LaylaPeres

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Mas sabe, eu sei que não faço por querer. Porque é só o meu jeito, mas eu amo você. Sendo torto, diferente, estranho de todos os tipos, eu amo. E naquela tarde, quando você foi embora, eu não olhei para trás, porque o medo de você ir e nunca mais voltar foi maior. O medo de você partir para sempre e me deixar.
Mesmo que apartir de hoje eu tenha que aprender a viver sem teu jeito seco quando faço alguma coisa que não te agrada. Mesmo que eu tenha que aprender a viver sem você, por favor, não aprenda a viver sem mim.

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Nem mais uma lágrima por esse amor, e assim foi feito. Claro, que quando eu lembro ou vejo, o coração amolece, meu corpo treme, os olhos enchem d'água mas não caí uma lágrima, vai ver porque ainda tenho tudo tão sonhado. Eu e a minha chata mania de planejar o futuro, eu e a minha péssima mania de sofrer por uma morte a séculos, junto com ele está meu lamento de toda uma vida. Porque eu sei que é puro drama e no final desse texto eu vou me arrepender. E de novo isso? Hoje eu fiquei tão feliz, me falaram hoje que eu não comento mais sobre você mas isso ao mesmo tempo me deixou tão triste. Poxa, o grande amor ir embora e eu não me despedi. Não disse um Adeus, muito menos um Até Logo. Mas parece que eu disse em silêncio um Até Nunca Mais. Sem tristeza no final, sorri e fui. Fui, procurei sol, luz. Já não tinha mais forças e insisti até quando eu pude.Mas aí, eu não vou ter mais 16 anos e muito menos, 15. Então, o amor foi se perdendo, mas eu ainda queria dividir cada dor sua comigo. Queria te ajudar nos momentos tão chatos, mas você ignorou esse tempo todo. Ainda não quero me vingar, muito menos, me achar foda demais para te esnobar. E eu não quero esquecer, eu ainda acredito em um segundo tempo ou algo assim. Eu não quero dar a volta por cima nessa história. Só quero fingir que ainda sou anônima. Que sou a Layla de antes e acabou. Fim de história.

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Não! Não tem fim de história para isso, é reticências totalmente. Deixei assim, assim ficará. Daqui uns anos, eu ainda vou saber que isso não passou. Porque querendo ou não, ficou pra sempre comigo. Principalmente a minha falta de capacidade de tentar realmente parar de me enganar e ser feliz. Erguer a cabeça e ir. Seja lá como for. Mas eu não quero fazer isso. E por que sempre isso acontece quando eu acho que finalmente houve um ponto final para tudo? Por que eu acho finalmente que me vi livre disso tudo? Por que? Por que eu não posso me apaixonar por aquele futuro dentista? ou então, por que eu não posso respirar livre sem ter a impressão que nada está bem? Seja feita a tua vontade.Seja feita a tua vontade tosca e inútil. Seja isso.

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E na noite, tem festa, respiro fundo e vou. Subo no salto, vejo as pessoas por cima, sorrio, aceno, faço a simpática e deito nas costas do meu amigo, e a gente ri de coisas que não há mais sentido, a bebida já faz o efeito, como se a gente fosse um casal. Mas não tem nada de casal, eu resolvo ligar e dizer meias palavras idiotas, mas o que eu consigo é apenas desligar o celular e fingir que está tudo bem, que eu nem sinto mais minhas pernas doerem. Porque não sei mais se dói o coração, a angústia ou as minhas pernas. E chegando em casa, depois da festa, das meias-palavras, das bebidas. Eu durmo e consigo realmente sonhar, que é o único lugar fixo a você. Que ninguém atrapalha, ninguém interrompe, ninguém some, que lá, talvez sim, talvez seja para sempre.

Amores platônicos não vão ter mais graça depois que ele se foi, amores reais são tão incompletos para mim, amores passados ficam por lá. Só quero esquecer e respirar com o coração limpo, não quero mais cobranças de quem eu deveria amar e nem planejar de quem um dia eu vou amar realmente, porque se eu planejar eu o amarei para sempre, como eu fiz com você uma vez. Mas no fim das contas, eu queria mesmo é deitar na minha cama e me cobrir com o meu edredon de estampa de zebra, mesmo com o calor, mas assim, estaria fugindo de um mundo que eu não quero mais participar. Não quero mais me apaixonar só para poder escrever um texto qualquer, não quero mais isso para me sentir viva, sou quase uma maior de idade e amores platônicos são para adolescentes de quatorze anos. Mas vou te confessar uma coisa, ainda sinto nostalgia, uma saudade, um vazio ao lembrar de tudo que eu já passei.

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Com dezessete, preciso me preparar a aceitar que você é imaginário, que na minha cabeça você ainda é tudo para mim, mas fora disso, você continua bem com a sua vida tão perfeita como você sempre quis.

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Desculpa se eu me atrevi e refiz um texto sobre você, comecei um texto de menina com dezessete e me sinto aos quatorze anos, como se eu tivesse descobrindo o valor que o amor platônico tem para minha vida.

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E acabo de descobrir que por mais que eu tente evitar, o amor real, chega e aquele, aquele meu amor platônico que respiro a falta da existência dele comigo é impossível negar que eu não consigo esquecer. Porque não será o fim de algo intenso e tão bonito para mim. Seria o fim da negação, o fim da minha teimosia de evitar a vida.

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Eu sofri demais, ri demais do que passou e a angústia ainda continua demais e culpei mo mundo pela tamanha desilusão que eu havia sofrido um dia, quis jogar todo mundo medo de amar que eu senti um dia, um medo e a ilusão que um dia eu tive. Mas culpar o mundo e derramar a ele todas as minhas dores não foi a solução, acabei me iludindo mais e mais sendo tão superficial e me fazendo pouco a pouco de insensível.

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Tenho coração, tenho uma mente fértil até demais e um jeito de menina-arrogante-depressiva-mimada, mas foi só o meu jeito. Não aceito quem me diga "não", não quero nada por cima, quero algo intenso que me faça rir olhando para os pés do meu professor de biologia, que me faça sentir que tudo pode valer a pena (mesmo quando a alma é pequena, como a minha).

Eu culpei o mundo, quis sumir, quis evaporar, pegar um avião para Bagdá ou algum país distante da minha realidade e ir, mas fugir também não é a melhor coisa a se fazer, os problemas não são adiados só porque você sente medo ou sente dor, isso foi o mais importante que eu entendi. Claro, que hoje, com dezessete anos bem vividos, digamos de passagem, eu queria ele do meu lado, para me fazer rir ou pra me deixar mais mimada, mas não é assim.

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Eu com dezessete anos, tenho uns amores platônicos pra lá, uns amores estanhos pra cá, mas não é culpa do mundo, é a minha grande culpa de imaginar coisas que nunca vão ser, de querer coisas tão impossíveis a mim. Mesmo que eu ouça histórias de amores grandes, a vida precisa continuar.

Não adianta comparar as dores, porque dor em si é uma grande dor, isso pode até parecer confuso, mas não tem outra maneira de explicar. Claro, existem dores piores, grandes, pequenas, dores que não importam os meses, anos, dias de chuva, sol, praia, novo namorado, mas ela vai está lá, te fazendo a compania até você enjoar dela e parar de tanta estupidez.

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Tenho que aprender, a vida não é algo que você pode controlar a qualquer momento, tudo há uma grande diferença de interesses, e mais uma vez, a vida deu uma grande volta mas acabei me sentindo como antes, um lixo em pessoa, uma tristeza que não se acaba e eu consigo acabar com isso.

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Choro porque me sinto sozinha, choro porque fiz todo mundo se afastar de mim, choro escrevendo esse texto, choro porque meu cachorro tá meio doentinho, choro porque deveria aliviar as minhas dores, choro porque eu queria que ele me desse um feliz aniversário decente, choro porque acho a cor do meu bonito, choro porque penso que vai aliviar todas as minhas dores que possa existir, mas não alivia, só cria em mim um nó na garganta muito grande e não passa.

Minha vontade é a única, dormir. Assim, eu paro com essa vontade de chorar, dormir doze horas, mas eu não consigo dormir doze horas, não tenho quase sono. Mas eu resolvi ser feliz antes, esquecer essa dor de lado e ir em frente, custe o que fosse, mas não levei essa promessa até o fim. Ela chegou de novo, mas sem motivo algum, e se for meu momento TPM se aproximando? Mas e se for dor realmente? Como que eu vou conseguir me curar de tudo isso? Por que eu não posso colocar uma sandália melissa nos pés, uma bolsa, um óculos escuros e ser feliz? É, tem razão, esqueci que felicidade não vem com sandália, nem com bolsa, nem com óculos. Mas aí a vontade de abraçar alguém e chorar como se tivesse perdido algo tão imenso e significativo é maior que tudo, opa, segura o choro, respira, inspira.

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Mas o que me resta é continuar fingindo que eu tenho um mundo tão perfeito que não me importo com os outros, porque sou egoísta demais e que tudo é verdadeiro, até mesmo a minha grande vontade de sumir por aí e nunca mais dar notícias a ninguém. Uma verdadeira dor misturada com um verdadeiro vazio e o resultado, bom, o resultado não preciso nem dizer, não é?

Meus sonhos de quando eu tinha dezesseis, ou quinze, não mudaram muito. Chegaram novas pessoas em minha vida e muitas delas sairam, sem ao menos dizer adeus correndo, vai ver que nem foi amizade ou amor. Com dezessete anos, eu quero aprender a ter menos ilusão, não deixar para amanhã o que eu posso fazer hoje (menos trabalho de escola), queria apenas aprender a viver do jeito certo, se é que tem alguma explicação para ser deixada pra trás.

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Aprendi nesse dezessete anos a sofrer, aprender a me calar e a me perdoar. Me perdoar por ter dado o perdão a quem não merecia, aprendi me perdoar por muitas vezes ter colocado tudo a perder e vou me perdoar até o necessário pelas vezes que amei e ele nunca pode me corresponder. Mas também, desde pequena aprendi a lidar com a perda, mas não sabia que ia doer tanto a ausência de longos anos, hoje me emociono muito a escrever esse texto, porque eu pensei que ia ter algumas pessoas comigo e foi ao contrário, elas se foram para o infinito e eu tenho a consciência que eles nunca mais vão me ligar e dizer que me ama e que me espera para a próxima férias, aprendi a conviver com o luto a cada dia, com dois pedaços de mim, que eram lindos por sinal, mortos. Mas não há que a arrepender nesse tempo. Eu amei sem freios, sem limites, sofri também, sem freios e sem limites.

Me matam a cada dia por escrever um texto depressivo e contemplando um amor das antigas que não deu certo e fim de história. Mas como eu começo a escrever um texto alegre com frases divertidas e animadas? Como eu vou viver uma coisa na realidade eu não sou. Eu tenho amigos, certo. Tenho chocolate da cacau show para diminuir minha carência, certo. Tenho cachorros para poder me distrair, mais certo ainda. E tenho um homem que realmente gosta de mim. Mas não me sinto feliz, que bosta de vida que é essa? O que mais falta para me sentir segura e resolvida com o meu mundinho rídiculo que existe só na minha cabeça? O que mais falta para acontecer?

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Afastei todos de mim, afastei e levei ao vento cada lembrança, cada frase, cada abraço que se fez silêncio ao longo desses poucos anos que tudo resolveu dar uma volta no destino. Não queria mais sentir falta de algo que já é morto a tanto tempo, nem queria lembrar de algo que já foi fechado e aberto várias vezes até que chegasse nesse ponto único. O inevitável fim. Fim de uma vida, fim de vontade de qualquer coisa.

Não quero mais emagrecer e nem ter os meus surtos, não quero mais fingir que sou social sabendo que eu sou uma uma anti-social de categoria elevada. Não quero mais fingir que está tudo bem, porque não está tudo bem. É vazio, é solidão. Poucos amigos sobraram. Amigos... Não sei mais nem o que quer dizer isso. Amores então, piorou. Mal sei o que é realmente me entregar completamente sem pensar no passado pesado e feio.

Morte não é apenas morte. É solidão, desespero, angústia, e a vontade de chorar ou de se enfiar em algum buraco que não faça sentir mais nada.

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Esqueci minha mágoas, meus sonhos e o amor imenso será jogado ao mar. Acaba por aqui - E num rápido movimento o menina some da vista daquele seu grande amor. E se afogou com as ondas, ela se foi, foi com os sonhos guardados, os sonhos não realizados, e o mar levou, levou a vida.

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- O amor poderia ser igual uma sandália melissa nos pés, quando o pé começasse a doer ou a incomodar,iriamos jogar ela em algum canto e nunca mais usar, não é? Mas não pode ser assim. - Disse aquela menina bizarra
- Poderia sim, poderia ser como um esmalte, que se a gente não gostasse da cor, apenas molhariamos o algodão num removedor de esmaltes e acabou amor - Prosseguiu uma outra menina.
- Mas na vida, o que eu aprendi foi que o amor não é algo que sempre pode controlar, por cedo ou tarde tudo invade, as pessoas que foram mortas por você, voltam. Os amores passados só lembram o sofrimento, o amor recente carrega o peso da palavra "Se". Os amores inesquecíveis sempre são comparados com os novos amores que acabam chegando. - Continuou a menina bizarra com a sua teoria mais bizarra ainda -
- Se? Explique mais um pouco sobre isso - A sua amiga pediu.
- Se a gente nunca vai dar certo, se eu amo ele realmente, se eu pudesse aquele lá de volta. Mas aí, o que vem na cabeça é desistir, tirar o time de campo e nunca mais querer sair de casa, mesmo aprendido a sofrer cada parte do seu corpo. Como se tudo fosse decorativo e o final é prático, e se resume em uma palavra . - A menina bizarra com a sua teoria bizarra havia ter sofrido tanto assim?
- E qual palavra se resume? - Sua amiga mostrava interesse, pois como nunca havia sofrido, queria saber como era.
- Eu sofro, uma palavra fácil e prática. - A menina bizarra agora demonstrava tristeza no seu olhar vazio.
- Por que tem esse olhar tão triste, menina bizarra?
- Porque eu não quero mais viver, entende? A vida pra mim é triste, não tem cor, não tem nem um amor decente para mim. Queria afundar minha cabeça no travesseiro e morrer lá, quietinha, sem ninguém encher o saco - Continuou a menina bizarra - É só isso - E continuou com um solução.
- Oh, não chore! - Disse a outra amiga interessada no assunto - É triste sofrer?
- Triste? É apavorante! Você não se sente mais vontade de nada e sempre se lembra daqueles que já se foram um dia e que prometeram que iriam voltar.
- E por que você sempre diz de coisas que morreram? - Terminou a amiga -
- Porque eles me levaram junto, agora, só sobre o corpo, mas a alma foi levada a tempo - A menina bizarra em vez de chorar, abriu um sorriso - E talvez, assim seja melhor -
- Espera, pra onde você está indo? - Disse a amiga -
- Procurar os que se foram com a minha alma, quer ir junto? - A menina estranha abriu um sorriso forte -
- Tenho medo - Terminou a amiga.
- Então, eu vou - disse jogando seu corpo para trás da janela e num salto, viu todos os rostos preferidos, todos os sonhos desfeitos e o principal, ela finalmente conseguiu ver o rosto que ela tanto amava, o rosto dele.
- Pobre menina! - Disse sua amiga, saindo de sua casa e olhando o corpo, da menina bizarra atirada ao chão, com um machucado na cabeça e com um sorriso no seu rosto.