Leonice santos
Por trás de uma beleza frágil, existe a força de um sobrevivente. Castelo de cartas lido em ruinas, deixou na memória o extase vivo de uma paixão adormecida.
O tempo está morto nas mesmices do cotidiano, mas quando encantadoras engrenagens de afetos são acionadas, o tempo vive.
Primeira noite do ano, tempo que amo.
Nuvem grávida põe no ON o batuque das goteiras.
Vejo nas montanhas gotas de vida, nostalgia.
Nos gomos de um novo tempo, NOVIDADES.
Súbita inspiração... chova em mim.
Tão gratificante saber que, os jardins danificados nas fendas da alma, outra vez florescerão. Se em cada muda há uma dor, acima há uma expansão regando com gotículas o cultivo de amor.
Gosto...
Gosto da chuva preguiçosa fim da tarde
Gosto do sol em férias no camarim
Gosto de café quente no domingo q'arde
Gosto do amor traquino que nasceu em mim.
Gosto da biqueira desordeira fugindo ao vento
Gosto do vento nos cabelos faz cafuné
Gosto do céu cinzento enigma em pensamento
Gosto do amor entrelaçado por que der e vier.
Gosto do tico tico a dançar no fio bambo
Gosto do campo em flor explodir na primavera
Gosto do teu sorriso na pele em jambo
E da esperança repetindo oh Quem me dera....
Leonice Santos.
Não há um abismo pra tua ausência
Nem uma estrada que te leve embora
Um açoite um silêncio nem indiferença
Que faça brilhar em mim uma nova aurora
As luzes me iludem com seu piscar
Os pássaros noturnos lindos carpidos
Afagam meu peito pra não amar
Fragmentos de amor que dormiu comigo
A noite dorme é como um manto
Lágrimas molham a madrugada
Fico escrevendo meu amor com encanto
Para sonhá-te na solidão alada. Leonice Santos.
De uns tempos para cá aprendi a enfrentar a chuva. Me vou indo nessa idade, muita aguaça na cidade, cada gota uma saudade, enchurrada de você. De tanto amar na chuva, voltei a estiagem, construí uma barragem e fiquei na ré《》presa à você.
Esperançar é ver você se debater no mundo todo, em seu sonho Ícaro, derreter suas asas no sol do desespero e nada achar, por que o procuras carrego em Mim.
E se o amanhã não chegar.... eu fui dormi ouvindo o som da chuva no seu belo rimar, em paz de espírito me deitei e agradeci. Agora só me resta sonhar.
Que as desesperanças do outro não neutralize os bons sentidos, nem escureça meus olhos para que não não vejam o colorido e novo cenário que virá com o amanhã.
Das rotinas encalissadas e das pregas deixadas pelo tempo, escapulo. Viajo nos sonhos, nas orações nas incógnitas e aventuras. A vida aqui e dura demais nesta naturalidade. Deixem-me ver o reflexo do que persigo: o trinfo, a nobreza, a calmaria, a liberdade, o amor, o caráter, o encanto e a eternidade.
Nesta última metamorfose, despi-me da cápsula escura do desespero quando me dei conta que, perder você era um voo livre para luz.
Eu te daria uma carona para bem perto dos teus sonhos, e na calçada do desembarque vendo o seu rosto luzir em grande lampejo eu te diria: você vai achar a sua estrela.
Chuvinha leve caindo, cheiro de terra molhada
Os olhos deviam tá dormindo na noite que vai encharcada. Coração atordoado nem sente o aroma, nem se banha, nem descansa.
PLANTONISTA ALUGADO.
A noite é uma mulher e como tal abana as brasas da paixão nas auréola evolitivas do amanhecer. Olhar macio baixa as pálpebras, vendo as faiscas desvanecer aos raios da luz maior abraçando o novo dia.
Dorme ruazinha.
Dorme ruazinha teu descanso ressonante
Portas fechadas e voando pra onde vais?
Nestes sonhos pejada de cores cintilantes
Aninha as dores descanse de dias meridionais.
Dorme ruazinha ao sereno e ao relento
Folhas secas a temer vem da alameda
Pão sem glória sem fornalha é aroma no vento
Prova que dormi vale mais que a vida azeda.
Dorme ruazinha no silêncio deste vale
Também vale dormi só se o sonho expande
Delimitado corpo em inércia não se cale
E o que importa são os sonhos faça que ande.
Há uma pergunta latente em colisão, como um campo magnético que não pára, e suas ondas percorrem espaços, porque meu coração era de aço e não veio forrado com veludo. Então seu amor, amor bala, veio e bateu machucou tudo. Havia um imã em cada um e não foi nós quem os criou; era de sempre de antes de alma. Só nos resta agora pedir as últimas peças ao seu Autor. Porque o jogo me alarma, verei se difere ao coração ser cessante ou vencedor.
Quando o tempo voltar e te apresentar a mim
Visitaremos o íntimo de cada um, a janela da alma é o labirinto olhar profundo e degustador, como a abelha se aprofunda na flor, sem descrever o que vejo e sinto. Sem julgamentos ou zum zum zum. Porque o amor junta o passado, presente e futuro e todos os frangalhos e os torna em UM.
A noite carrega em sua atmosfera uma massa de amor que aproxima e faz pontes, de uma luz à outra, de um coração à outro e de sonho à outro. Até que a aurora a dissipa e os sonhos acordam.
Perspectiva desse dia.
Luzir sobre as águas estrelas douradas senão prateadas.
Dourar, senão avermelhar, tornar escuro sem pincel a pele de quen se expõe ao lindo céu.
Consideram-se elevados da nobreza forjá-se a dois no fogo.
Umas das partes se retira, dar um calote jamais reparado e arde em fuzuê quem habita o campo da razão.
Em quem se deu a glorificação?
Almejo parti decolar dessa baixeza arranjada de valentia. As horas que me escapam quietas me doem.
Cada silêncio desfere o ermo melancólico do que podia ter sido.
Parti é melhor do que ficar em volta em cores que encantam o alcance dos olhos, no entanto suplícios escurece e entornam meus passos bambos na estrada.
Quero partir adentrar o portal do infinito e ser.
Livrá-me de tudo é grotesco, de tudo que é declinável, delitos alheios forçando minha encurvatura ao chão.
Decolar é viver.
Assim florescerá minha esperança fustigada, para viver regozijante, no impossível que o além sugere.
Não me enteressam mapas do ontem
Nem me dêem dicas de rotas desse dia
A vida é graciosa no desvendar dos enigmas, nas horas ofuscadas de suspense, esperando atitudes de limpidez tornando transparente o que vai ser.
Sonhar é se entregar á grandeza do quase, por meio da fé tornar real, atribuindo do próprio cunho peculiaridades do coração sonhador.
A chuva é o oceano nos visitando em gotas.
Quão livre! As ondas se levantam mas não podem ultrapassar. Então o cosmos o libera a subir.
Lagos, rios, cachoeiras, cada qual às suas maneiras. Descem cuidadosamente, molham, refrescam e cantam. E os trovões lá do alto comemoram: É NÓS.