Junior Lacerda
A afirmação de Jesus sobre sermos sal e luz do mundo carrega um paradoxo profundo.
O sal simboliza essência, propósito e aliança, enquanto a luz representa reputação, propagação e exposição.
O desafio é que alguém pode manter a reputação mesmo tendo perdido a essência ou a unção, assim como pode estar cheio do Espírito Santo sem necessariamente estar em evidência.
Chego à conclusão de que a luz, mesmo oculta sob um cesto, ainda brilha e, mesmo que se apague temporariamente, há quem possa reacendê-la. Já o sal, quando perde seu sabor, por mais branco e puro que pareça, torna-se inútil e acaba sendo lançado ao chão, pisado pelos homens. Se o sal se torna insalubre, sua utilidade chega ao fim, sem possibilidade de restauração.
Isso nos lembra que, diante de Deus, a essência sempre precede a exposição, e que, enquanto a luz pode ser reacendida, o sal sem sabor não pode ser restaurado.
Filho, guarda bem o teu coração e teus atos. Aprende a gerir e a distinguir teus sentimentos de tuas ações, pois houve um tempo na minha vida em que eu amava, mas não amei.
O Espírito Santo é o adiantamento do que está por vir (Efésios 1:14), o selo da nossa salvação (Efésios 1:13), o nosso passaporte carimbado para a terra prometida (Efésios 1:13-14) e o crachá que nos credencia e autoriza a operar no sobrenatural (Atos 1:8). Ele não é apenas uma presença, mas a garantia viva de que pertencemos a Deus e que, em Cristo, somos habilitados a viver e manifestar o Reino de Deus (2 Coríntios 1:22). Por meio do Espírito, temos acesso ao poder, à sabedoria e à autoridade para agir conforme o coração de Deus, sendo Sua voz, Seu poder e Seu instrumento na terra (Atos 1:8; Romanos 8:16).
Não podemos interagir com o Espírito Santo como se Ele fosse um poder que opera unicamente através da imposição de mãos. Ele é o nosso gestor, superior e assistente, que opera em nossas mentes, dando direção, concedendo poder e, principalmente, realizando constantes check-ups no nosso caráter e nível de santificação progressiva. Quando este nível se enfraquece, Ele exige manutenção e o complementa para que sejamos eficazes em Cristo Jesus.
Nossos dons dependem da assertividade do Espírito Santo; sem ela, somos como médicos que receitam tratamentos errados. De que adianta ministrar libertação onde há sede de salvação? Ou oferecer libertação a quem clama por cura? Logo, de que serve estar munido de recursos, se o diagnóstico não for certeiro?