Lívia Moura
Houve um tempo que eu observava intrigada quando alguém não se prontificava a fazer algo quando ela era perfeitamente capaz de fazer.
Hoje eu entendi que a sabedoria excede qualquer palpite "inteligente".
Há coisas na vida que ainda que pareçam interessantes serem feitas elas devem ser avaliadas por outro prisma muito além da simples aprovação dos outros.
Que tem coisas que são como ciladas, um jardim florido que exalam perfumes venenosos!
Sou umas das primeiras a defender a ideia de que as pessoas precisam urgente aprender a serem mais amáveis umas com as outras, isso sim é garantia de um mundo melhor, pois esse é o fator que desencadeia diversos outros fatores.
Mas a realidade não é assim, o mundo não é, necessariamente, o esboço das nossas ideias.
Se um e outro, da mesma forma e tamanho, acreditasse nessa tese, de fato, não haveria tantas e tantas pessoas sentindo a necessidade de oferecer perigo como forma de defesa, de nunca deixar parecer que estão na desvantagem, de desprezar o outro como forma de não transparecer que a sua indiferença machuca, etc.
Daí a gente segue, sobrevivendo as pessoas, tentando não ser o fruto do meio (o que é um grande desafio) ponderando as emoções entre o ideal e uma realidade.
E é claro, para tanto não há como não lamentar, especialmente ter conhecido algumas pessoas na forma que são hoje!
Relações rasas, paixões de verão, pessoas individualistas, mais duras e mais frias, é a proposta do nosso século, por sinal muito bem aceita.
Antes o conceito de amor era o fruto de uma busca através do romantismo, da entrega, do vínculo de lealdade.
Hoje, o conceito é se sentir amado(a), é um jogo de conquista, da sensação de poder, de ter quem for a hora que quiser, é a capacidade de entrelaçar o outro, de alimentar o sentimento de ser capaz de cativar ao invés de ser capaz de amar.
Perdemos essa habilidade, por dor, por medo, por egoísmo, para elevar a estima, por isso criamos meios pra tentar sofrer menos ou mesmo, fingir que não sofremos.
Seduzir, se sentir desejado(a), dizer sentimentos irreais, sentir que alguém nos venera, tão somente para preencher nosso vazio.
Um ciclo vicioso, não há tantas outras opções, já não acreditamos em nada e ninguém, o que importa é distrair nossa própria consciência de estarmos, na verdade, solitários
Nossas "boas qualidades" podem se tornar "péssimos defeitos" dependendo do momento e circunstância, enquanto o contrário também!
Jeito doce não me comove e o bruto não me assusta! Aprendi com a vida, que as pessoas são na maioria das vezes aquilo que elas "não fazem questão de demonstrar"!
Só tenha cuidado pois todos terão uma opinião desfavorável para dar mas há alguns poucos, os sensatos, que vale a pena ouvi
Na verdade, nenhuma das nossas experiências ruins devem ser julgadas como infrutíferas.
Em tudo há um reflexo de nós, seja um lugar onde frequentamos, um hábito, as pessoas com as quais nos relacionamos, bem como todas as escolhas que fazemos, em cada circunstância é possível descobrir mais um pouco de si mesmo e a partir daí projetar uma nova realidade.
Se o pouco estímulo no que fazemos, se o modo de encarar tantos desafios, se os efeitos de estar entre determinas pessoas e a pouca fé no dia a dia, enfim, cada reação demonstrará onde é o quanto precisamos melhorar.
Melhorar para nós, como responsáveis pela nossa felicidade.
Portanto, seja buscando bons estímulos fazendo o que melhor sabemos, buscando laços sinceros, observando a vida como uma trilha onde, apesar dos obstáculos, a vista é linda e por fim, acreditando que cada dia é um novo e belo dia!
O diálogo deixa de existir quando um tem razão e o outro é o único "culpado"!
O egocentrismo é a moda do momento!!!
Um e outro tratam-se como se ninguém mais tivesse tamanha capacidade de sentir ou pensar, ou seja, o outro não passa de um ser inútil, débil e descartável.
Selvagens pensantes.
Nos vestimos de arrogância e nos erguemos como deuses.
Engrandecidos, detentores da verdade, privilegiados.
Enraizados na vã filosofia: temos carros, casas, posição social, linhagem, status, fama, formação, dinheiro...
Posso dizer e subjugar qualquer outro, pois me dou condição pra isso.
As pessoas já não buscam mais laços fraternais, elas buscam apenas pessoas para as submeter a sua arrogância.
É quando o que há de mais belo e um ser humano passa a não existir!
A única opinião de que se deve ter medo é da nossa sobre nós mesmos. Ela é a única que pode, de fato, nos prejudicar e nos parar!
Alegria forçada, liberdade abortada.
Por que o mundo acha tão interessante esse comportamento feito robô?
Cada um de nós tem o seu momento. Respeite seu momento e também respeite o momento do outro.
Estar momentaneamente triste não tem nada a ver com ser fraco mas com ser gente!
Talvez nem todos de nós queiram ser tão populares, receptivos ao extremo.
Talvez a gente prefira ser mais criteriosos e guardar o melhor de nós pra quem alcançar isso!
Não, não é que esperamos demais dos outros, esperamos apenas o fundamental!
A gente reserva aqueles momentos de intimidade, confidências, a quem corresponde ao que chamamos de amizade.
O mais temido duelo que acontece no íntimo de um ser humano: o duelo entre a razão e a emoção.
Por um lado, ser racional nos preserva de muitos dissabores, pois seremos práticos e objetivos, sem hesitar em uma decisão, não daremos chance ao azar pois tudo é "friamente" analisado e bem planejado, onde existe uma tendência à solidão.
Por outro lado, ser emotivo nos permite sentir cada momento, nos permite acreditar numa paixão, de ser de fato capaz de senti-la, nos permite arriscar por um ideal sem nenhuma certeza nas mãos, nos faz acreditar que ainda há algo de bom em cada pessoa e portanto nos faz vulneráveis a elas.
Se por um lado, estamos no frio seguros, por outro estaremos aquecidos em campo aberto!
Eis a questão... Um duelo entre a razão e a emoção!
Nossas lutas são diárias!
Não se lamenta o ontem, não faz diferença, portanto não vale a pena!
E, não se garante vitória para o amanhã, cada dia reserva as suas lições e ela pode nos surpreender!
O que temos para viver é apenas o hoje!
O curioso da vida é quando planeja-se demais para fazer algo e por receio pela inúmeras possibilidades de dar errado no fim os planos acabam dando errado porque ele foi planejado demais!
Ninguém deveria levar a vida tão a sério, porque não dá pra suportá-la sem usar uma boa dose de humor
Porque não tinha mais ninguém ali para sentir as minhas dores e para lutar pelas causas que eram minhas!
Já vi tantas vezes um furação passar, tirar tudo do lugar, e quase roubar a existência.
Estava tudo embaçado, não faz sentido, não deveria ser assim, é dito..
Se a vida seguisse o curso planejado ela não nos trariam surpresa alguma.
Mas a vida é surpreendente, se adapta, improvida, contorna, supera, cria meios, descobre novos caminhos, se ajusta e equilibra tudo de novo.
E o que diríamos que é certo se torna errado e o errado, certo porque não reconhecemos todos os seus recursos.
Seja como for, o que acontece não desfavorece aquele que acredita e logo tudo se acalma, volta para o lugar e se refaz.
Por isso no meio do furação nos cabe acreditar e na calmaria se alegrar porque aquele não foi o fim como antes pensaríamos!
Os mais fortes dominam os mais fracos.
Dominam quando convencem os outros de que eles não são tão fortes assim!
Alguns nascem com habilidades voltadas a medicina, as artes, ao lecionar, ao negocia, enfim... São inúmeras as habilidades!
E todas são necessárias no contexto da subsistência humana!
Por isso nunca desmereça ou descarte as habilidades de outro alguém, tão pouco seus desejos de realização!
No fim você ainda pode descobrir o quando isso será uma boa contribuição na sua vida!
As vezes, em determinados assuntos, é melhor deixar o outro livre pra pensar e agir como acha que deve, pois, de certo ele precisa viver suas próprias experiências diárias para amadurecer, compreendendo a si mesmo e compreendendo a vida, assim como foi com cada um de nós "ontem", sabendo também que esse amadurecer é algo constante para todos nós!
Nenhum sacrifício vale a pena se não houver a menor possibilidade de, por isso, um dia você ser feliz!