Laécio Malta

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O homem é como um pássaro, além de poder voar, pode encantar outros homens com o seu voo e estimulá-los a também voar.

Por um momento pensei que tê-la fosse a minha alegria, mas ao voltar para dentro de mim, percebi o quão feliz eu seria se eu não a tivesse, por que o prazer não estava em tê-la, mas, em amá-la, e nisso consiste o amar, que é a alegria suprema em si!

Em defesa dos espinhos

Sois a Rosa eu admito
Tens perfume a se propagar no vento
Tom marcante sempre intenso
A todos encanta traz contento
Sois macia, calma e fria.
Teu movimento delicado
Traços leves e continuados
A presenciar beijos e abraços

Sim! Reconheço tua realeza
Mas creio firmemente e com certeza
Tu sem mim, não tens defesa
Livro-te de toda malvadeza
Que venha a ferir tua beleza

Mas tu, ao permitir que eu em ti não mais esteja
Quando retirado, minhas marcas profundas
Por ti e em todo teu corpo, por longos tempos.
Faço com que permaneçam

Sou o espinho,
Que por lamentar com tais queixas
Só deseja que ao observar as marcas veja
O quão grande é o amor que há em mim
Que ainda, que separado de ti eu esteja.
Minha presença em ti
Marca profunda deixa...

Amar...
Eu te busco, e não permites que por mim sejas buscada.
Eu te chamo, e não permites que por mim sejas chamada.
Eu te entendo, e não permites que por mim sejas entendida.
Eu te admiro, e não permites que por mim sejas admirada.
Eu te procuro, e não permites que por mim sejas procurada.
Eu te desejo, e não permites que por mim sejas desejada.
Eu te sinto, e não permites que por mim sejas sentida.
Eu te amo, e não permites que por mim sejas amada.
Ah se tu permitisses,
Que eu te buscasse
Que eu te chamasse
Que eu te entendesse
Que eu te admirasse
Que eu te procurasse
Que eu te desejasse
Que eu te sentisse
Que eu te amasse.
E que tu me buscasse
E que tu me chamasse
E que tu me entendesse
E que tu me admirasse
E que tu me procurasse
E que tu me desejasse
E que tu me sentisse
E que tu me amasse
Assim meu amor,
Nós nos buscaríamos
Nós nos chamaríamos
Nós nos entenderíamos
Nós nos admiraríamos
Nós nos procuraríamos
Nós nos desejaríamos
Nós nos sentiríamos
Nós nos amaríamos.
E meu coração não suportaria o amor que eu tenho por ti, o amor que tu tivesses por mim, e o amor que nós tivéssemos um pelo outro, mas, como não sei se isso ocorrerá, continuarei
A te buscar
A te chamar
A te entender
A te admirar
A te procurar
A te desejar
A te sentir
A te Amar.

E por um momento toda razão isentou-se de nós, causando-nos uma imensa alegria, abriu-se os nossos olhos, secou-se a boca, atraiam-se os lábios, o coração acelerava, e já não nos percebíamos enquanto dois, éramos apenas Um. Um só amar com a mesma intensidade sobre nós...

Certo dia perguntaram-me, Qual seria a virtude dos amantes? O esquecimento, respondi! Os amantes vivem como loucos, mergulhados no esquecimento. Quando miram seus olhos em alguém que faz seu coração acelerar, põe-se logo a poetizar a vida e o amor. Escrevem longas cartas, e nelas transbordam todos os seus mais profundos desejos e sentidos... E chegando o grande momento... Leva o pássaro amigo a carta e nela contido os versos que presos como nó na garganta, apenas podem ser traduzidos e expressos através do bailar das letras no papel. Chega então às mãos da amada. E no silêncio da noite, sob a solidão da lua, lhe anuncia o arauto de Vênus a correspondência não esperada. As estrelas são testemunhas da melancolia... Por um instante o amante sente como que uma dor rasgante no peito, em seguida ergue-se, sorri, se despede das paixões vividas, e por entre dias e mais dias apaixona-se novamente...

Ainda que nossos lábios não se encontrem, nosso olhar silencioso diminui a distância entre nossa boca, e por longo tempo nosso pensamento nos faz sentir as mais profundas sensações do beijo...

O imprevisível Amar

Por ventura escolhem os corações a quem amar?
Não seriam estes insondáveis e imprevisíveis?
Abre-se, pois, e te entrega num constante Amar
Amar e ser amado
Amar sem ser amado
Amar e ser lançado na incerteza do Amor
Amar ainda que sem o Amor
Enfim, Amar ...