Kara Ystúpido (Thúlio Jardim)
Com um sorriso, se tornou inesquecível, exclusão do meu tédio soporífero, verdadeiro delírio de amor.
Um sabor de um beijo passa. Um amor acaba. Uma raiva mata! Uma decepção enlouquece. Uma paixão que nunca floreje, esquece! Não vale nada.
Nem vou lhe cobrar pelo seu estrago… Ressentimentos, não trago. Inimizades não maltrato, reciclo. E sigo outra estrada.
Tenho saudades do que eu já fui. Falta-me, jussivamente, eu. Daí, doeu. Injustamente massivamente. Passei passivamente. Sem mim.
Vivia sempre pelas beiradas, existia sempre pela metade. Até o dia em que conheceu uma beldade, até o dia em que se apaixonara.
Eu toco as notas mais sombrias. É como se eu cortasse o ar para contar minha agonia. Quando minha voz desvanece.
Eu prefiro ser absenteísta a ser sedentário. Eu prefiro ser estigmatizado de modo errôneo, a ser estimado pelo ecômio. Eu prefiro ser antagônico a hierarquia a ser efeito sinergístico da tirania. Eu prefiro ser um jovem rebelde a um adulto submisso.
Dizem que sou radical e mal. Digo sou realista. Só falo alto para ser escutado, ponto final. Não pretendo ser legal nem prezado, meu caro amigo.
Amor, minha lindinha, algumas vezes eu acho que você esqueceu seu encéfalo no útero da sua mãe. Outras vezes, tenho certeza.
Minha tristeza é uma arma de raiva precípite. E o tempo é o que aperta o gatilho, impulsionando a bala que voa, no vento, enquanto pipite.
Iço velas de solidão, / Haja vento cortante! / Para me levar prá escuridão / para me empurrar para longe…
Nada pra mim é impossível, absolutamente nada! Eu quebro chifres de monocerontes, eu cravo em rinocerontes, eu arranco trombas de elefantes!
Aja antes de pensar. Não aceite ordens de ninguém. Custe o que custar, faça o que quiser. Tudo é da lei.
A arte de matar pelo pensamento. Essa eu domino. A arte de xingar há todo tempo, eu aprumo, não oprimo. Sempre aprecio!
A escolha de resmungar e reclamar da vida é, muitas vezes, muito mais fácil. Pare! Aprenda o difícil.