Léo da Silva Alves
O melhor do Brasil ainda é a sua gente. Um povo que tem um perfil alegre. Mesmo sofrido na pobreza e a cruzar com dor pelas dificuldades da vida, a regra é a generosidade.
Sempre cabe um apelo à serenidade. Não deixemos que o que há de melhor dentro de nós seja substituído pelo rancor de qualquer espécie.
Os meus olhos não enxergam a ostentação dos palácios, enxergam o Brasil na sua inteireza e a gente brasileira na sua dignidade.
Ser nacionalista é defender a empresa brasileira, a tecnologia local, o talento da nossa gente; é colocar a economia a serviço da segurança, da educação, da saúde e do trabalho dignos para essa grande nação.
É preciso desprendimento para combater os corruptos que continuam e continuarão a sustentar seus egos com dinheiro espúrio; é necessário ter um túmulo no coração, para sepultar a incompreensão dos omissos, que não fazem e não deixam fazer; é imprescindível tolerar a arrogância dos que se imaginam proprietários de todos os saberes.
A democracia só se convalida com eleições honestas; e eleições honestas são aquelas que expressam a vontade do povo, não a vontade dos que compram o Parlamento, curvam o Judiciário, manipulam o mercado e sangram a economia popular.
Somos um país a reboque do mercado financeiro e de grupos internacionais. Eles patrocinam os programas de televisão, alugam consciências no governo e no parlamento, dizem o que deve ser feito com os juros, com os direitos trabalhistas e com a aposentadoria dos brasileiros.
Fazer o possível qualquer bobo faz. O Brasil precisa de nós exatamente porque temos a qualificação para desafiar limites.
A miséria não é da natureza. Os animais, como regra, são solidários entre si. Por que os homens admitem a pobreza extrema, a morte de crianças por inanição, criaturas a revirar lixeiras para continuarem a respirar mais um dia na vida? É certo que não há falta de comida: há ausência de amor.
Por que admitimos a pobreza extrema, a morte de crianças por inanição e a humilhação de adultos a comer alimentos putrefatos? Como conseguimos sentar à mesa e, depois, dormir com serenidade deixando para trás, como se fossem nada, esses irmãos em súplica?
O direito é uma ciência humana e, portanto, somente será útil se servir às pessoas com dignidade e justiça. Quando os tribunais humilham os pobres e acarinham os ricos, não praticam ciência e não têm serventia para os cidadãos e para a humanidade.
O Brasil contribui em 2018 com 54 milhões de pessoas na miséria. No mundo, são 750 milhões, Como pobres, outra classificação, são tantos milhões iguais. A causa dessa catástrofe humanitária é a relação direta com a corrupção e a decadência da democracia.
A pior escravidão é a da mente. De forma sorrateira, retiram a tua liberdade de pensar e te põem a repetir asneiras como se fossem verdades.
O costume de manipular pessoas, convencer eleitores com mentiras, distorcer estatísticas e conquistar mandatos e cargos a qualquer custo é uma fórmula que os ventos da democracia ainda não conseguiram enterrar nos buracos da história.
O Brasil possui artistas sem palco, cientistas sem laboratório, professores sem escola e empreendedores sem recursos. Deem-se as condições e eles farão história.
Pessoas honradas, constrangidas pelo lamaçal de tramoias, recolhem-se aos seus credos sem oferecer contributo à política nacional; não querem a mínima proximidade com os hábitos rasteiros, com o universo das intrigas, com as ofensas gratuitas saídas do regurgitar de impostores.
É sempre igual: as esperanças do povo são atropeladas pelas imagens fabricadas, pela desfaçatez de quem promete a alma e, por pragmatismo, é capaz de aliar-se aos abutres da pátria e aos bandoleiros de piores perfis.
Os ambientes palacianos em Brasília organizam-se dentro de uma singular hierarquia de leis. No ponto mais elevado da escala estão os manuais de marketing; depois a lei do melhor proveito, seguindo-se a lei da imprevisibilidade e a lei do contrassenso.
Duas diretrizes devem se impor em um ambiente de administração pública responsável: planejamento e austeridade.
Há um histórico desinteresse oficial pela formação das inteligências do porvir. Consciente ou inconscientemente, as oligarquias que se repetem no poder preferem conservar uma parcela do povo na escuridão do desconhecimento.
Em todos os governos há um labirinto de programas e projetos que, de um lado, dificultam o controle e, de outro, facilitam a infiltração do crime organizado.
Os comerciantes, vítimas de corriqueiros assaltos, estão a mudar a expectativa do balanço anual. O lucro não é fechar o ano com saldo em conta bancária. O lucro é chegar ao fim do ano vivo.
Segurança pública, educação e saúde são os postes que iluminam uma nação que pretende caminhar para o desenvolvimento.