Ket Antonio
Por que quando estamos "naqueles dias imprestáveis" usamos o condicionador no lugar no shampoo, colocamos roupas do avesso, adoçamos o café com sal, trombamos com as paredes e móveis, deixamos tudo cair das mãos, abaixamos pra pegar e deixamos cair de novo, choramos quando queremos brigar e brigamos quando queremos conversar?
Pensam que é fácil ser mulher? Não respondam!
SOU BELA, RECATADA E DO LAR!
SOU NATURALMENTE BELA... Amo-me como sou, mesmo não me achando perfeita. Nunca fui escrava da beleza, de frequentar academias, de ficar me analisando no espelho e fazendo selfies o dia inteiro. Não tenho cirurgias plásticas, tintura no cabelo, lente colorida; odeio maquiagem e exercícios localizados. A genética me favoreceu e - até o momento - me alimento de tudo sem muito engordar ou prejudicar minha saúde. Não me considero vaidosa, somente o suficiente para me sentir confortável, pois me cuido para me sentir bem e não para ser admirada. Odeio me preocupar com decotes em que preciso tapar com a mão para me curvar, saias curtas e justas em que eu tenho que ficar puxando enquanto eu ando ou cada vez que me sento, roupas transparentes demais ou agarradas demais que mostre ou marque cada detalhe do meu corpo. O fato de eu não ser vaidosa não significa que eu seja relaxada, do tipo que usa saia até o pé e camisas de mangas pra não ter que depilar as pernas e as axilas usando a desculpa de que a religião não permite. Amo perfume, mas não para substituir a higiene. Minhas roupas não são de marca, mas tem marca de patas e pelos de cachorros, é só lavar que sai... Acredito que a beleza está em não precisar ficar se enfeitando muito para ter que desmontar tudo na hora de dormir e acordar alguém irreconhecível.
SOU MODERADAMENTE RECATADA... Moderadamente porque não sou santinha e nem tenho a pretensão de ser, pois não levo jeito para ser hipócrita. Já fui sim meio porra-louca (ops, soltei um palavrão), na minha época de solteirice e juventude, fase em que nada nos intimida, amedronta e que não medimos muito as consequências dos nossos atos. Fazemos protestos por causas patéticas (e achamos bonito), nos revoltamos por idiotices, fazendo coisas que não resolvem os velhos problemas e ainda acrescentam novos. Já me importei demais com a aprovação e aceitação dos outros. Já fiz coisas para chamar a atenção e atrair admiração. Já experimentei coisas, por revolta ou mesmo curiosidade, buscando nelas um modo de ser quem eu nunca fui ou seria por causa de uma ilusória insatisfação de ser quem eu era. Eu já quis ser o que quisesse, quanto e até quando quisesse. Já quis ser o centro e o motivo das atenções. Já quis ser ouvida, falando o que vinha na cabeça e nos moldes do “doa a quem doer”. Enfim, poderia dizer que aproveitei bem tudo o que pude na juventude e solteirice, e que só me arrependo das coisas que não fiz. Já pensei assim, no entanto não penso mais. Hoje me dou ao “luxo” de ser mais recatada (no sentido de me resguardar, ser cautelosa, ponderada, criteriosa); e não só porque sou casada, mas principalmente porque ser porra-louca não me fez feliz. (Ops, falei palavrão de novo). O que ganhei sendo assim? O vício do cigarro, algumas decepções amorosas, relações oportunistas e rasas, olhares desejosos (outros invejosos e outros raivosos), noites sem dormir chorando ou “amando” quem não merecia, prazeres momentâneos de risos fáceis, fúteis e inúteis. Arrependo-me da maioria das coisas que já fiz e o que me conforta um pouco hoje é ter aprendido algumas lições, ainda que na dor, e ter tido a chance de corrigir algumas coisas sem me prejudicar ainda mais. O bom em conseguir se arrepender das coisas (e deixar de praticá-las) é ter a convicção de que não somos psicopatas, o que é um alívio! Na verdade, a ideia de prejudicar os outros sempre me incomodou e toda a minha porra-louquice prejudicou apenas a mim. (Cacete, falei palavrão mais uma vez)... Bom, eu disse que sou recatada e não santa, ok?).
SOU OPCIONALMENTE DO LAR... Fui criada pra casar, mas não tive casamento planejado e nem fui dada através de dote num casamento de conveniência. Ainda bem que algumas coisas melhoram com o tempo e o casamento por amor foi finalmente admitido (mesmo nas famílias nobres, ainda que alguns se utilizem de chantagem ameaçando deserdar filhos desprendidos de status). Fui educada pro casamento - por amor - com um homem de bem, direito, responsável, respeitoso... Enfim, atributos automáticos de quem ama... Na verdade o que minha mãe me aconselhava era casar por amor e de preferência com alguém que me quisesse como esposa pelo mesmo motivo, pois ela queria me ver uma mulher realizada. Mas paralelamente, ela me incentivava a estudar, trabalhar e buscar minha independência e realização pessoal. Muito sábia minha mãe! No entanto, nasci numa geração em que a sociedade jovem já pedia por mudanças... As meninas já não aceitavam mais serem as “Amélias”; e os meninos, quando não “saiam do armário”, exigiam dividir a conta e não abriam mais a porta do carro, afinal, as mulheres estavam ficando cada vez mais “independentes” e cada vez menos “românticas” (quando não eram interesseiras e preferiam joias em vez de flores ou caixa de bombons). E eu cresci nessa geração meio doida, sempre ficava dividida entre conservar tradições ou me livrar delas aceitando novos valores. Como ser alguém normal? Sobrevivi, tive uma boa educação em casa, me formei, trabalhei bastante (ainda trabalho) e me tornei uma mulher com muita bagagem e maturidade precoce, apesar de não parecer pra quem vê esse meu rostinho "de 15" e não conhece minha história. No entanto, meu maior sonho sempre foi o de constituir uma família. E após diversas tentativas frustradas, pude finalmente conhecer o amor. Sim hoje eu sei o que é o amor e tenho certeza de que não foi nada daquilo que vivi antes (pena ter demorado tanto para conhecê-lo). Casei-me, da forma moderninha que já está batida (juntando as escovas de dente), com um homem que não é rico e não me dá joias, porém me proporciona o que de mais precioso pode haver numa relação. Entendi o significado de ser esposa, que não é o de andar atrás (à sombra do marido), nem tampouco à frente, e sim ao lado. Tive a sorte de ter como esposo um amigo, um parceiro, um cavalheiro que faz questão e se sente honrado em ser o provedor do lar e um homem de família. Não me proíbe de trabalhar, mas tenta me proteger de ter que enfrentar estresses e aborrecimentos, seja de condução lotada, trânsito, ou de passar mais de oito horas na rua aguentando pressões externas e principalmente sem valer o esforço; tendo inclusive de lidar com o fato de que neste país talento e capacidade é o que menos importa e não enriquece ninguém. Ele me deixa a vontade para escolher, pensar, agir e fazemos isso sempre juntos... Mas tenho ciência de que a cada escolha há uma renúncia e definitivamente não quero correr o risco de sacrificar meu casamento, pois sei como é difícil chegar bem em casa depois de um dia cansativo na rua e não ter a mãe pra fazer a janta e colocar comida no seu prato. Então, sou do lar sim! Um lar de amor, paz, companheirismo, respeito, onde um não faz nada sem a aprovação do outro, onde um conhece muito bem o outro, onde um coopera com o outro e ambos trabalham juntos em prol do bom funcionamento desse lar. Um lar acima de tudo cristão no qual o Senhor habita, tendo como projeto perfeito de Deus a união da uma só carne em que um é dependente (e suficiente) ao outro e ambos de Deus.
Casamento não é negócio. Não é sociedade em que o contrato permanece enquanto se tem dinheiro ou estoque. Não foi feito pra ser “eterno enquanto dure”. Não se sustenta dos “ismos” do machismo e feminismo, ou qualquer outro fanatismo em que a motivação seja o “EU” e não o “NÓS”. Se não for um pelo outro e ambos pelo lar, melhor não casar.
Ass: uma esposa, com orgulho!
Resumo de uma grande aula neste domingo (24/04/16) em que o "intelectual" da esquerda Zé de Abreu lecionou, de forma serena e coerente, nesta "mídia golpista e manipuladora de gado" chamada Rede Globo:
1- Se você agredir uma pessoa que "do nada e sorrateiramente planejou" te irritar, você é considerado automaticamente inocente... O lance do "quem agride perde a razão" é coisa do passado!
(mulheres muito cuidado ao irritar seus maridos)
2- Se qualquer pessoa cuspir em você, será considerado injúria, crime previsto no art. 140 do Código Penal... Exceto se for um petista, pois daí seria legítima defesa; atitude impensada, de alguém que possivelmente não seja ele, apesar de ter sido.
3- Jamais se arrependa das atitudes intolerantes e criminosas que por acaso pratique. Arrependimento é para os fracos, covardes e em nada enaltece.
4- Sempre, em qualquer circunstância, tenha razão. Mesmo não tendo.
5- Lute pela democracia, impondo seus ideais antidemocráticos aos que não concordam. Mas se preciso for, converse.
Parabéns pela "sabedoria" Zé de Abreu! Atitude exemplar, de total tolerância e puro amor! Petistas até largaram os livros de história do Che para finalmente assistirem a Globo. Graças a você, a partir de agora o Faustão será incluído na lista dos companheiros de luta contra o capitalismo opressor de elite branca e fascista.
Quando decidi colocar Deus na minha vida, não precisei mais ir buscá-Lo em lugar algum, apenas dentro de mim.
Pois entendi que a igreja sou eu quando compartilho do Evangelho com o outro... Quando amo a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a mim mesmo, quando deixo o Espírito Santo agir por mim, quando faço de Jesus o único Senhor da minha vida, estou sendo igreja independente de onde ou com quem eu esteja... Pois igreja não é feita de tijolos e sim de corações.
Enquanto nosso país for do "pão e circo", a educação nunca será prioridade.
A educação virou um sonho distante... Quase não escutamos mais as pessoas bradando e lutando por ela como lutam - se preciso usando a força - pela tal da democracia.
Eu não sei qual o problema de o ministério da cultura estar acoplado ao da educação quando os dois teriam a mesma função e o mesmo propósito e, estando portanto acoplado, não há necessidade em ter mais vagabundos sendo pagos para não fazerem nada! Pois para cada suposto departamento que se é criado, um trabalha enquanto nove dizem que trabalham... Se acontece assim em grande parte das empresas, imagina na política em que a fama não é dez por cento da realidade.
E convenhamos... É muita cultura inútil sendo financiada enquanto serviços básicos se arrastam de tão debilitados.
Retrocesso é bradar com orgulho por uma democracia que só existe para poucos, enquanto uma parte do povo está fadado a miséria e a outra trabalhando pra financiar esse circo de elites.
O PT não é o partido que representa os negros, as mulheres, os homossexuais, o trabalhador, o pobre, o Brasil.... Não!
O PT é o partido que representa o próprio PT. Que representa o Lulla, a Dilma e os petistas de carteirinha, nada mais.
Há milhares de negros, mulheres, homossexuais, trabalhadores pobres brasileiros que reconhecem e não compactuam com a ideologia de vitimização da esquerda.
Não é preciso uma pessoa negra pra representar os negros, nem uma mulher para representar as mulheres, nem um homossexual para representar os homossexuais... *Diga-me qual é o pobre que representa o pobre ou o trabalhador que representa o trabalhador na política atual???
O que precisa é gente que saiba representar, agregando e não segregando. Gente que representa trabalhando e não roubando. Gente que não enriqueça ilicitamente enquanto defende de forma hipócrita os trabalhadores honestos e pobres; culpando o capitalismo do qual usufruem (e muito) pela pobreza da nação, numa política de generalização que cria muros e não pontes.
Conscientização liberta, vitimização escraviza.
Quando decidi colocar Deus na minha vida, não precisei mais ir buscá-Lo em lugar algum, apenas dentro de mim.
O problema da "exclusão" e da desigualdade social não é o capitalismo e sim a corrupção, existente em qualquer modelo econômico em que o sistema político seja corruptível, levando em conta a cultura do povo de um país em que a educação não seja prioridade.
A corrupção não é uma prática apenas de ricos... Há muitos pobres que aderem à práticas corruptas para saírem da pobreza, mesmo sabendo que é errado, cientes que tais práticas trazem benefícios ilusórios e não resolvem o problema do todo.
O que fundamenta a lógica imoral da exclusão é a corrupção, quando inveterada na cultura de um povo.
Na época de Jesus (e até que Ele manifestasse a misericórdia pelos pecadores), as mulheres adúlteras eram apedrejadas até a morte.
Uma frase, apenas uma frase, mudou o conceito de muitos naquela época. Ele disse: atire a primeira pedra aquele que estiver sem pecado, e isto foi suficiente para que os vingadores soltassem as pedras no chão e deixassem viver a mulher que até então não era digna nem da própria vida.
Nos dias atuais, por mais que o evangelho já esteja totalmente disseminado, ainda há muitas pessoas que preferem fazer justiça com as próprias mãos, como se suas mãos fossem santa e suas vidas retas.
Vendo o caso da menina de 17 anos estuprada por 30 vingadores, como mulher, penso que é pior do que ser apedrejada... Pior do que morrer é viver tentando conviver com isso... Nessas horas eu não quero pensar no que ela pode ter feito para "merecer" tal condenação. Penso sim, na crueldade dos homens, crueldade esta que não existe nem no mundo animal. E não, ela não merecia isso. Ninguém merece isso. Nem mesmo os homens que fizeram isso.
As pessoas precisam parar de escutar suas próprias vozes e a voz do mundo. Precisam escutar mais a voz de Deus, pois só assim seremos tocados a largar as pedras e deixar a justiça para o Justo Juiz que é Deus.
Vejo o mundo retrocedendo ao olho-por-olho e dente-por-dente e me pergunto: onde está a evolução da humanidade?
Ainda somos Neandertais... Só que agora de smartphone.
Ao lado de um grande homem sempre tem uma mulher que sabe o que quer. O contrário, nem sempre ocorre.
A incapacidade de superar a concorrência pela competência leva uma prestadora de serviço à falência.
Incompreensão do que se lê ou má escrita do pensamento... Coisas típicas das redes sociais que provocam os conflitos mais desnecessários.
Julgamentos superficiais, obtidos através de postagens compartilhadas, páginas curtidas ou opiniões comentadas, taxam as pessoas e causam inimizades.
Ou seja, nós e nossas vidas resumiram-se a um perfil de rede social... O que somos ou fazemos fora de lá, pouco está importando. Aliás, será que ainda existimos?
Em todos os lugares têm pessoas boas e más. Não existe essa de lugares "do bem" ou "do mal"... O que existe são pessoas "do bem" e "do mal" e elas estão em todo lugar ao nosso redor; muitas vezes dentro de nós, aguardando uma oportunidade para se manifestar.
O fato é que existem coisas boas e ruins, positivas ou negativas, que podem nos influenciar para bem ou para mal.
O céu e o inferno residem dentro de nós. Nós é que determinamos, através de nossas escolhas, qual deles prevalecerá e fará residência fixa.
Nossos próprios erros é que nos prejudicam e nos condenam, quando nos tornamos vítimas de nós mesmos.
Nem sempre eu posso evitar o dano que o outro me causa. Mas eu posso dizer "sim" ou "não" para as escolhas que dependem de mim, que podem me levar à caminhos em que posteriormente a escolha me seja "imposta" e o caminho de volta seja mais tortuoso.
De todas as batalhas que travamos, a pior delas é quando o adversário está dentro de nós, pois nos tornamos covardes ao ponto de desistir da luta antes mesmo de começar.
As pessoas preferem a mentira em vez da verdade, falsidade em vez da sinceridade, bajulação em vez da opinião. Por isso é que as relações andam tão condicionadas e cada vez mais fadadas à superficialidade e a inimizade.
São raras as pessoas que, diante do seu sofrimento, simplesmente se compadecem em vez de criarem um campeonato de quem sofre mais... Amigo de verdade sabe a hora certa de falar, como falar e principalmente quando calar.
Acabo de ouvir um carro de som passar aqui na rua, anunciando... O quê? O quê? O quê?
Um culto de uma igreja evangélica!!!
É a segunda vez já nessa semana que esse carro passa fazendo propaganda da "quarta-feira do poder"... No entanto é a primeira vez que escuto esse tipo de propaganda num carro de som.
Pra uma igreja investir em propaganda há duas razões: ou está sobrando dinheiro, ou está faltando... Por se tratar de um culto da "quarta-feira do poder", deduzo que a segunda razão é a mais provável.
A melhor propaganda para uma igreja é o boca-a-boca. Quando esta não funciona, é sinal de que falta o principal "poder" nela: o do convencimento.
Sabemos que somos abençoados quando temos muito mais a agradecer do que reclamar... Quando Deus, em Sua Grandiosa Misericórdia, interfere em nossas vidas e altera o rumo das coisas... Passamos, sim, por caminhos de pedras, mas Deus calça nossos pés para que a dor seja suportável e o trajeto suave.
Ele não nos tira dos problemas, mas nos fortalece e conforta para que possamos enfrentá-los encorajados.
A GRAÇA DIVINA não está nos finais felizes e sim em toda a trajetória. Pois o Deus do Eterno não é Deus de pontos finais, é Deus de reticências... E a maneira que Ele nos faz compreender isso chama-se: RECOMEÇO.
Recomeçar é como nascer de novo... É retomar o fôlego e prosseguir com as esperanças renovadas em nossos pulmões. É caminhar a passos serenos, confiantes em descobrir novas rotas, alegrando-nos com cada pequeno milagre que acontece no trajeto de forma que o fim da estrada não mais nos preocupe... Porque Deus está no controle e Nele confiamos... Porque Deus é bom, Deus é muito bom!
Nunca estamos preparados para o adeus, porque o adeus não existe.
De onde viemos, apenas conhecemos o "até logo".
Enquanto a dor da separação machuca, a esperança do reencontro cura.
A única pessoa que me fazia sentar e parar pra escutar - sempre com toda atenção e carinho - sobre História do Brasil e Mundial era a minha querida avó materna, Maria da Conceição Soares Baticioto - a Dona Con.
Sem ter formação, pois casou cedo e precisou trabalhar desde muito nova, ela dedicava-se aos estudos em casa, a partir de sua pequena biblioteca com os mais diversos livros de História e Geografia que ganhava dos filhos e netos.
Quando tínhamos alguma dúvida na escola, sabíamos imediatamente pra qual “universitário” recorrer. Bastava falar: “Vó, tenho uma prova de História (ou Geografia) e estou com uma dúvida, a senhora me ajuda?”... Ela parava tudo o que estava fazendo (isso se já não estivesse com algum livro na mão), pegava seu globo terrestre que sempre lustrava com todo cuidado e não deixava ninguém mexer sem sua supervisão, pedia pra gente abrir a portinha da estante onde guardava “seus tesouros” e começava a lecionar; melhor que muitos professores, diga-se de passagem. Perdi as contas de quantas foram as vezes que um professor ia explicar alguma coisa sobre história que eu já sabia, e com orgulho dizia: minha vó me ensinou!
Tudo ela explicava mostrando no mapa, apontando os locais com o dedo indicador de suas mãos macias e unhas sempre bem cuidadas. Às vezes era difícil concentrar-se na explicação, de tanta fofura que era vê-la fazendo isso com o esmero que só ela tinha. E hoje é difícil recordar sem sentir o aperto no peito e a vontade de trocar qualquer coisa por mais uma aula da melhor professora que podíamos ter.
Desde que eu me conheço por gente, chegava à casa da minha vó e me deparava com pelo menos duas cenas: ela dançando e cantando suas músicas favoritas ou então sentada no sofá com seu óculos (no meio do nariz) lendo seus livros e ao mesmo tempo assistindo programas sobre História na TV. E ela contagiava a todos que se deixavam contagiar e, quando nos dávamos conta, estávamos dançando e cantando com ela suas músicas favoritas ou então sentados no sofá prestando atenção em mais uma explicação, ainda que já estivéssemos escutado outras vezes.
E ela era “exibida”... Bastava chegar algum integrante novo na família que ela já queria mostrar seus talentos: seja sua afinação cantando Ângela Maria ou Roberta Miranda, seja sua memória desenhando o Mapa-Múndi no ar com o dedo, seja sua sabedoria fazendo prova oral com os netos (eu muitas vezes fingia não lembrar a resposta para ficar olhando cada detalhe da sua explicação e sua carinha de satisfação ao dar seu show... Era o momento dela! No final, ela fazia um biquinho impagável, com aquele ar de “prepotência”, tipo: eu sei que sou demais). As pessoas sempre falavam: “sua vó é muito inteligente e é uma figura!”... Quem nunca escutou da minha vó: “já tomou café fio?”, não sabe nada sobre a Dona Con.
Não gostar dela era impossível, para os que sabiam admirar e explorar o seu melhor...
Os que não sabiam, ficaram somente com o lado “não tão bom” dela, pois como libriana que era, ela sempre sabia quem de fato gostava e quem somente a tolerava. Alguns não sabiam respeitar seu jeito sistemático de ser e mal se sentavam ao seu lado para escutar suas histórias e tentar entender o motivo de ela ser assim.
Ela ralhava com suas louças mal lavadas ou fora de lugar (por essa razão muitas vezes preferia fazer a deixar alguém ajudar)... Ralhava com algumas pessoas que entravam em casa sem limpar os pés no tapete e marcavam o chão que ela encerava todos os dias com o vermelhão... Ralhava com os homens que ficavam falando de futebol perto dela, pois sempre saía palavrão ou mesmo discussão e ela odiava... Ralhava com os netos que mexiam em suas coisas sem sua autorização e supervisão, e depois deixavam fora do lugar (ou perdiam ou estragavam), em especial seus livros, seu globo, sua balança e suas canetas... Ralhava com as filhas que tiravam o pó da estante e trocavam as coisas de lugar (ela sempre tinha que arrumar alguma coisa depois, tipo: um porta-retrato colocado no lugar errado, o elefantinho que não estava com o bumbum virado pra porta)... Ralhava com o açougueiro que mandava a carne errada ou o troco errado, com alguém que espirrava no transporte público sem colocar a mão na boca, com as vizinhas que ficavam fofocando ou querendo saber de mais da sua vida... Mas apesar de tudo isso, eu nunca vi minha vó, sabendo que alguém precisava de ajuda, se negar de fazer alguma coisa. Se fosse preciso, ela tirava dela pra dar pra alguém, sem fazer alarde, sem nem querer que a pessoa soubesse que ela estava ajudando. É impossível contar a quantia de dinheiro que ela tirava da sua pequena aposentadoria sempre que recebia e colocava na bolsa das filhas ou netas sem elas saberem. Quando achávamos uma nota na bolsa que não estava lá, sabíamos que era “arte” da Dona Con... E ai da gente querer devolver... Ela ralhava! Tínhamos que colocar, escondido, de volta na bolsinha dela, o que muitas vezes também não adiantava, pois ela sabia exatamente cada centavo que tinha lá.
Essa era a minha vó! Uma guerreira, batalhadora, que lutava sempre com batom nos lábios e os cabelinhos grisalhos bem escovados. Sempre alegre, gentil, educada, amorosa com os filhos, netos, bisnetos e tataranetos que pode conhecer; e fiel até o fim ao único homem de sua vida, que a deixou precocemente, no entanto ele nunca a perdeu.
Só quem desfrutou plenamente da sua companhia tem a Dona Con tão viva em suas lembranças, como se ela ainda estivesse aqui falando: “fia, escova os cabelinhos da vó”... E ela dormia, sorrindo...
Falar de amor é fácil... Bial falou, Quintana também; até Martinho da Vila cantou o amor. E eu que não sou ninguém, falei... Mas só Jesus ensinou o amor amando, dando sem olhar a quem.
O QUE É SER CRENTE?
No significado literal da palavra, é ser alguém que acredita ou tem convicção em algo. Vendo por este ângulo, até o ateu é crente... No sentido usual e até mesmo banalizado da palavra, crente é a pessoa convertida a uma “fé” especifica, mais precisamente a uma religião... Para tais crentes, o fato de um fulano não frequentar a sua igreja (e pior ainda, não frequentar nenhuma) faz dele um descrente, um perdido na fé, desviado, praticamente ateu ou - nos termos demoníacos da religiosidade - "do mundo".
Mas o que de fato é ser convertido? É ter fé numa religião, frequentar ou até mesmo ter um cargo num templo religioso? É ter os Dons do Espírito no suposto poder de cura, de línguas, profecia, pregação, exortação, exorcismo, santidade, milagre?
Nada disso! E por conta do fideísmo e da religiosidade desenfreada destes religiosos que veem Deus como um socorrista, um gênio da lâmpada, um mágico, garçom ou funcionário público, é que a fé ficou tão banalizada e praticamente irracional, radical e impraticável.
Eles se apegam ao sobrenatural da fé... Querem ser super-humanos, angelicais, paranormais, divinos... Sentimentos e comportamentos luciferianos e mamônicos que não passam de pura hipocrisia, vaidade, apostasia e até blasfêmia contra o Espírito que eles dizem servir enquanto servem a outros deuses...
Não entenderam e não querem entender nada sobre o Evangelho, pois a eles convêm ser como são e acreditarem no que acreditam... Convém enriquecer explorando o fideísmo alheio, convém ser visto como um “ser especial”, pois convém o “poder” e a fama, convém ter uma “fé” que reputa as responsabilidades e culpas a Deus ou ao diabo, convém a facilidade da barganha em vez do sacrifício e obediência, convém ser crente “esquenta banco” de igreja, convém ser crente “sabor de mel”, convém ser apóstolo de terno e gravata, convém ser obreiro com selfies e holofotes de Facebook e Youtube, convêm ter alguém que os diga como devem acreditar e proceder para ter uma vida que não foi a que Jesus ensinou...
Porque é mais cômodo ser enganado, para depois ter quem culpar. E é muito mais confortável adaptar a fé no seu modo de vida do que adaptar a vida na Verdade da fé.
Todos querem desfrutar dos Dons, ainda que teatral e ritualisticamente; mas ninguém quer provar dos Frutos, pois requer a verdadeira conversão que é a mudança de caráter, em doses diárias e constantes, que independe do dia, lugar, situação e motivo.
Não se engane... Não há mais apóstolos, profetas ou intermediários (como quer que os denomine)... O Livro Sagrado já foi escrito e a nós cabe sermos o que somos: humanos, meros mortais, pecadores e dependentes da Graça e misericórdia de Deus, que continua trabalhando por nós (e não para nós).
Fazer florescer a humanidade é muito mais difícil do que fingir ser super-humano. Um necessita domínio próprio, o outro necessita o domínio do próximo. Um requer esforço diário, o outro apenas ensaios. Porque um é vida real; o outro, conto de fadas em que a magia uma hora acaba e a carruagem volta a ser abóbora.
A religião pura e imaculada para com Deus e Pai, é esta: Visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações, e guardar-se da corrupção do mundo. (Tiago 1:27)
O que seria dos missionários de hoje sem seus smartphones que possibilitam fazer selfies perfeitas - (e com filtros inusitados que dramatizam ainda mais a fotografia) - de suas obras de caridade, possibilitando ainda a postagem imediata nas redes sociais já com a localização, sem contar com aqueles emoticons do "sentindo-se tal coisa" pra expressar de forma completa seu sentimento de... Vaidade? Sim, vaidade... Vaidade das vaidades, como dizia o homem a quem Deus fez sábio. Porque é tudo vaidade...
E depois deste homem sábio, um outro homem ainda mais sábio disse: (Mateus 6:1-4)
1 "Tenham o cuidado de não praticar suas 'obras de justiça' diante dos outros para serem vistos por eles. Se fizerem isso, vocês não terão nenhuma recompensa do Pai celestial.
2 "Portanto, quando você der esmola, não anuncie isso com trombetas, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, a fim de serem honrados pelos outros. Eu garanto que eles já receberam sua plena recompensa.
3 Mas, quando você der esmola, que a sua mão esquerda não saiba o que está fazendo a direita,
4 de forma que você preste a sua ajuda em segredo. E seu Pai, que vê o que é feito em segredo, o recompensará.
Minha pergunta: qual parte esses "missionários" de hoje não entenderam? O que fazem não é caridade, é auto-promoção, utilizando a situação como vitrine neste marketing pessoal que chamam de missão.
Jesus disse: pega a tua cruz e siga-me. Seus seguidores de hoje dizem: pega teu smartphone e siga-me no Instagram, Facebook, Twitter, Snapchat, Youtube... Tão certo e tão fácil como "uma agulha passar pelo fundo de um camelo"...