Leandro M. Cortes
Sou tudo isso que você vê além dos seus olhos. Um tanto desajeitada, sonhadora e perfeccionista ao extremo nessa minha apaixonante simplicidade. Não vivo de aparências, mas deixo pegadas, marcas por onde passo, com esse riso despreocupado e inesquecível. Comigo é assim: Ou me ama, ou me odeia! Simples assim! Mas confesso tenho meu lado bonzinho, carente e inocente. Vivo minhas necessidades, mas ando sem pressa. Não quero nem mais, nem menos, apenas o suficiente. Pois, tudo que é demais uma hora sufoca e o que é de menos uma hora acaba. Independente sim! Porém, dependente de carinhos, beijos, abraços e afagos. Tudo que possa me abraçar, laçar e prender. Pois é fácil conquistar. O difícil é manter! Não que eu seja complicada, mas tudo que é descomplicado em demasia beira a monotonia, coisa morna, se é que me entende.
Daria voz aos pensamentos, traria para
Fora as emoções e sentimentos
E daria férias à alma.
No interior vazio e silencioso, carente
De suas crianças arteiras e levadas,
Trocaria o fundo fosco.
Faria dos cacos e da sujeira entranhada
Uma fogueira. A mais bela luz
E brilho aos olhos.
Plantaria girassóis, rosas e pintaria,
Pintaria esse céu interior,
Trocaria o cinza pelo azul.
Redecoraria o interior com sorrisos,
Os mais belos. Obra prima de
Deus doada à humanidade.
E no reencontro entre almas brindaria
O amor, a vida, a continuidade
E nossas metamorfoses.
Apesar das ilusões e de ser tentada a desistir de tudo diariamente, ela vai continuar, seguir, ir enfrente. Com alguns arranhões, um band- aid no coração e alguns sonhos a mais no bolso.
Então delete pessoas, ilusões, amores, sonhos que não vingaram, memórias, saudades, lembranças, momentos. Delete o dia de ontem, quem sempre te fez mal, quem nunca vai sentir a sua essência, sua profundidade, o calor além do frio vazio de sentimentos.
Sempre gostei mais da madrugada, do silêncio, do afago, do carinho, do sussurro, da ternura, do sentimento, do entrelaçar de corpos, do calor, do amor além do prazer.
Ele era um quase amante, quase namorado, quase prioridade, quase paraíso, quase éden, quase liberdade, quase felicidade. E não passou de um quase amor.
É uma garota comportada, mas que vive suas rebeldias.
Anda despreocupadamente, mas vive suas neuras.
Vive suas convicções e certezas e com elas vai até
O fim, mesmo que esse barco afunde interiormente.
É vento que desfaz quaisquer primeiras impressões
Acerca de si. Brisa leve que encanta com seu brilho
No olhar. Orgulhosa? Sim, por que não? Vaidosa?
Na medida certa! O suficiente para causar por onde passa.
Não é mais que sua aparência. No íntimo é ainda mais
Linda e bela. Menina de poucas palavras, mas sincera
E verdadeira. Não! Ela não se acha! Só os que
Vivem sua história, o seu mundo, sabem bem
Toda a humildade que cultiva naquele jardim interior.
Vive seus sonhos, mas volta e meia cai em desilusão.
Dentro dela há um coração bruto a ser lapidado.
Alma de menina mulher madura, mas que vive
Seus deslizes. Banca a durona, ma se desmancha
Ao mínimo elogio. Quem não gosta de um elogio?
Adora cinema! Vive seus dramas e suspenses.
Uma comédia em pessoa e romântica na sua essência!
Música? Ama dançar, cantar e viver suas letras. Tudo
Que soe liberdade aos seus ouvidos.É uma ótima
Atriz! Vive encenando, chamando a atenção para si!
É apenas uma menina mulher querendo colo e proteção.
Sonhos? Vive construindo seus castelos entre muros.
Vive suas fragilidades, seus momentos de solidão.
Mas, que em meio a tempestades vira fortaleza.
Faz suas festas, mas no fundo, no recôndito vive
Seus vazios. Vive errando na ânsia de acertar.
Por vezes se machuca por acreditar em contos.
É só uma menina mulher aprendendo a viver!
De nada adianta acender a lâmpada exterior, se interiormente continua na escuridão. Não adianta buscar luz e calor, quando vem um enorme frio lá de dentro, do fundo, do coração e da alma.
Viveria de prazer, beleza, mostras, amostras e exposições, mas opto por viver a simplicidade do amor interior. O que não se fala com o corpo, mas sente com a alma e o coração. Tudo que se vive além da aparência e reside na essência.
Quase sempre sinto saudades, necessidades, de coisas e pessoas. De sono leve, noites silenciosas e abraços quentes. Olhares serenos e sonhos despretensiosos. Um bilhete premiado, algumas ferramentas e um amor. E quase sempre me vejo perdido, nessa avalanche sem controle, montanha-russa de pensamentos, sentimentos e emoções
Entre chuva e lágrimas, muita coisa
Desce rio abaixo. Muita coisa
Vai junto a essa correnteza
De incertezas.
Efêmero, passageiro e breve
É o amor, é a dor, é o tempo.
É o pular entre vírgulas,
É represa que rompe.
É a reticência sem ponto final,
É a vida, a continuidade.
São involuntárias mutações
E transformações.
É amor. É história. Ponto final. Lembrança,
Memórias que se perdem,
Vida que se renova.
Apesar do pesares. Apesar das dores,
Que as paixões se multipliquem,
Que se repitam os amores,
Não as pessoas.
Que chegue e entre. Se for ilusão, que seja breve.
Que passe e trespasse. Que se vá.
Que seja eterno o amor.
Que o tempo apague tudo que for efêmero.
Que preserve o bonito, o belo, o que
Vale a pena levar junto ao coração,
Dessa obra prima chamada vida!
Foi remando contra essa correnteza de incertezas, que me tornei mais leve. Que abandonei pesos e bagagens desnecessárias. Foi aí, que me tornei mais forte e independente, sobretudo, dependente de mim mesmo.
Havia algo mais nela, além do sorriso, da maciez da pele, da beleza exterior, do pensamento ausente. Além dos sonhos fatigados, das memórias perdidas, da efemeridade que a tornava imprevisível. Além das histórias vividas, lidas e relidas interiormente. Além das suas inconstâncias e daquela felicidade entre metamorfoses. Havia nela, uma enraizada leveza e uma latente doçura no olhar, na alma, no coração.
Entendo todos os teus silêncios, olhares perdidos e sonhos interrompidos. Entendo todas as tuas insonias, neuras e fugas. Entendo todas as tuas distâncias, diálogos internos e vontades excessivas. Bem-vindo ao meu mundo!
E continuo gostando de você, continuo te amando, continuo te esperando. Apesar dos teus silêncios intermináveis, é com você que ainda sonho. É por você que espero todas as noites.
Foi o passo mais belo, o rodopio mais bonito, olhar mágico, palavras clichês e repetidas, doce, envolvente, o gingado mais gostoso. Foi à dança mais linda. Foi tudo menos atração. Tudo menos amor.
A amizade é um sentimento tão bonito, puro, inocente, sincero e natural entre amores. Por favor, coração, não estrague tudo. Sem segundas intenções. Ok!
Se for felicidade, que chegue e fique. Faça morada. Se for amor, que seja bonito intenso e meio mágico, pois tenho andado tão carentes de risos e abraços demorados. Que soe além de uma tentativa. Além de um sonho, de uma breve ilusão, de algumas horas de prazer. Que valha a pena amar, remar, re-amar, além dessa ilha deserta chamada solidão.
Então, lembro de todas as vezes em que você tocou fundo minha alma. Dos risos, dos sonhos a dois e do prazer desmedido. Você foi o meu querer mais bonito.
Haverá outros dias. Sempre há outro dia, porque nem o amor, nem os sonhos são descartáveis. Pessoas? Passam e trespassam!
Sempre te vi com um amor além do normal, além do natural. Também nunca falei e você nunca irá saber. Aliás, não precisa saber, apenas saiba que te amo, nos meus mais íntimos sonhos, à distância, na solidão, sem alardes, sem loucuras e sem urgências. É um amor tão doce, tão bonito, tão somente meu. É amor além da imaginação. Coisas do coração.
Há coisas que acontecem assim, de repente, naturalmente, sem esperas, sem a necessidade da busca. Tudo ao seu tempo. No tempo de Deus!