Leandro M. Cortes
Talvez entendesse, talvez não. Talvez vivesse, talvez apenas desfrutasse. E foi uma relação bonita. Às vezes é amor, em outras não. E vai se tentando. Nesse tentar, são tantas as tentações. Livrai-me de todas as ciladas e tudo que possa me atrasar e travar o andar senhor. Amém!
E a desilusão vem sempre depois. Depois de uma noite. Depois daquele: Eu te amo! É como se fosse um jogo de damas, xadrez. E vai se jogando com a sorte, até a próxima rodada. Toda sorte do mundo é o que te desejo!
Então, ao ouvir pela milésima vez, alguém sussurrar baixinho: Força e coragem! Passo a entender a força desse peso, dessa dor. Mas, ele, Deus! Vem e torna tudo mais leve, suave e traz paz. Paz interior, paz ao coração e acalma essa tempestade interior. Renova e revigora minha fé uma vez mais.
E acontece naturalmente. Vai acontecer. Vai dar certo. Eu sei que vai. Basta crer. Eu creio! E você?
Ele a amava. Ela o amava. E se amavam além dos sonhos, além da compreensão. Amavam-se com a certeza do destino, do encontro entre almas, cercados pela incerteza que distanciava seus corpos. A dúvida presente, delirante e incessante, sobre seus presentes. A distância é um veneno que sufoca e mata lenta e vagarosamente o amor.
É só o tempo, o vento, brisa leve. É passageiro, coisa que passa e trespassa. E depois das exclamações e interrogações, o que fica, senão, a certeza de tudo que foi verdadeiro. O que foi louca e intensamente vivido. É só o tempo, o vento, brisa leve. É passageiro...
Filtre suas emoções, jogue fora velhos pensamentos, ilusões e se deixe abraçar, levar por novas sensações.
Que seja amor, felicidade, paz e verdadeiro é o que repito todos os dias silenciosamente aqui dentro. E aquela voz interior, sussurra: Tudo ao seu tempo. No tempo de Deus!
Vai cedendo, cedendo, cedendo, uma hora cai, desmorona esse muro interior. E nesse ceder você descobre que não era esse super-herói que imaginava ser. Dói. Aí dói mais um pouco, então você se descobre forte o suficiente para seguir em frente.
Eu te amo! Tornou-se tão clichê, superficial, fácil falar e soletrar. Tem se banalizado o sentimento, o amor. Amar é mais, bem mais que um simples: Eu te amo!
E foi só mais um sonho, só mais um amor, só mais uma história arquivada nessa ilusória biblioteca interior.
Tudo é circunstancial, o tempo, a vida, inclusive o amor. Tudo muda, se transforma, evolui e de repente o que era, deixa de ser. Pensamentos e prioridades mudam. O nós, vira nó, que logo se desata, desapega, vira solidão. De alguma forma a gente sempre sabe. Sim, a gente sempre sabe quando o fim se aproxima.
Desviei um pouco tarde demais, de repente bateu, bateu forte e meu medo era sentir demais aquela coisinha, palavrinha tão pequena, mas tão intensa e avassaladora. Como é que se chama mesmo? Dor! Isso mesmo!
Hoje acordei desejando o seu olhar, seus beijos, abraços, afagos e noites intermináveis ao seu lado. Aí, vem a realidade e joga um balde de água fria na minha face. Não passou de um desejo, de um sonho, de um devaneio, um delírio, uma loucura íntima.
Dentro de mim existe um mecanismo avassalador chamado fé! E nessa fé me refugio, revigoro, fortaleço e creio até o fim.
De vez em quando tudo que ela precisa é de alguém que acelere seu coração, desperte arrepios, calafrios e desejos reprimidos. Alguém que transforme seus dias mornos, sua rotina e seus sonhos fatigadas. Alguém que desperte-a para o prazer que é viver o amor, a vida. Um brinde ao amor!
E sempre que penso em você, me bate uma saudade de tudo que poderia ter sido e não é nem será. Você já não faz mais parte da minha história, nem dos meus dias, mas continuo te amando. É um amor diferente, um amor de quem te deseja nada mais que sorte e felicidade em suas buscas e procuras intermináveis.
Às vezes o amor é maravilhoso, assim, de longe, distante do coração. Não tenho pressa, nem em relação a você, nem em relação ao amor. Aliás, em relação a nada. Se tiver que acontecer, que aconteça naturalmente.
E te via assim, tão fria, vazia, tão superficial, tão longe, até o dia em que tropecei, cai e mergulhei fundo nesse poço que nos separava.
Bonito mesmo é o que existe além do reflexo no espelho. Essas pequenas coisas que se carrega interiormente e que não se apagam, nem borram com o tempo. Tudo que encanta o coração e não os olhos.