combinado do desejo
Arrependido sem o sonho vai ficar

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O meu estado civil é motociclista
Às vezes só minha jaqueta pra me aquecer
Highway to hell do meu coração
E ouvir uma canção
Aquela canção: Born to be wild, Born to be wild

Já não sei mais onde acaba meu corpo e começa minha moto
Dizem que é loucura andar, gostar, cair
Ela me deixa de joelhos em cada esquina
Loucura é não viver, loucura é não amar

Pergunta:
"Kallango, qual o teu primeiro pensamento quando acorda?"
Resposta:
"Saber que tenho mais uma chance de ser melhor do que fui ontem"

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ENTREVISTADOR:
"kallango, o tempo é um fator que te traz preocupação?"
KALLANGO:
"Daí um dia eu percebi que o tempo passa, o planeta gira, os pelos crescem...Mas enquanto houver uma nova rotação, haverá uma chance de sermos melhores que hoje! pelo menos foi assim que um amigo me ensinou"

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Assim, é claro que eu penso no Raul né? é o mínimo que eu posso fazer por um cara que pensou tanto em nós heim e muitas vezes pensou até por nós.

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O medo do vulto é o medo da luz que dá vida ao inimigo, ai meu Deus!

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Problema agora é entender que perrengue e suaves são sinônimos

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Pior é sumir um cavalo verde num cenário tão cinza desse em que vivemos

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Que talvez explique com exatidão a minha distração
A minha ilusão de ser exatamente
Como um primata e talvez explique
Porque que os comprimidos as vezes não funcionam

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A indústria canta o que eu não posso dar
O jornal me fala sobre me aposentar
Na escola não pude filosofar, o azul tirano desse louco verde mar

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Não posso negar que a Babilônia engana, entorpece, nos escraviza
Levando os sonhos, levando a família e a esperança de reencontrar
Não nos legaliza, nos criminaliza, fazendo da erva um réu a julgar

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A ignorância é comida na mesa, bem camuflada em tanta certeza, estruturada, vem vomitada na igreja ou no bar

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Sou um guerreiro, mas como menino, sei sorrir e chorar
Sou homem feito, feito qualquer humano, feito qualquer raça, qualquer escolha, qualquer lugar

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Um planeta a nos observar, anos luz a me acompanhar nessa canção
Será que lá existe um cara tocando violão?
Será que o tema da canção é escuridão, ou apenas devaneios?

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Como eu queria ligar o motor da minha nave
Entorpecidamente viver noutro sistema e nunca mais voltar

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Sociedade eu estou de saco cheio do seu jeito tosco
Muda regra, mata, fuma, fica no esgoto, fala de Jesus e o amor no bolso

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Nenhum martelo acadiano me parece um sorriso, um velho medo, um velho preto, um velho Chico
Índio cinzeiro! Índio plantar... E ver se vai brotar

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E eu na sala very crazy pra escutar, o jornal me fala sobre aposentar
É brigar se leste e oeste vão casar, o azul tirano desse louco verde mar

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Esse negócio de não ser famoso é tão estranho: não ter um passaporte, ação na bolsa para despencar, não ter filhos na Disney ligando por dinheiro, ter muita entrevista de mentira para inventar

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Não me diga que é normal ser um artista, que é sensacional sonhar e esperar
Se o que sobra paga a conta da dentista e o sorriso na entrevista a inflamar

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Mas o foda é que o espelho sempre tem dois lados, aquele outro não me serve, só vejo, não sei tocar

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⁠“O dicionário define poeta como: Autor cuja obra é impregnada de poesia. Mas omite a dor, o amor, o temor, o esplendor de ser detentor de um sonho amador. Escrever, descrever, atrever, comover, nunca prescrever e ter o prazer de morrer e renascer toda vez que alheios deleitam-se com letras escritas com lágrimas de seu exceder”

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