Leonardo Beraldi
Você não pode confiar responsabilidades ao amanhã. Ele se quer existe. A responsabilidade é sua e hoje!
Por vezes, olho pra aquela foto e sou invadido por uma certeza um tanto quanto educada que sussurra: lute por ela. Mas eu domino isso. Só acontece nas primeiras 24 horas do dia.
A felicidade se define como um momento que não quer que termine, ou um lugar do qual não queira sair. Quando aquela voz penetrou meus, senti como se uma paz vasculhasse minh'alma e eu não queria que aquilo acabasse. Eu não queria sair dali. Queria que aquilo continuasse por ciclos e ciclos.
É como se ela tivesse meu manual em suas mãos.
É um furacão que eu não quero sair. Quero encontrá-la todos os dias naquele turbilhão e levá-la segura ao centro, onde podemos nos abraçar e eu possa mostrar pra ela que estou ali. Sempre estou.
Cor. É isso que ela põe nos meus dias sépios, rubros. Como se tudo fosse um sonho, sou levado a um lugar onde sou pleno. Mas é claro que eu domino isso, afinal eu quem mando não é?!
O homem que dividiu o tempo em antes e depois dEle, está sempre de braços abertos pra você. Lembre-se de que Ele inaugurou o Paraíso com um ladrão...
Você não pode pegar seus tesouros, suas conquistas e amontoar, subir e tentar tocar a Deus. NÃO! Ele não se impressiona com seu show!
Meninos só vão abandonar as coisas de menino depois de um forte e longo abraço... Um bom abraço do mundo.
É claro que Deus pode estar lá, mesmo que você não acredite. Se bem que... Esse seria bem o jeito de Deus.
Essa vida eu não sei se anda pra frente ou pra trás. Amanhã, por exemplo, é um dia a menos ou um dia a mais?
É fato que, por mais cético e racional que possa parecer alguém, todos temos nossas abstrações de estimação. De deuses até a vontade de "vencer na vida", o abstrato é o centro de nossas órbitas de alguma forma. Não permita que ninguém lhe que sonha demais, que é difícil demais, que demora demais ou que és só mais um num aglomerado qualquer; não deixe que violem os seus abstratos pois, de certa maneira, eles o nortearam pra chegar onde está. Valorize-os. Que seja um flash na memória, um desejo; que ele ainda não tenha nome, procure-o.
Eu sei, eu sei... parece mais um dentre os enis textos motivacionais que você lê por aí mas, por um minuto, pense: o que o trouxe até aqui? Olhe ao seu redor... Olhe para as pessoas que te rodeiam... elas são fruto dos seus abstratos. Elas também fazem parte deles mesmo que não planejadamente.
Pra onde tens corrido?! No que pensas antes de adormecer? O que te motiva à acordar todas as manhãs contra sua vontade leitor? Tens mesmo pensado em onde quer chegar, ou só corre porque o tal aglomerado tem corrido? Siga os seus motivos.
Não pense que as coisas que estão a sua disposição foram criadas por pessoas mais inteligentes que você pois elas não pensaram assim quando as criaram. Se não puder mudar o mundo detentor de todos nós, transforme o seu... Garanto-lhe que ele irá surtir grandes efeitos por onde passar.
Caro leitor, olhe novamente ao seu redor... Nada está aí se não por uma razão: pra te fazer maior.
E, por fim, desejo-lhe duas coisas: em primeiro lugar, que olhes o mundo que o cerca com outros óculos, em outras palavras, que seja mais otimista; que vejas em vales campos de vida, que vejas no além da névoa um mundo colorido, radiante e seu. Em segundo lugar, desejo-lhe um amor que o mereça. Porque, por mais que corras por toda uma vida e consiga tudo o que sempre quis, se olhares para trás e ver que faltou-lhe amor, sem receio digo que, terás corrido em vão.
Eu ainda a amo. Ainda não a esqueci.
Nos dias de hoje, isso soa como a assinatura de um atestado de fraqueza ou até algum tipo de derrota (como se fosse um jogo qualquer). Mas, por outro lado, eu vejo como a conclusão de uma auto avaliação que envolve nossa história, e não há pecado nisso.
Ela continua a mesma desde que a conheci, ou seja, a mesma pela qual me apaixonei. Me dá a mesma atenção de sempre, o mesmo sorriso (mudando a voz quando é de algo muito engraçado) e rindo das minhas babaquices rotineiras. Ela não é gostosa, a beleza dela é pra quem a conhece... E ninguém o faz melhor que eu.
Eu a machuquei. Eu pisei feio na bola com ela e, quando isso aconteceu, foi aí que ela me afogou em seu amor. Quando não merecia ser ouvido, olhado, perdoado e, muito menos, amado, ela continuou me incluindo em sua história e optou pelo perdão num beijo molhado por lágrimas.
E eu a fiz derramar muitas lágrimas. Muitas de alegria, é verdade, mas não estava fazendo mais que minha obrigação, afinal onde encontraria outra como ela. As de tristeza vi poucas e estas, por mais que não as tenha visto, me marcaram mais porque a marcaram mais e, por causa destas, meu nome está borrado em sua história.
Eu conheci uma menina. Ela põe cor dentro do meu mundo, mas é como um labirinto onde todas as paredes mudam continuamente de lugar. E eu faço tudo que eu posso para acompanhá-la nessa dança sem passos marcados, em que cada um de nós é um nítido reflexo do outro compondo uma desajustada harmonia de almas.
A complexidade de seu sobrenome é pequena diante da beleza de seu sorriso. E não bastasse a beleza, é de uma inteligência, perspicácia, petulância que cativa, que amarra; amarra e cuida, abraça, inclui.
Pra mim, ela é muito mais que um sofá que é um lugar de passagem, de efemeridade e necessidade. Pra mim ela é cama, lugar de descanso, de tranquilidade, de paz, reflexões e amor.
Eu canto pra ela e ela canta pra mim. Ela não é afinada e nem tampouco toca algum instrumento, mas, muito mais que seu cantar é a liberdade que sente de o fazer sabendo que sou todo ouvidos e coração.
Afinal, o mundo dá voltas, e eu hoje, além dos astros, acredito muito nessas voltas.
Mas, graças aos ventos que sopram à favor do amor, estamos aqui no olho de um furacão, numa dança de almas.
Todos têm aquele dia cinza. O dia em que tudo dá errado e no meio dos palavrões mais uma má notícia bate à porta, mais uma plano dá errado, mais um desencontro... Dá até medo de atender o celular não é?
E, pra esse dia, cada um tem seu tipo de reação. Uns se calam e guartam a tempestade pra si; outros precisam apenas de um ouvido pra falar e falar e falar, na esperança de que junto com as palavras saia a nuvem de dissabores; e ainda existem os que machucam seus adjacentes, ou pelo menos os mais próximos.
Pros calados o aviso de perigo, um dia você pode explodir, mas exploda sem machucar ninguém. Aos falantes a compreensão, você deposita confiança em seu ouvinte e ele tem a oportunidade de manifestar amor por meio da disponibilidade. E, por fim, aos egoístas, pensem bem... Palavras são como penas jogadas do alto de um abismo: você jamais poderá juntá-las novamente.
Eu só quero que nosso amor dure enquanto durar minha vontade de respirar. Eu só quero que case comigo. Eu só quero que me ligue no fim da tarde e diga: amor, acabou a mistura, traz carne e pão pra amanhã cedo. Eu só quero que vençamos nossas diferenças juntos, que nos ajustemos sem nos desgastar... E se o desgaste acontecer, que a chama do nosso amor nos torne plenos novamente. Eu só quero ter a liberdade de te pedir perdão (desculpas) sem rodeios, e te dar essa liberdade sabendo que estou sempre disposto a continuar remando. Eu só quero te levar pra viajar pra onde você quiser, com tudo pago obrigado. Eu só quero te encher de amor, presentes, chocolate, carinho, afeto, sorvete e te cantar as mesmas musicas apaixonadas de sempre pra ver a sua cara de que não queria estar em outro lugar ouvindo mais ninguém. Eu só quero que me queira pra sempre. Eu só quero te querer pra sempre. Eu só quero você. Eu só quero ter inspiração pra te escrever declarações cotidianamente. Eu só quero ser seu companheiro, ajudador, colaborador, parceiro, cúmplice, consolador e abraço quando precisar. Eu só quero ser o primeiro telefone pra ligar que passe pela sua cabeça num momento difícil. Quero ser a primeira pessoa que passe pela sua cabeça pra ligar pra se divertir ou multiplicar sua alegria. Eu só quero continuar tendo essa vontade de chorar quando te olho de longe. Eu só quero te dar banho pra sempre.
E no meio destes meus "quereres" tenho uma promessa: eu te prometo que cuidarei de você. Prometo que mesmo que pareça ciúmes, eu cuidarei da rosa mais linda do jardim de Deus que ele me deu pra cuidar... Cuidarei do diamante que escavei escavei escavei e encontrei, depois de muitas pedras de má qualidade pelo caminho, enfim encontrei o que procurava, meu diamante.
Se um dia se enjoar de mim me diga, eu me transformo em outra pessoa, eu mudo tudo se precisar, pra que, quem sabe, se apaixone por minha nova versão.
Não não entrei na sua vida pra brincadeira... Foi pra ficar.
Sobre os velhos amigos
Muito mais que qualquer nostalgia barata de um reencontro despretensioso ou a simpatia de uma rápida conversa diplomática, são as lembranças que tenho a respeito de quem passou por minha vida: os velhos amigos. Eles são cicatrizes benignas feitas por pessoas que, usufruindo de toda a liberdade que têm, deixaram com que a intersecção de nossas histórias existisse.
E eu quero lhe chamar a atenção aqui porque, quando digo história, estou falando do acumulado de experiências, acúmulo de encontros e desencontros da vida colecionados em um indivíduo, de forma que seu caráter, personalidade, espiritualidade e ideologia se fazem frutos desta dita história.
As sobreposições que sofri pelos meus velhos amigos me permite ver, talvez só aqui na frente olhando para as fotos, que a vida foi boa de ser vivida com eles; me permite ver que, como diria Spinoza, o encontro fraterno de nossas almas gerou ganho potência, o que ele mesmo traduz como felicidade.
Aos meus antigos amigos dos enes lugares pelos quais passei, a cada um deles, eu sinto a falta de vocês. Obrigado por permitirem o nosso encontro. Com vocês eu ganhei potência, eu palpei a felicidade. Com vocês vivi momentos dos quais não queria que acabassem e compartilhei lugares dos quais não queria sair.
Haviam tantas coisas pra você me pedir, e você pediu a que menos eu sei lidar: distância. Haviam tantas risadas para darmos, tantos encontros, tantas palavras a serem ditas no intervalo entre nossos beijos que mais pareciam uma dança de almas.
Tudo o que eu quero é que de fato isso seja uma fase e que novamente possamos viver a história que só nós sabemos viver. Sim, essa nossa história sem protocolo, sem padrão preestabelecido, essa história inédita pra mim e pra você mas que parece já ter sido vivida em outra vida de tão linda que é. Ou foi.
Agora estou na sua rua mas, pelo que parece, não em seu coração.
Me afastarei. Odeio sua decisão mas não você. Por você tenho cuidado, apreço, paixão, respeito... Por você tenho mudado. Só você sabe o quão pragmático sou e o quanto mudar é difícil pra mim.
Existem coisas que não se exigem de ninguém e uma delas é reciprocidade. Ou ela existe ou não. Todavia, o que alimenta esse saudosismo em meu coração é a linda harmonia que vivemos e que, por algum motivo, foi interrompida em você. Por isso, estou aqui, na sua rua, te esperando pra novamente, sem protocolos, sem padrões, dançar com você, como tudo começou, naquela festa de sexta-feira.
Reapaixonar-se ou perdoar alguém depende muito mais da imagem que alimentas desta pessoa em você do que do que ela fez ou é de fato.
Como num jazz, a frequência de seus atos oscila. Normalmente eu não gostaria disso, não gosto de perder minha auto suficiência, porém, as oscilações, ironicamente, tornam-se harmônicas; e, assim como meus ouvidos não negam um jazz, meu coração não nega querê-la. Muito pelo contrário, por ela tenho assistido-me a nutrir muitos “quereres”, “sentires”. Falando nisso, como é bonito olhar-me no espelho e constatar que novamente sinto como é sentir.
E por sentir tanto, sinto muito. Sinto muito por ter que, por vezes, observá-la por detrás de um vidro ou pelos cantos. Sinto muito por não conseguir me fazer sentido, por falhar em fazer com que meu calor a aqueça quando precisar de fogo; por falhar em fazer com que meu abraço a traga segurança quando sentir-se perdida. Talvez eu tenha esquecido como é sentir e seja muito inexperiente em fazer-me sentido.Por essas e por outras me sinto menino nesse labirinto em que voluntariamente entrei.
Já me disseram que olho pra ela como se meu dia dependesse daquilo; já me surpreenderam mudando o jeito de falar quando falava dela; já estou tendo que escrever pra sondar o lugar que pra ela montei e cuido com tanto cuidado dentro de mim. Geralmente me sobram as palavras, contudo, agora não mais se fazem necessárias. É como se nos abraçássemos no centro de um furacão, onde tudo é quieto, pacífico e ironicamente seguro. Sim, num lugar onde o caos delimita a paz, o nosso estar ali, em nossa dança de almas, já diz tudo.
Por fim, ainda tenho a dizer que ainda nos restam muitas ruas para adotarmos nesta cidade.