Keyla Débora

E porque não vens? Ando ansiosa por sua presença.
Quero esconder-me em teus braços, como em várias noites fiz.
Venha, venha suave como sempre me parece e bruto como realmente és.
Já se faz tarde, o orvalho me molha o rosto, junto com ele, a madrugada me consome os olhos, a espera do brilho que só você consegue me dá.
Venha, a carne treme e nada mais me vem, a não ser a ária que teu nome me lembra.
Venha e relaxa o corpo meu, também teu.
Me toma em teus laços, Morfeu...

... E não queria me incomodar, mas o vazio deixado nubla minhas noites escuras, e você levou o que me clareava, me guiava, levou em seu rosto meu lampião - Teu sorriso.

Sempre siga o conselho de quem não quer mais estar perto de você: CUIDE-SE.

As batidas de meu coração e o meu pensamento, agem como em salto sincronizado, sempre mergulham em você.

E na mesma cadência de uma sinfonia, meu sonhar e o meu querer, regidos sob a batuta de minh'alma, sempre tocam por você.

Amo por que existo, sonho e quero tocar.
Amo como quem se joga em um salto livre, sem paraquedas.
Sabendo que esse sentimento me fará tal e qual a um albatroz.

Conheço tuas mil face, teus mil lados e todos eles me enfeitiçam.
As tuas muitas formas de olhar: Uma quando acha que alguém é idiota, outra quando tem certeza disto, quando estás feliz, quando estás com vergonha de sentir uma emoção, outra quando de fato estás emocionado, uma sarcástica, uma com raiva, outra decepcionado e a mais interessante, quando prepara-se pra comer o que mais gosta. Sempre o observo, assim como faz uma criança que na noite de natal encontra com o Papai Noel provando seus biscoitos, deslumbrada.
E se acha que isso é estar apaixonada, te digo: não, não ESTOU apaixonada e sim, eu SOU apaixonada.

E em meios ás brincadeiras, sarcasmos, ironias, sempre esperamos que alguém entenda o que realmente tentamos dizer;o que de fato se passa em nossa alma. Esperamos que compreendam toda nossa verdade. A dor do SÓ.

Senti teu toque, o calor de sua pele, o cheiro mesclado de teu hálito.
E mergulhei no teu perfume, único entre todos os seres.
Estavas lindo, como de costume.
Alegre, sorriso largo e barulhento, mas com um fio de tristeza no olhar.
Pra deixá-lo ainda mais instigante, envolvente.
Deita-te ao meu lado, quero sentir o perfume de seus cabelos, me disse.
Teu gosto, misturado aos da noite me acalma, beija-me, pediu.
Mandou-me calar, pois apenas minha respiração querias ouvir.
Apenas meus olhos, já borrados do escuro do lápis, querias ver.
Como um feitor de escravos, me tomou.
Foi como nada menos que um pot-pourri de masculinidade, virilidade, candura, beleza e satisfação.

Alegria, risos, brilho nos olhos, "amigos", festas, encontros, bebidas, noites, cantos, luzes, perfumes são apenas ilusões, disfarces pra maquiar o meu vazio e camuflar minha solidão.

A melhor coisa que podes fazer diante de uma Tentação é render-se a ela, pois nunca se sabe quando, ou se baterá novamente em sua porta.

E muito pouco ou quase nada adianta me esconder na noite, nos risos, na fumaça do cigarro, até mesmo, dentro de um copo; Quando tudo isso ressoa, ainda mais o Eco do meu choro.

Sempre embriagada SOU, Por amores, por cores, por dores, e sem maestria, na maresia, na poesia , que nunca findam ou começam antes do meio dia. E com louvor, me deixam atinar em ressaca, as decisões, emoções, as paixões. E sempre entre um sorver e outro que me embebeço, enlouqueço, amadureço

Só queria estar bem perto,
E perto em demasia, com a certeza que não mais sofreria.
Só queria ser um anjo.
E que fosse poupada deste trabalho hercúleo, que é manter-ma longe.
É , eu poderia ser um anjo.

Ah! Impiedoso mundo!! que mesmo com tantos adjetivos seculares, únicos e celestiais , ainda te faça penar.
Quando que o indiscutível seria dispô-la em um altar
Para os que luz buscassem fossem a ti admirar.

Da precisão
da distancia
à necessidade
do estar
Das notas do perfume raro,
ao esmero pelo gosto caro.
Da linda e casta essência
à pouca experiência.
Do cheiro que fala
ao toque que cala.
Da lágrima que cai
à uma dor que se vai.
Reciclam-se carnes...
E do sopro que te acalmas
o penar destas mesmas almas,
mesma história,
mesmo sentir
mesma glória
à espera do porvir
mesmo querer
de um novo sofrer
resta-nos um outro nascer.

Esse cheiro de saudade
Esse aceno de adeus
Aspirando a novidade
Choram alto, os sonhos meus

Esse novo de novo me envolve
Que ronda, exige e põe a prova
Desistir, agora, não resolve
Tal ao pecado que te leva à cova

Impiedoso, te cobra atitude
outro mundo, outros planos
E todos com uma vida amiúde
que erram e pecam como profanos

Se não posso opinar, nem escolher
Se não posso mudar, nem retrucar
Pois que aconteça o que tem que acontecer
Só não prometo aceitar sem doer, nem chorar.

Oh! a incessante labuta dos poetas, despejando todos seus sentimentos para dentro de almas pela ínfima abertura de três milímetro de íris.

É noite...
E este mundo se move como se fosse empurrado por uma terrível força, a uma velocidade incrível. Embora seja impercebível na escuridão, tive uma estranha intuição. A de que estaria sendo guiada para a dor. Ninguém mais parecia perceber .
Eu estava consciente de minha solidão. Poderia permanecer ali, inerte.
Certa da minha insensatez, e considerar-me-ia uma rainha deste longo espaço infinito, se não fosse a torturas lacerantes de meus contínuos sonhos reais, que me lembram às minhas vidas.

E O SOL NÃO SAIU DA COR QUE EU ESPEREI...
mas, da cor que meus olhos suportaria.
E a canção que queria ouvir, não tocou...
e sim a que aos meus ouvidos não feria.
E o alguém com quem quis estar, não estive...
Porém, com quem me agradaria.
E meu coração não saltou como queria...
Apenas como de costume, não parou, nem sorria.

Gostaria de ter visto os verdadeiros olhos antes de tornarem-se falsos.
Não queria ter sido corrompida pela dureza da alma.

Sabe aquela musica?
Aah, como desejei tê-la escrito pra você. E te ver cerrar os olhos ao ouvi-la e errar ao cantá-la. Mas, feliz ao senti-la

Dentre tantas estrelas que me iluminam e clareiam meu caminho, logo a "MOR" veio me cegar.

Tentando camuflar-se
Finge ser igual a tantos outros,
Pra disfarçar o vazio que lhe corrói.
Entre fumaças, copos e galanteios,
Se ilude, se engana e se decepciona
Nem mesmo as músicas,
Aquelas das quais mais gosta,
Às que te fazem um meio-poeta musical,
Conseguiram por um arco-íris em seu sorriso amarelo,
Nem tampouco maquiar seu coração abarrotado de porquês.

O importante é sempre saber seu lugar e suas possibilidades. Resta entender, apenas ,que seu lugar é o universo e que suas possibilidades são infinitas.