L. S. Dias

Muito mais interessante provocar os sentidos do que fazer sentido.

Laços frágeis somos nós.

Já não mais nos inspiramos. Nós expiramos.

Eu, que só respiro o que me inspira. Eu só transpiro o que suspira.

Nos guardamos em nós. Nos aguardamos a sós.

Meia-noite
À meia luz
Me desenha
Me desdenha

E ao toque
Do seu traço
Me disfarço
Me desfaço.

É sempre essa
chuva de calma
embalando o surto noturno,
o sono soturno.

Morna como esse
nosso presente deserto,
nosso ausente, incerto,
não realizado futuro.