Lexa Woods
Tão pouco tempo
Mas ao mesmo tempo tanto tempo
Eu tento, tento e tento
Numa casa sem sustento
Tão rápido e tão lento
Uma vida em um momento
Calmo e barulhento
Ensolarado e cinzento
Felicidade e sofrimento
E no tempo, tempo, tempo
Eu apenas me lamento.
Por que a gente se tortura?
Por que a nossa mente se tortura?
Por que tentar curar o que não tem mais cura?
Se é unicamente a dor que perdura
A vida é um jogo em que eu estou perdendo o tempo todo. É um jogo onde estou sendo destruída porque eu não sei jogar. E eu não posso dar reset pra começar de novo, então a única opção é desistir e me matar.
por favor, feche a porta
não me deixe entrar
eu sou muito perigosa
com feridas a curar
olhe tudo a sua volta
gire a chave e vá deitar
e se nada te importa
pois prossiga devagar
eu só ajo com revolta
por muito me machucar
quando me calam, eu falo.
quando me falam, eu calo.
até quando seremos vítimas do falo?
quando a realidade é um calo.
klara castanho.
11 anos.
corpos violados.
direito ao aborto negado.
vítimas do patriarcado.
o que escolhemos — errado.
por nós, mulheres
nunca se calem.
tornem a nossa voz
mais alta do que a daqueles
que querem tirá-la de nós.
pétalas de rosas e flores destruídas
amassadas em um vão sem fim, em vão
à procura de um sol que não raie por mim
esperando do inverno um eterno verão