Letícia Butterfield
Às vezes a mentira do outro se torna verdade na nossa vida porque nós, ainda que involuntariamente, permitimos.
Não acreditar no amor seria o mesmo que ir contra todas as minhas crenças, experiências e aprendizados.
O amor é a poesia mais linda a ser sentida, mas meu coração não se contenta em apenas sentir, ele recita.
Tudo que eu falo ele transforma em poesia e até minha tristeza pode ser recitada como alegria
Sinto-me abraçada por suas palavras que completam as minhas
Me diz que encanto mas ele que canta a música que meu coração gosta de dançar
Quando sinto seu acolhimento é tão fácil me expressar que falo como poeta mesmo sem saber quais palavras usar
Aos poucos viramos lembranças para os outros e passamos a existir somente nelas. Que sejam boas então.
Eu não sou uma frase pela metade, sou uma poesia por completo. Não posso desfazer minhas estrofes para caber nos versos de alguém, porque cada palavra que a escreve me compõe e quem não pode me recitar, jamais poderá me amar.
Metade de mim não é nem um terço de quem sou, se me divido para caber em alguém, deixo de existir e passo a viver o outro.
Às vezes, palavras ditas de maneira leviana podem nos ferir profundamente, e, mesmo que venham da boca para fora, a dor que deixam no coração é difícil de curar.
O amor verdadeiro tende a parecer exagerado mas isso é porque ele sente, enxerga, fala e se comporta como o coração.
Se preenchermos os nossos pequenos vazios com coisas momentâneas, entramos em ciclos viciosos difíceis de curar e com uma dependência impossível de manter.
Tudo que me faz sonhar me assusta. É como caminhar em uma linha tênue entre a esperança e o vazio. Tenho medo de me perder em ilusões, de construir castelos no ar e, no processo, esquecer onde estão os meus pés.
O tempo é relativo e a única certeza que tenho sobre ele é que ele passa muito rápido quando estou contigo e muito devagar quando não estou.