Layyy
De longe, talvez. Um pouco mais perto…
Quero que saibas de sua beleza.
Tuas sobrancelhas curtas e teus olhos profundos
Expostos assim,
presentes que o mundo
Não deu pra mim
Por pura mesquinhez, avareza.
Quero que saibas de tua beleza.
Teu leve sorriso e teu incontrolável choro de rizo
Me prendem, hipnose.
Tua voz… Teu corpo… Ti!
Saudose,
Tu sabes, não estranhe minha proeza.
Quero que saibas que
Mesmo não sendo eu o escolhido para te ter
Continuarei a te querer,
de longe, talvez. Um pouco mais perto…
Se não entende palavras, gestos te dirão..
Que flerto com o improvável.
Deuses não se apaixonam por nenhum toleirão.
Se eu fosse flor…
Te disfarço de comum
Mas não es
“Codinome Beija-flor”
Positivo viés
Creio que engana
Ninguém desconfia que te amo
Mas creio que engana
Desconfio, confio, reclamo
Disfarce fajuto
Quero dizer teu nome
Não quero enganar
Quero dar-te o mundo
Quero teu sobrenome
Quero muito te beijar
Ahh, se eu fosse flor…
Escrevo sobre meu mundo
Queria escrever algo além do amor
Além de você
Além da dor de não te ter
Mas se eu olho pro teto, pra tevê, ‘pruma’ flor…
Lembro de você
Tu es meu viver
Se escrevo sobre ti
Escrevo sobre meu mundo
É só esperar
A poesia não me é natural
Palavras não me habitam
Me visitam quando querem
Curta estadia
Palavras me são tímidas
Nem se dizem, nem se mostram
Mas as sinto, querendo ficar.
Creio não ser hospitaleiro
Quiçá até as pressiono demais
Se eu me deixo só, a pensar
Elas se fazem ser, eu as ouço falar.
As deixarei, elas virão, é só esperar.
Minha mão esquerda
Às vezes a vejo como galhos tortos de uma árvore
Dedos trincaram e cicatrizaram de um jeito engraçado
Ela monta acordes, desliza em meu cabelo molhado, e segura meu celular
Ela falta te tocar… toque leve, a seu rosto endereçado
Ela quase fala, mas se tivesse boca não diria nada
Eu te tocaria e ela te beijaria apaixonada.
Placar incoerente
Quero amar quem me ame
Quero amar quem me veja
Quero amar quem possa me entender
Quero amar quem tem teu nome
Quero amar quem como a ti seja
Quero amar quem eu possa entender
Tu não me amas, não me vês e nem me entende.
Tu tens teu nome, es como ti mas não te entendo.
Quatro à dois para ‘não quero te amar’.
Mas não concordo com este placar…
Primeiro amor
Eu tremia ao ouvir teu nome
Eu fugia ao te ver
Eu fiquei sozinha na escada
Não podia ficar perto de você
Agora eu sou um nada
Eu sou ninguém, ninguém me vê.
Sou a espingarda na mesa
O olho na porta, o costumeiro medo.
Ninguém entra, todos saem.
Ainda tremo, fujo e me isolo
Nem em te odiar eu me consolo
Pois volto a sentir tua falta logo cedo.
Quarto imaculado
Posso eu dormir no mesmo quarto em que um dia esteve?
Posso eu chorar de dores neste chão em que sentaste?
Me parece tão errado
Ou em meu quarto não deverias tu ter entrado
Ou deveria eu tê-lo mantido imaculado.
Sem descarados desejos e impulsos.
Que eu os releve…
Pois ainda quero-te aqui.
Se has de ler minha poesia
Não quero te assustar
Se has de ler minha poesia
Queira ser compreensivo
Pense na vergonha que me irás causar
Se uma pausa for necessária
Para que percebas que es minha sinestesia
Que es alvo desse amor atrevido
Darei-te calma temporária
Mas saibas, meu amor
Que não posso parar por muito tempo
Eu preciso desse sentimento
Eu preciso te amar, beija-flor…
E se nós nos reconhecêssemos?
E se nós nos reconhecêssemos?
Eu não paro de sonhar com isso
Uma volta no parque, um esbarro no corredor.
E se falássemos de como amadurecemos?
Falássemos doque deixamos omisso
Aposto que seria esclarecedor
Tu fostes meu melhor amigo
E meu primeiro amor
Sei que não es mais o mesmo
Quero esquecer-te, mas não consigo.
Não duvide do amor que tenho…
Sinto falta da falta de roteiro
Da espontaneidade
Da nossa amizade
De conhecer-te por inteiro
Meu Luz no fim do túnel
Meu amigo e companheiro
O melhor e maior poeteiro
Por quê quiseste dar-me um anel?
Não precisamos de altar
Tu e todos sabem que te amo
Continue a se mostrar
Quero conhecer todos os teus ramos.
Iremos nos casar
Se um dia eu te quiser preso à mim
Ainda quero ver-te livre, assim
Só não voe para longe do meu olhar…
Ledo engano
Ledo engano meu
Ao passado que me trouxe a tona
Nunca verdadeiro teu sentir
Funesto furor sinto de ti
Ledo engano meu
Pensar que te comovas
Ao ver-me louca de amor
Um pingo de compaixão seria um favor
Visto que ao meu perceber
Nunca de mim nada quis saber
Tu serias vazio de querer?
Tanto me quis que enjoou
Loucura dizer-te que te amo?
Ledo engano meu
Ledo engano
Não irei para o litoral…
Se olhássemos na mesma direção…
Eu não encararia tanto oque há dentro de mim
Não te procuraria em memórias passadas
A não ser que estivesses segurando minha mão
Mas tu não estás aqui comigo
Então continuo a caçar vestígios de ti
Pois não quero esquecer oque vivi contigo
Não irei para o litoral.
Me apoio em Renato Russo de outrora
Pois quero ser feliz, ao menos
Mas como serei sem ti, meu bem?
Não quero que o vento leve tudo embora!
Não irei para o litoral…
Bom, mas não o melhor…
Sei que não é sua função me agradar
Mas, porque não me escolheu?
Ele não te ama mais do que eu
Não queria estar em segundo lugar…
Quiça eu devesse esquecer disso
Não é bom pra ninguém
E, pensando bem
Já temos um bom compromisso…
Bom, mas não o melhor…
Guardei
Declarei-te o poema que, a ti, fiz
Pois queria guardar-te para mim
Pois Cícero, aquele infeliz
Fez-me querer-te pertinho assim.
Agora certe estás de que te amo
Oh, céus! Como isso me apavora!
Sabe que, por anos, te aclamo
Como temo perder-te de vista
Como temo ter-te à minha vista
Como temo amar-te agora…
Olhos falam mas não escutam
Olhos falam mas não escutam
Se escutassem tu saberias
Que grito ‘te amo’ ao te encarar
Tu me olhas e desvias o olhar
Olhos falam mas não escutam
Talvez deduzam pelo prolongar
E por isso desvias-me o olhar
Tu não me amas de volta…
Olhos falam mas não escutam
Ao menos os teus não querem me escutar…
Coração de Plutão
Te orbito em nona posição
Sou menor ainda que Plutão
Que deixou de ser planeta
Eu nem cheguei a ser…
Ainda consigo sentir teu calor
Mas sinto menos que o rancor
De não ser planeta
Quem não me deixou ser??
Mercúrio es teu amor
Tua paixão, teu querer
E eu sou teu Plutão
Muito, muito longe de você…
Adriano e Antínoo
Se eu morresse
Me farias um deus?
Como Adriano fez de Antínoo?
Se eu morresse
Darias meu nome a uma cidade?
Como Adriano fez para Antínoo?
Creio que não
Não quiseres ser meu amado…
Como Adriano era de Antínoo.
E eu não sou teu amante
Tua perdição de 19 anos
Como Adriano via Antínoo.
Pupila
O buraco negro do teu olho
Bem que poderia dilatar…
Se já pequeno me atrai
Maior, ah… Maior me sugaria!
Fique do tamanho do meu
Dilate ao me olhar
“Preu” saber que também me queres
Só de olhar pra tua pupila
Matando flores à toa
Todas as flores que arranquei
Disseram-me que tu me queres bem
Mas e se as flores mentem?
Se a semente mente
E se a muda não fala
Como terei certeza?
Devo confiar na natureza?
Quanto tu pareces não me querer tão bem?
Estou matando flores à toa…
Tu tens de saber
Se eu nunca disser “eu te amo”
Ainda saberás disso?
Pois deixo muito claro
E nunca deixarei omisso
Só deixarei de dizer…
Mas se um olhar diz mais
Se um gesto diz mais
Ahh, tu tens de saber!
Até cantaria versos de amor
Se escutasse-me…
E se eu pudesse
Dizer-te ‘segredos de liquidificador’
Mas tens por mim amor de amigo
E dói tanto meu coração
Querer-te de montão
E não ter-te comigo…