Lis Tavares.
Me sinto tão triste, o tempo todo. É como se eu estivesse definhando, só esperando a hora de morrer. E talvez isso não fosse tão ruim.
Quando estou perto de você, eu não me sinto tão esquisita, feia e estranha. Sinto que eu posso ser eu mesma, sem ter que usar um filtro para ser aceita. Eu sei que você não sente a mesma coisa, sei que pra você eu não passo de mais uma pessoa qualquer na sua vida. Mas eu queria tanto que me amasse e me enxergasse. Eu sei que isso é impossível, então fico no meu canto, te observando, vendo a vida passar e esperando que algum dia você possa me notar.
Você foi embora da minha vida batendo a porta e nem sequer olhou pra trás. E eu sou tão idiota que continuo com a porta aberta te esperando voltar.
Eu daria tudo pra te ouvir me chamar de “meu amor”. Mas eu sei que isso não vai acontecer, porque você é o meu amor, mas eu não sou o seu.
É que eu não tenho nada. Eu não tenho ninguém pra me apoiar quando estou mal e cansada. Mas eu entendo, nem eu me pertenço mais, já me abandonei a muito tempo.
É horrível amar alguém profundamente e ouvir dela que ela não te ama e nunca vai te amar. A sensação é como se mil espadas adentrassem o peito. É como se tivesse morrido, mas mesmo assim continuasse vivo.
A gente ama, re-ama e ama de novo. Mesmo sabendo que nunca vai ser amado da mesma forma. Isso que é ser intenso, transformar a ventania em furacão.
Eu queria ter o dom de dizer adeus, sem me importar com os outros, como muitos já fizeram comigo. Talvez evitasse muitas dessas dores que tenho na bagagem.
Eu só queria me desligar do mundo, sabe? Ultimamente não sinto vontade alguma de viver. É tanta dor e tristeza, que parece que a vida se esvaiu entre elas.