Leivânio Rodrigues
Bem vindo
Que sejas bem vindo com tua graça,
Que me traga luz onde meus sonhos não podem chegar,
Sejas bem vindo se me traz amor,
Que abençoe minha alma e me faça dormir,
Bem vindos sejam aqueles que me tragam paz,
Que volta da guerra em uma luta pela a vida,
Que seja bem vindo quem me presenteei com sorrisos,
Que me faça bem e me traga boas novas.
Seja bem vinda uma nova canção, que de serena acalme meus pensamentos e emoções,
Seja bem vindo o verbo bem dito, que de bem pronunciado me dê à esperança no cifrar.
Bem vindo o ser que nasce pra a vida e a faz renascer com sua chegada.
Que sejas bem vindo se me completas, que fecha minha gestalt e me faz feliz.
Bem vinda seja a luz que nos guia, que nos ensina e nos faz caminhar.
Bem vindo seja...
O desapontar se faz iminente quando nos deparamos não apenas com a perda de percepção errônea que vem de outrem, mas sim pelo o perceber do que não se deve exigir daquele que é vazio de honestidade.
Muitos gritam igualdade, mas pucos fazem justiça as suas ideias de valores.
Nada mais poético do que ver uma ave cortar o céu, instigando o homem à suas limitações.
Muitos dizem que o céu é o limite, mas não se põe limite ao que não se pode limitar.
O azul do céu é tão infinito quanto o desejo sem limites do homem de voar.
Em um processo natural, em síntese, a vida se resume em evolução e amadurecimento, no entanto, algumas pessoas pulam essa etapa e logo apodrecem.
Eu levei um tempo para entender que o que buscava estava ali, tão perto de mim. Tão próximo e diante de meus sentidos. Levei um tempo para entender que a felicidade estava nas coisas simples, na simplicidade poética de ver, sentir e erudir a vida.
Não quero o mal humano, não quero o egoísmo de minha raça, não quero fazer de minha casa o refúgio de meu sujeito, quero mais, muita mais, mas não paz, paz só de espírito, pois estimo guerra, e na guerra forças e armas para as batalhas, na vida só vence quem aprende a lutar, sobretudo tenho aprendido que só sofre quem tá vivo, só ama quem sabe perdoar, só tem amigos aqueles que sabem serem amigos.
Então eu quero é vida, cansaço, suar, pensar, elevar meu espírito ao último sentido, porque tenho sede pela vida, e quem espera da vida somente paz, não vive... Simplesmente existe.
Exaustão
O que sinto não se cura com beijo, a queimação não passar com assopros, esperar é menos incomodo do que andar pra trás, porque andar cansar, ainda mais quando se tem que empurrar o passado pra frente, e eu cansei!
Chega um momento que se cansa da sabotagem do falso afeto,
Cansa-se de ser a mentira questionada, das razões cheias de egoísmo.
Chega um momento que cansa de não incomodar tanto,
Cansa-se de ser o alvo da insegurança do outro, das cobraças sem nada a oferecer.
E a hora chega, a exaustão toma conta e eu cansei.
Cansei do que não ouvi, cansei de esperar palavras de amor e só ter paz momentaneamente.
Cansei de engolir letras das frases prontas, cansei de acabar e recomeçar horas depois, pois eu cansei do “boa noite” sem hora pra deitar,
E chega uma hora que se cansa de estar sempre cansado, exausto de procurar o que não há, de tocar mãos frias e sem vida pra continuar.
O frio me cansa e eu cansei de indagar as respostas dadas pelo cansaço de perguntar.
E chega o tempo que se cansa de dormir mal, pois o desejo agora é somente em ter paz ao invés de viver em jogo de cartas e poder, eu Cansei.
É bom esquecer de quem se é algumas vezes, nos dar estímulos para descobrirmos coisas novas na gente.
Lágrimas encharcam minhas mãos, suando a emoção que a ansiedade de não ter que te encontrar me leva a chorar.
Outono
As folhas caem,
O vendo frio se tornou a companhia,
As lembranças se desprendem como folhas secas que caem no meio vão,
Ali se ver uma época de sobrevivência,
O estádio desse tempo suspira no verde morto a suplicar à próxima estação.
O seco do ar frio congela os pensamentos mais nobres.
E o silêncio que esse tempo traz, deixa mudo o bom dia dos bem-te-vis.
A vida hiberna com o inverno que se aproxima,
Que o medo do vazio configura uma realidade marrom,
Marcada pelos tons amarelados e dos galhos secos,
Na controversa tensa dos dias cheios e noites abandonadas.
O orvalho teme cair como lágrima de uma história oculta,
Que a cada ameaça desse tempo, prolonga o sofrimento na janela,
Esperando essa estação passar, o inverno desabar, o frio passar...
Para então reaquecer o coração gelado de que espera a primavera voltar.
Tenho tentado me fazer bem, buscando a cada momento um sentimento que me leve a respirar, costurando feridas sem deixar marcas visíveis ao futuro.
É sistemática minha capacidade de transformar significados predefinidos ou definidos em objetos brutos, tornando-os novamente significantes que pedem sentido a cada sentimento em processo de superação. Contudo, hoje já não sou eu que lhe abraço, mas o outro que fui quando genuinamente o conheci.
Deixe-me cantar, as estrofes crivadas de um baú de canções, de uma história sem trilha sonora que pede cifra a cada verso meu.
Equilíbrio Psíquico
Há certezas que nos levam a sustentarmos o inacreditável, pois isso corrige a alinha mental do nosso psiquismo, resguardando o Super Eu e camuflando uma falha de proteção.
Não seria uma fuga, mas verdadeiramente uma tentativa de estabilidade do próprio ser, mantendo-se equilibrado mesmo quando a estrutura só ser sujeito é abalada pelo que não se quer conhecer em alguém, porque indiretamente o que não se suporta no outro nos põe diante a um espelho. E Embora isso não seja uma regra, pois a subjetividade sempre deve estar em evidência... Isso é o que nos faz manifestar falsas ressalvas sobre os objetos desconhecidos que nos causam ameaças ao próprio EU.
Nada mais brutal do que tirar de uma criança a pureza de sua inocência, sem dar-lhe chance alguma de escolha dos seus objetos de amor
A beleza é aquilo que você olha e a deseja.
A inteligência é aquela que você ver e aguça seus instintos mais primórdios, é um princípio do desejo.
Tudo que é transmitido ao universo não se perde em seu infinito, volta ao mesmo ponto de partida, no entanto, com toda a força e conspiração do universo.
Os sonhos são não somente a realização de desejos, mas o refúgio deles!
De maneira da qual somos traídos pelo conteúdo onírico, realizando desejos latentes vivenciados numa consciência irreal, dirigido sem roteiro pelo grande Outro (o inconsciente), que ao nosso despertar, traz à realidade diurna a frustração de não ter aproveitado o sonho como realmente seu, uma vez que este se configura a cada imagem como sonho rotineiro, resguardando a energia da libido aonde não se possa ter acesso. Neuroticamente, estando em subconsciência, somos atuados pela instância psíquica do controle, que mesmo via sonho, somos castrados para nos resguardar do buraco negro do real.
De todas as pessoas que ficaram no passado, algumas partem de uma resignação minha de consciência e efeito.
Elas estão lá não somente por ordem do acaso ou por caminhos transversos do percurso natural do tempo e época, mas sim, por não querê-las mais em minha vida.
Passado Mais que Perfeito
Vejo-te como ninguém viera ver,
Com olhos de quem não soubera conhecer,
Outro alguém que não estivera aqui,
De forma única aos olhos meus.
Esse amor tem sabor que jamais viera provar só com paixão.
E quero mais do que pudera ter,
Sem negar o que quisera existir,
A incompatibilidade de um desejo bom.
Que a ambivalência fizera sofrer,
Por ter algo sem rótulo e sem nome dar,
Que o tempo não mostrara a ninguém.
Todos os encontros escuros e belos de noites de luar.
O receio de perder mantivera aqui,
Com abraços em um corpo particular.
Com ditos de alguém que não quisera prometer,
Aquilo que não sentira jamais em ter,
A segurança que demandara em mim,
Para amanhã jamais pensar em esquecer,
O passado mais que perfeito de viver.
Já odiei pessoas ao ponto de desejá-las mortas, mas já amei ao ponto de perder a vida por elas.
Na ambivalência do afeto, o amor e o ódio são os sentimentos mais supremos, pois tanto um como o outro se limita a intensidade e o teor do que é sentido.
Atinei na rotina à simplicidade e encontrei nela uma fábula de amor. Entretanto tenho me revirado em meus anseios, porque a fantasia não me bastava, não espero uma dramaturgia com composições e pré-representações de um final o qual pode-se imaginar (...), afeiçoo uma história sem sim.