Leonice santos
A noite é melodiosa?
Sim, somente em sonhos coloridos.
Que permeiam as dores,
polvilhando timbres,
em sutís amores.
Não sei se é bom gosto ou virtude.
Vivificar nossa casa com algumas flores, indenização de alguns amores.
Contar estrelas não produz verrugas, produz sonhos. Ainda que contes por umas águas furtadas, alegrai-vos com tal, como também na infinitude que o coração já sabe.
Caindo em mim cansada aprecio a Luz da Tua Egrégia Mansão, sem dia sem noite.
Luz tão alta, alcance-me por um fio a clarear as minhas periferias humanas.
Queria perpetuar num verso as horas que juntos ficamos.
Congelar cada vestígio, sobretudo as culminâncias e manter num horizonte eterno nosso último parágrafo.
Quando você remou ao contrário num oceano nada pacífico.
Hoje inauguro um novo tempo, junto os pedaços que se fôra naquele prelúdio traiçoeiro.
__Cinzas é combustível.
__Soluço é acorde.
__Lembrança é gargalhada.
Sem nada constranger vejo a dor da indiferença endereçada ao remetente da maneira mais polida.
Enquanto ouvindo a minha vóz em vão você tenta escapar.
REPUBLIQUE-SE.
Quando abraço a noite e me entrego ao descanso, alforriado estou destas horas fragmentadas e aos sonhos dou asas.
Quantas veses você se desenhou e não fez brilhar um sorriso no final?
Faça um alto retrato seu, pensando em tudo que Deus já fez e pinte um sorriso descontrolado sob o persistir do respirar.
A vida tem mil encantos e a natureza é seu trunfo maior.
A relva alada em raizes, galhos rendidos ao alto, são bicos de aves com fome...
Reverencia o céu, em rubor nublado, pela lua beijado. Ah! Não precisa de nome.
Na cidade da garoa salpiscos...
Vento voa, rua afora se alastra chuviscos.
•Nem se chora só
•Nem se anda leve.
•Nem cabelos soltos.
Como peixes em tarrafa, meio tristes, encharcados, gorros envoltos.
Lapsos na memória se fez, na dor extrema daquele vôo sem volta. Todavia o coração capturou a ventania daquele amor na câmera vasta sem leis, sem escolhas.
Evaporado naquele vendaval...
Suspiros coloridos, ficaram.
Quando não mais tiver livros, lerei as estrelas, os desenhos das flores, o areal banhado.
Na frequência das batidas do coração, guardarei cada palavra adocicada, cada refrão esvoaçante em rimas que se eternizam.
A data de cada dia que se encerra, nunca deixa-nos a idéia de reiventá-la ou revivê-la no amanhã.
Porém desperta em nós uma vontade indelével de viver o novo dia numa nova e diferente versão.
Não se aflija... A vida é uma ciranda de muitos começos.
Por isso...Deixe entrar o novo e se equilibre numa canção.
Minha oração é simples de fazer.
Uma noite tranquila, embalada pelo canto dos grilos e piscada por vaga-lume nas matas.
Em tinta nova um céu cintilante, dono de uma madame lua e de estrelas em glamour de prata.
Uma janela perto da cama, pra ver nuvens desfilar, no céu azul sem camarim.
Em serenidade e fé sonhar, numa visão, num ápice de Glória para a vida não ter fim.
O relógio, o tempo e o céu
Infinito, inesgotável e real.
Pertencemos a este mistério fiel
Como a onda e o areal.
Olhei o céu e vi a lua nua se mirando no lago tremente, que lhe dava outro roteiro.
Madrugada fria embebedou-se, esbarrou no horizonte e caiu com aurora.
__A soma das desilusões de cada dia, aferventa as horas que nos escapam...
__A calmaria chega gratuita para o descanso e nos presenteia sonhos que nos acodem.
Silêncio noturno carrega bagagem de peso duplo.
Pesa os olhos para dormi os sonhos sonhados.
E pesa a esperança de um amanhã melhor que ontem.
Na essência da liberdade, nem pavor nem escuridão.
Faço das árvores muralhas...
O céu é meu teto, a lua meu lustre,
Estrelas arandelas.
Coração perceptível e dócil, adormeça!
__Pois se dar lá fora a primeira estréia desta estação.
Chuva fina em delongas se faz cantiga, para que teu sonho aconteça.
Nenhum dia chuvoso intimida, quando a gente está com vestes de sol, calçados de paz e envolvido numa fragrância de vencedor.
Aprendi a dizer não sem palavras e dizer sim com um sorriso.
Mas o choro... Seja de dor ou de alegria é abundante como as quedas d'água do iguaçu.