Katiana Santiago

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O inacabado volta como “fantasma” na escuridão, e vela atormentando o antigo destino, a quietude mais pura e singela relaxada de um coração.

O inacabado torna pela madrugada, e adentra a alvorada pelas esperanças mais aflitas de uma ilusão, e a contra gosto inconsciente, trás as cadeias das emoções. Seja pela luz do sol ou da lua, independente da estação, chuva ou sereno molhado, arado, retorna como rimas os flagelos das paixões.

Só a alma pode ser encantada de delírios e alucinações, meia volta, retorna os velhos fantasmas, como em encruzilhadas e paralisam a vida na estação!

Não há trem no caminho, avião ou navio, que nos sequestre das próprias solidões. É coisa do coração ficar sozinho, preso ao ninho, com lembranças, memórias que alcançam a própria infância, para entender o “mito” da recordação!
Todo” fantasma” volta, mas nem sempre assombra…
Katiana Santiago

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Queres amar com ternura? Deve-se está preparado para a cura, que o caminho é de travessura!

É possível dar o que não se tem? o amor é algo além e transtorna a vil percepção.

A pureza é feita de uma fortaleza que se abrigou com a emoção, se encolheu em segredos, se reservou em seus medos e guardou a intenção.

E no coração há moradas bagunçadas, agitadas, animadas, tristes e outras recalcadas, mas cada uma usufrui da sua inquietação.

E é pela força do encanto que preenchemos nossas casas, e nas moradas abrigamos fantasias para a alma, aliviadas pela paixão.

Queres amar com ternura? Eis a cura: diz não a realização, faz do teu amor uma eterna ilusão, separa uma morada dentro da tua casa e faz dela um alçapão.

Ame, mas só se encontrar um abrigo, tudo é indefinido, a vida não faz concessões.

O tempo é um inimigo carrasco, que nos traça e deixa em pedaços, nos engole, sem permissão.

E o relógio vai definindo, de história em história outros começos, dentre tantos adereços, desenrola teu enredo, que um dia terá pontuação.

Katiana Santiago

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Vem, e escreve no silêncio, que os dias se abreviam e no demais tudo é solidão.

Vem florescer no jardim descontente da alma inquieta, que já pediu perdão.

Vem enxugar as lágrimas da desolação, que no anseio, as duras custas adormece na inspiração.

Vem desdobrar esse porto seguro, sitiado de muros, que preserva a intenção.

É um labirinto escuro, que escorrega e carrega toda falta de um coração.

Vem escrever na omissão, o decreto de uma ilusão, que minha fraqueza tem pressa, e o tempo é carrasco da vida em questão.

Vem desabrochar na escuridão. A luz é uma faísca que ilumina de longe a perdição.

Vem, que no descolorir do compasso, há mil passos, e o vai e vem, volta sem direção.

Vem agora e não demora, que pelas horas o frio já congela as veias, e as teias não se formam em qualquer estação, vem trazer o prazer, o querer, antes que a sina abata e leve essa pulsão.

Vem…

Katiana Santiago

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Calar o sentido deixa aflito o próprio coração.

Há um choque de razão, há ditos versos sem paixão, que sussurram qualquer gemido.

As trilhas não envelhecem, só os pés se enfraquecem, mas não é pela indisposição.

A vida é uma audaz aventureira, guerreira em braços fortes da consolação.

É duro traçar o sentido, investigando vestígios dentro da própria solidão. Pune velho castigo…

Palavras não encontram um caminho, e se seguirem sozinhas, irão por qualquer direção.

Mas elas saem com o desejo de encontrar o beija-flor , assim como a flor é para olhos, as palavras são para dor.

A paixão é para a vida, assim como a vida é para o amor!

Katiana Santiago

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Tudo é partida, partícula complexa é a vida, até a não vivida, tudo é despedida, e a saudade é sem definição.
Porém, a vida é presente, e quem por ela passa contente alcançou sua “floração”.
Tudo é morte, mas nem tudo morre, e é preciso conceber a separação!

Cada luto tem seu tempo, seu sofrer, sua “obsessão”.
Todo fim é um começo, e apela o despertar da solidão.
Recomeçar é morte, é vida, é água, é fogo e não há sorte, que preserve a emoção.

Deveras ciclo suave, estamos de passagem, tudo é uma enorme paisagem, no mar afora das ilusões, e como vislumbra nossas percepções…

E a vida pede passagem, ela é carruagem, que de aluguel vai morando nos corações!
Katiana Santiago

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Podemos sonhar, porque de sonhos ninguém morre. Eles é quem nos socorrem, do mar escuro da distração.

Podemos sonhar, porque só se morre de ausências, que são conseqüências, de vazios extremos e de alguma forma isso afoga a

vida, e suicida a emoção.

Podemos sonhar e cantar todo dia um verso, fazer um regresso, na infância feliz que brincava o coração, e nessa viagem contratar uma orquestra, para tocar as notas mais lindas de nossas ilusões.

Podemos sonhar, porque os sonhos avivam segredos, transbordam apegos, afetos que enganam a insatisfação.

Podemos sonhar, pois os sonhos são quentes, germinam sementes e desapropriam a solidão!

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Na partida, toda tempestade é infinita, há um mar de incertezas, limitando a vida. Desejos frustrados, como represa a colidir.

Um inverno se destina assim, o anjo da morte sopra como querubim, mas, ao mesmo tempo derrama do seu amor sem fim.

A passos lentos seguimos, fazendo do rastro um riacho, com correntes frescas, que levam a tristeza, que tentava se embalsamar.

De repente, o espírito abraçou a doçura, a singeleza e a candura e a alma ficou pura, tornou-se um porto seguro, que antes era escuridão…

Katiana Santiago

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Ser um “continente” de pensamentos, é voar e ao mesmo tempo ficar preso ao vento, com asas contentes e também asas de descontentamento.

É driblar o próprio sentimento, um oceano em brasas, que vai se afogando no esquecimento e se perdendo pelas cortinas da razão.

Se todo céu fosse ilusão, não haveriam recalcamentos, nem dores confusas, tormentos, apenas o libertar de cada pulsação.

Na pele que se habita, há indefinição, amor imperfeito, só arde no peito, transborda a sensação. E na travessia mais louca, ficamos com o céu da imaginação.

Katiana Santiago

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ADIAR

Adiar alegrias é como guardar para mais tarde toda poesia que o coração ousou sonhar.
Adiar alegrias é juntar cada grão de qualquer triste realidade e permitir que virem miragens para nos assombrar.
Adiar alegrias é deixar de observar a anunciação que faz o dia, um espetáculo bom ou ruim, mas que ainda nos deixa vivos aqui.
Adiar alegrias é negar-se por inteiro e deixar os remendos da rotina dominar, é pautar-se pelos medos, e estranhar-se no espelho de si mesmo, buscando uma fuga que inclina a alma para qualquer lugar.
Adiar alegrias é retornar para qualquer dia, repetindo a triste sina sem alternação.
Adiar alegrias é não viver para colher o dia, é deixar de se encantar e se entregar a monotonia do tempo que nos rouba nossa juventude audaz.
Adiar alegrias é perder o momento, é sepultar a semente ao vento e depois querer colher no ar.
E no adiamento dos risos, só restará lembranças vazias e uma “embarcação naufragada” que a duras custas ficou abandonada, esquecida, suspira e ainda é inspirada e reflete sobre as cargas sustentadas, trazidas e levadas pelo porto do coração que se perderam, mas apenas no”alto mar” da distração.

Katiana Santiago

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Cada ilusão é única na candura de quem sonha.
É aldeia, porto e estação da solidão.
Em muitos sonhos dormem os vulcões em erupção que minam e sublimam vez ou outra pelo esconderijo inseguro da inquietação.
Não se concebe a fraqueza pela incerteza que trás um coração, nem um ato é pensado quando há o mover de uma paixão.
Nenhum amor é seguro, nem é tecido de certezas é escravo das lonjuras, das inconstâncias que o permeiam.
É a ausência que sonha, é a falta que inspira, é a tragédia grega do amor que norteia a vida!

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São as palavras que nos movem e nos acariciam

As palavras também esquadrinham e “inscrevem” a alma na sua habitação.

As palavras nos visitam sem justa causa em qualquer estação, nos sondam lentamente, seu toque é quente, e move os “oceanos” mais íntimos da vida em suas inquietações.

Pelas palavras construímos nossas miragens, alimentamos os sonhos ou afogamos de vez o coração… Nada se fez sem ela, nem a alegria ou dor, nem a guerra ou a paz, nem o ódio ou propriamente o amor.

E vamos nos “inscrevendo” e do inscrito somos tão parte dele…

As palavras que nos tocam de forma quente germinam sementes, que movem os oceanos mais particulares em suas aflições.

Palavras são tatuagens marcadas por lembranças de tantas bagagens, e nossas leituras tão infinitamente particulares nos levam aos mares mais profundos das interpretações, segregam sentimentos, atormentam emoções.

As palavras nos visitam como uma boa companheira de ilusões, se tocam, nos tocam, se misturam, nos misturam.

E assim estamos “Inscritos” nos ditos, dos não ditos, repletos de malditas confusões.

Katiana Santiago

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O estrangeiro vive na mira inquieta de todos nós, ele mora aqui, também aí. Habita nos sonhos e planos que atravessam as vigílias da desolação. Se refresca em qualquer entusiasmo que inicialmente contempla a incitação. Ele é o novo e o velho atraído pela ilusão, e que nos move pelas cadeias da pulsão. E é estando só que conhecemos essa intimidade que manifesta, esse estrangeiro, desconhecido, amigo, inimigo, audaz, atrevido que habita em nossas mansões.

E do tempo temos a dor, mas também o amor. E o estrangeiro zomba da própria decisão. Mas são as vãs repetições que florescem a vida na estação. E ao passar pelo caminho já percorrido, não é difícil perceber o vacilo dos passos repetidos e a força do estrangeiro movida em uma frustração.

Da cor ao amor tudo se repete, até o estranho em nós. Da amargura a cura, com giz de “cera” reescrevemos a solidão, e quem dirá que essa cera já não serviu de vela em outra ocasião. Nada pode ser acrescentado do ventre que nós fomos tirados. Estar só será sempre nossa distração.

O amor pode preencher o enredo de uma história, mas nem um, nem dois amores podem ocupar o coração. São três cubos de estranheza a habitação das emoções, e cada um que se eleve na possessão dessa proeza.

O estrangeiro é o que temos na saga da desilusão.É de imaginação que tudo sobrevive. E a fantasia é um guia que se rende a sublimação. A vida é esse bem absurdo e o estrangeiro é essa perfeição. Nenhuma mira é certa, toda ela é distorcida pela ilusão.

Bem verdade…Não há sossego para o coração!

Katiana Santiago

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Não se pode imaginar as voltas que o mundo dá, mas, nos redemoinhos o coração é um ninho que sabe o que guardar.

Sentir é mais que falar, assim como o trovão faz barulho, o relâmpago tem seu luminar.

Não se pode esconder o desejo que há no olhar, é fogo a incendiar, queima e queimará.

Teu céu toca o meu em cada despertar e tua casa visita a minha mais vezes que essas voltas que o mundo dá!

Katiana Santiago

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A vida é mel e até o amargo que nela se promove podemos fazer um doce e afastar o fel.

E a travessia é sem guia, é um afligir todos os dias que ignora um roteiro cotidiano de ilustrações.

Cada mover tem uma realização, cada ação uma reação, e toda alegria chega de noite e desaparece ao logo de cada dia. Só as lembranças e o desejo são atemporais e extrapolam os dias.

Sossega oh alma, a vida é curta, para que essa agonia? degusta do mel com ousadia.

Cada vendaval não trás consigo seu destino, é na decisão de cada ação que somos grandes, crescemos ou continuamos meninos e dessa forma pagaremos o preço da redenção.

Oh vida mel, mel que se saboreia lentamente, cada gota é repleta de uma espécie de aguardente, que embebeda, sufoca, mata ou vivifica a gente!

Katiana Santiago

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O que escondemos em nós, nos dão nós que nos enlaçam por dentro. Se somos labirinto, como acreditar em esquecimento? se no trajeto que faz a vida tudo tem ponto de partida, pausa meio e fim, mas esquecer não pertence a correnteza, nossa natureza é feita de grandeza e é pela tortura de lembrar que a vida é feita.

E são os nós que nos amarram, vivendo, morrendo, nos deixando em pedaços, de alguma forma vão nos edificamos por dentro, só pela bravura de existir. Nem tudo é alegria, mas até o nó da agonia existe para nos lembrar que a travessia requer de nós ousadia e temos que continuar…

Os nós que nos amarraram, nos travaram também nos ensinaram a amar.

Os nós nos transformam em nós…

Katiana Santiago

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São os mundos estranhos que habitam e guerreiam dentro de nós que nos revelam nossas essências.

Não há guerra santa, nem clemência e toda paz é transitória.

É necessário baixar no “crepúsculo” de nós mesmos e vasculhar os segredos daquilo que se perdeu ou que nunca se encontrou e a alma resolveu guardar.

Ao descolar de si, permitiremos neutralizar as resistências e suas aderências e nesse percurso poderemos achar os nossos reais mundos, aqueles que nos são pesados aceitar.

Por virtude e força, a alma inativa rumo ao desconhecido acabará encontrando abrigo com suas vias originais, no imenso mundo particular.

Maravilhoso é adentrar no universo de si mesmo, se perder nos próprios desassossegos para só então se encontrar.

Inserida por KatianaSantiago

Somos arrastados para qualquer travessia, a vida não tem guia.

Há caminhos sofridos e há caminhos de tanta alegria, que fascinação!

Não se vive nenhuma passagem cega, muda ou surda, dos dias aos anos as ilusões “remexem” as fantasias dormentes.

Todo silêncio é ausente, e se destina a qualquer vil interpretação.

Por isso a vida é ação presente, é quente, e é essa beleza que comove e encanta a emoção da gente…

Inúteis são as certezas, elas são correntezas das sublimes e particulares agitações.

E na travessia do caminho, as chamas sempre haverão de incendiar meu coração. Pois a noite ameaça o dia em qualquer estação.

Aquilo que nos queima também serve para iluminar. Qualquer escuridão esquecida já teve um dia de “clarear”

Eis vida que chama e é chama, chamas que nos queimam e que também nos levam à algum lugar!

Katiana Santiago

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"Pontes". As Pontes que promovem um sentido ao andar solitário...
Essas pontes de intervenção ao mesmo tempo que ajudo a construir sou tão erguida por elas...

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Há caminhos que trilhamos e outros nos fazem trilhar, desgostos que recebemos e tantos ainda por aceitar.

Alguns pegam atalhos tentando o caminho encurtar e perdem a liberdade de também poder voar.

E se o ouro fosse de fato tesouro poderíamos carregar para qualquer lugar. Mas, nessa travessia só o eterno tem o poder de cativar e nos curar.

Não há privilégio maior que a própria cruz carregar. E como dizia um certo pensador: “há pontes que somente nós podemos atravessar”

Só se alcança porções de alegria depois de muito se lamentar. E as lágrimas de súplicas vão se tornando rios tão cheios que nos carregam ao rumo que devemos chegar. Saberá uma estrada de terra batida, com um solo ainda por semear.

As facilidades não são pontes, são cadeias, e esses desvios atrofiam a capacidade de voar, enquanto humanos estamos prontos a suplantar!

E é na angustia do caminho sem ouro e com espinhos que a felicidade vem nos encontrar, no descuido de nós mesmos e nos pequenos intervalos esse silêncio vem sentenciar: o viver para sentir, tamanha liberdade de voar, a infinitude como norte norteia o que trilhar, enquanto for ausente o caminho, há uma felicidade em procurar...

Katiana Santiago

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A tinta na caneta pode promover uma catarse. Na delicadeza de um papel inserimos nossas miragens.

Manhã ou tarde escrevemos devaneios, abstrações e utopias.

É pela escrita das palavras que a angustia se enfraquece, e pelo fio da taquicardia se fortalece. E no mover dos laços há tantos ”enlaços”que se tecem.

Há segredos que adentrarão a hora tardia. E é no encontro desse espelho que todos os fantasmas interagem, na busca de uma linguagem morna, quente ou fria.

As palavras quando só pensadas ficam desassossegadas, são inquietas sementes, escritas, exorcizam a alma da gente. E ao rasgarmos o tecido de nós mesmos, destravamos os "nós" do medo, escondidos nos labirintos do esquecimento.

E é permanecendo como réu do próprio isolamento que tecemos , no acolho e no recolho, na licença que se faz, de uma falta a sustentar, desenrolamos o nosso próprio pilar de contentamento. Escrevendo, escrevendo, escrevendo…

E ao rasgar a cortina, viés das palavras, mergulho na maré calma, envolto na própria nascente, há um renascimento "plangente". Urgente forma de encantamento! Palavras nos carregam se nos deixarmos atravessar, eis a forma singular, rio mar afora desce, escreve!

Rio fluente, “catarse nascente”...

Katiana Santiago

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As cores são para a vida, assim como a flor é um símbolo de amor!

Queres as cores? as cores eu busco e te dou, qualquer uma beija-flor...

Se guie pelas constelações mais loucas, que o céu é um véu de mistérios que ilude a nossa alma, e tudo dança e canta em amor, e esse céu te dou. Meu coração estará sempre aberto para teus anseios pássaro em flor.

Todo canto deve ser livre, precioso é o amor de quem o doou. Há moradas na quina de cada despedida, não existe adeus na partida, ela é só fingida e sempre abrigará a veracidade de um coração. O amor se realiza até com a própria solidão, das lembranças dão a canção, versos já ditos que transbordam ao infinito seja pelo silêncio estabelecido do não dito que a alma se “extasia” na mais COMPLETA SATISFAÇÃO.

O imaginário é um “lendário” mais forte do que o toque em qualquer região, ele é alma, eterna pulsação! Beija-flor ,pássaro em flor, tu florescerá em qualquer estação.

Para ti Beija flor o tempo é precioso, e falta muito para o pouso. Traz contigo o canto engenhoso que o colibri invejoso tenta vedar. Repara que as correntezas das palavras que jorram dos “Rios” de ti são águas que abastecem os mananciais das “solitárias solidões”.

Teu canto traduz em mim versos, vais e entoa-os nos montes, nas encruzilhadas, nas mesas, nas calçadas, igrejas, praças, eles são vida e quem dirá que todo canto é de vida reprimida?

Cada um tem sua porção de púrpura e candura que vai se abrigando, se afligindo, lutando ou se adaptando pelas palavras recebidas, independente da estação. Há palavras que transformam inverno em verão. As tuas, beija-flor, são vida em forma de canção...

Para que o luto de uma emoção? se a própria vida já se encarrega dessa alusão...

A morte nos espera e cada partícula de vida vivida ou não vivida já é uma separação.

De fel à mel, de capim a jasmim, sempre vou querer o cheiro do alecrim contido nas tuas veias, o canto das sereias, sempre a ludibriar, assovia poesia, bem precioso, como é bom mergulhar.

E nas horas vespertinas ou na própria aurora ou madrugada busco a letra e ela vem me tragar. Bebo do teu canto beija-flor querido até me embriagar, são absolvição, estou sempre a voar.

Ah Beija flor- querubim, pássaro assombroso, beleza que fascina qualquer fantasia no voo ou no pouso.

Lindo pássaro selvagem, sobre ti há feitiço grego, teu canto tímido transborda segredos, nos faz sonhar só em te olhar. Ofereço-te a beleza das cores porque delas tu já me doou, tanto na alegria como na dor!

Queres as cores as cores te dou...

Katiana Santiago

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