Leivânio Rodrigues
Gosto do que me faz pensar, gosto de sair da zona de conforto e o que me instiga desbravar.
Gosto de criar sentidos em significantes flutuantes do mundo lá fora, que a cada resposta tida nos leve a uma outra pergunta, sem precisar de resposta alguma.
É esse sentimento que estimo pra mim. Poder olhar sempre além do muro e encontrar a paz. O mar me acalma, e o tenho bem como meu pai.
Quando eu transbordar, traga-me papel e caneta para enxugar minha verborragia em linhas e pontuação informal.
Pois é via escrita que estanco o que já não cabe em mim, então deixe meu coração sangrar.
Em cada parte da minha casa há pedaços flutuantes do que me compõe, ao sair, unifico em mim cada objeto que me decora, formando-me na neurose ambulante que a vizinha ver passar.
Quando a vida pede mudança, não basta mudar a cor do cabelo ou trocar os moveis de lugar, mudança requer reciclagem, desconstrução para reconstruir.
Necessita-se aspirar a poeira do corpo e lavar os pensamentos, jogar fora o pessimismo, restituir a alma e colorir o guarda-roupa com novas possibilidades.
Quando se tem que mudar, é uma chance que a vida dá de repensar sobre... Sobre a gente mesmo, sobre os outros, as atitudes e acima de tudo sobre quem vale a pena ou não levar a uma caminhada distante. E não basta somente determinação para, o momento pede que se reinvente, se reconstrua e erga catedrais para que seja exaltada sua glória.
Erros
Meus erros são como nossos erros, carregados de experiências ou ausência delas, e se julgássemos isso radicalmente, estaríamos julgando nossa própria essência, nossa alma. A alma que nos foi dada para reviver ao caminho da evolução. Se evoluir é, sobretudo aprender com as insuficiências de que são nos dada, vou buscando evolução por cada falha minha, tirando o foco do que apresento momentânea para canalizar os olhares ao que intimamente sou. E ser julgado justamente pela evolução que busquei, sem pedir suplência pela condição humana que possa me resumir, limitando-me em uma espécie propícia ao erro, sem buscar ser salvo pela ideia errônea de que errar faz parte. Pois se não por pra emergir diferença entre mortais, pra que me serviria evoluir? Ser humano me limita, mas não me defini em um processo de evolução.
O ódio e o amor são sentimentos tão próximos que as vezes é difícil distinguir quem se ama ou quem se odeia.
Tenho ideias ditadas por uma mente independente, que funciona como “aquelas” inteligências artificiais que em um instante do seu percurso, necessita do homem para funcionar.
Não há o que temer, se o destino é o futuro, o caminho é o que nos fará chegar. De todo modo o livre-arbítrio é a secção transversa de nossos itinerários, que pode nos dá auxilio ou nos levar a sabotar o próprio curso de energia vital.
Ter boas ideias mantém a vida em atividade substancial, afastando o pessimismo e oportunizando os sonhos.
É assustador quando alguém deposita um desejo sobre nós do qual não compactuamos da mesma felicidade, a frustração é dual!
Nossas escolhas são sustentadas por um desejo supremo, liberado pela urgência de prazer, que em um momento qualquer, pode se tornar o erro mortífero do que trouxemos pra nós. Mas a reflexão ainda é a melhor precaução de danos ao Eu.