Leandro M. Cortes
E continuo, apesar de se tentado a desistir de tudo. Continuo, porque creio em dias azuis, nos sorrisos verdadeiros, na sinceridade que vem do fundo. Continuo, porque creio no amor, na vida, nas relações, na continuidade. Continuo, assim como Deus, que não cedeu as tentações alheias e suas provações. Fé em Deus! Fé na vida!
Quem tem Deus, tem paz, tem amor, tem brilho e luz. E que o amor nunca acabe, que ele prevaleça. Que seja felicidade completa, nada de metades, sem racionamentos. Que seja além do superficial, que seja cristalino e profundo. É o que peço a Deus todos os dias.
Retribua o mal, com bondade. A inveja, com simplicidade. A ignorância, com sabedoria. A intolerância, com paciência. O ódio, com amor. O silêncio, com sorrisos. As injustiças, com o perdão. Faça o bem, cultive-o interiormente e que ele prevaleça em todas as instâncias da sua vida.
Seja uma grande amizade, ou um grande amor, apenas que seja grande e forte o suficiente, para resistir ao tempo e as pancadas da vida.
Sentir saudades, não significa que eu queira viver tudo novamente, uma vez mais. E vivo aqui dentro, calado, em silêncio, sem alardes, sem apego. Porque o amor, não se apaga, nem mata, apenas sufoca interiormente.
Preciso sim! Preciso tanto de alguém que preencha meus vazios. Alguém que de vida aos meus silêncios. Alguém que acabe essa linha e pule para o próximo parágrafo, sem a ânsia do capítulo seguinte. Preciso de um plantonista para minhas urgências. Preciso tanto de alguém que me desconcentre e bagunce esse meu mundinho perfeito. Alguém que transforme meus dias, essa minha insana rotina de sonhos inacabados, fantasias e ilusões fatigadas.
É só um olhar, só um sorriso, só uma possibilidade. E, vou logo expondo sentimentos, emoções e sonhos a céu aberto ao mundo, sem medo de ser feliz. Porque a vida, o amor, são feitos de tentativas. E se não deu certo hoje, amanhã a gente tenta novamente. Simples assim!
De vez em quando a saudade nada mais é que essas pequenas porções, pequenos momentos que se vai semeando pelo caminho. Os quais mais tarde irão florescer na memória e na lembrança.
Alguma coisa sempre muda lá no fundo. Bem no fundo desse poço. Eu sei. Você sabe e sabemos que nada será como antes. Há coisas que se vão e não tornam, nem retornam, viram memória, lembrança, saudade nessa tênue linha do tempo.
Às vezes é a voz de Deus, em outras somente vozes exteriores semeando a discórdia. Mas, não há mal que vingue onde existe amor é fé. Apenas que prevaleça o bem, é o que peço todo dia a Deus!
Não era necessidade. Não era
Carência. Era além, bem além
Do prazer. Era amor.
Ia além da cama, dos lençóis,
Do cheiro, do vestígio da
Estada. Era essência.
Foi além do entrelaçar de corpos.
Bem além da atração, do calor,
Do êxtase, do deleite.
Foi amor. Era amor. É amor.
Sem cobertas, descoberto,
Desnudo mesmo.
Tudo se torna especial, coisas, pessoas, momentos, quando passamos a valorizar o amor, a vida. Quando passamos a viver, somente viver, sem amarras, sem pesos desnecessários, sem nada que nos prenda ao passado. Somente com a leveza do presente, o agora, sem a necessidade da espera, sem a ânsia pelo porvir.
De vez em quando é felicidade, volta e meia vontade, em outras saudade. Agora, por exemplo, só quero o silêncio de um sorriso, que me lace, abrace e não largue mais.
O que dói, não é o fim. É a saudade que vem depois. O não ter mais, a ausência, a chegada, a saída que se perde. O riso que se apaga, o olhar que se põe e não nasce mais ao amanhecer. É a espera, de algo, alguém que nunca vem. Que não mais voltará. Os dias que se sobrepõem nesse amontoado de memórias que se acumulam com o tempo. Quisera ter tempo para uma palavra mais. Ouvir uma vez mais. Nem pensamentos, nem emoções, lembranças se propagam interiormente e trazem a luz girassóis. É mais um dia de sol, o qual reina soberano, sob nossas cabeças. Fé em Deus! Fé na vida!
Era do teu cheiro, do teu calor, do teu olhar, do teu sorriso, do teu abraço, do teu beijo, da tua essência, que eu precisava naquela hora. Naquele momento. Talvez bastasse, talvez não.
Amar, remar, re-amar, nadar e seguir em frente, apesar dos naufrágios. Porque sempre existe à possibilidade de você tropeçar em algo maravilhoso logo ali na frente.
Me encanta o metamorfosear, a capacidade do ser humano de ser doar, de se transformar e acolher o próximo a qualquer tempo.
A gente nunca sabe onde parou.
Sabe apenas que recomeçar
É pular linhas, burlar o tempo,
Ludibriar o pensamento.
É a sequência, a continuidade, ir em frente.
É escrever histórias, viver amores,
Emoções, sem pontos, sem fins,
Apenas continuar.
É a perda da realidade, sem fugas,
Sem sonhos. É não ver mais
Com os olhos, mas sentir
Com o coração.
É deixar de fazer perguntas e silenciar.
Tornar calmo esse mar revolto
Internamente. É deixar fluir
Esse rio, mar, oceano.
É viver de projeções, o real
Dentro do surreal. O sentir
Além da pele. É sentir
Com a alma.
Nesse momento ouve um silêncio suprimido pelo encontro de nossos lábios. Não disse nada. Ela também não. E esse espaço em branco foi intensa e densamente preenchido pelo encontro de nossos corpos mudos e desnudos.
É o telefone tocando, mensagem chegando, a música rolando, o vento soprando, as ilusões dançando, o coração rodopiando, o amor interior badalando solitariamente. Lá fora, observa pela janela entreaberta o tempo passar. E nesse passar, passam tantas coisas e pessoas. Sentimentos e emoções. E lá se vai o amor em meio à multidão.
Tenta, tenta, tenta novamente e se não der certo, troca. Não adianta insistir em algo que não passa de uma tentativa. Se não acrescenta, não faz falta. Se não toca, não é amor. Amor é sentimento que floresce naturalmente de dentro para fora.
Você nunca vai entender o sorriso que ela carrega no rosto. Nunca vai saber a força que ela tem. Nunca vai compreender sua felicidade. Nunca! Porque nunca mergulhou, louca e intensamente no seu mundo. Nunca sentiu com o coração. Nunca foi além dessa superficialidade. Nunca passou de um sentimento normal. Nunca passou de um quase amor, como os demais.
Ela quase nunca sabe se vai ser completo ou se vai vir em partes, pequenas porções. E quase sempre se entrega de corpo e alma. Vai vivendo, somente vivendo sem criar expectativas. Nada que possa trazer dor no fim. Porque todo fim dói. Por vezes internamente, em outras por fora, além da epiderme.
Se tiver que mudar, mude, reorganize, troque de lugar, transforme, borde, pinte. Só te peço, por favor, não se perca no meio do caminho. Não perca a essência. Não me perca de vista.